My Heart Is Your ♡ [Park Jinyoung]

♡Chapter Fifty-nine♡

Eu queria ter o poder de transformar segundos em horas. Minutos em dias. Horas em anos. Só para que eu ficasse mais tempo ao lado de Jinyoung.

Durante esse período que Jinyoung estava internado, no seu "pré-óbito", todos os seus amigos e parentes, até os mais distantes, e pessoas da escola que ele nunca havia trocado palavras, todos visitavam seu leito para poder desejar boa sorte. Mas assim que algum deles saía do quarto, o que diziam aos pais dele era: meus pêsames.

Um rapaz da nossa sala, que eu nem conversava, me cutucou no corredor do hospital.

- Você é a namorada de Jinyoung, certo? - Ele perguntou.

- Sim, sou eu. E você, eu não me lembro seu nome...

- Me chamo Taehyung. Eu sou da sala de vocês. Queria dizer que sinto muito por ele. É um rapaz tão jovem...

- Verdade. É uma pena e uma grande perda para todos nós.

- Se serve de consolo, eu perdi meu melhor amigo há alguns anos, e assim como você, eu fiquei muito abalado. Mas com o tempo, percebi que ele não me fazia a falta, pois o fato de eu pensar nele sempre, me fez perceber que ele sempre está e estará comigo.

- Muito obrigada, Taehyung. Suas palavras são muito tocantes. - Eu o abracei.

- Jinyoung é um ótimo ser humano. - Ele disse - Até uma pessoa cega consegue enxergar a beleza dele.

- Tenho que concordar. - Eu sorri.

- Olha, eu preciso ir agora, mas foi muito bom conversar com você. Espero que siga firme e forte. - Ele sorriu e piscou para mim - Até outro dia na escola.

- Até. - Disse a ele. O que ele disse de fato era verdade. Até uma pessoa cega seria capaz de enxergar a beleza de Jinyoung.

E isso me fez ter uma ideia.

...

- Amor. - O chamei quando entrei no leito.

- Sunji... - Ele respondeu sorrindo. Estava tão diferente, parecia mais fraco, estava magro e com a pele mais amarela. Seus olhos estavam pesados e sua boca seca. - É tão bom te ver.

- Eu trouxe uma pessoa. Ela quer falar com você.

- Quem é? - Ele perguntou.

Eu fui até a porta, a abri, deixando que o senhor passasse. Era o velhinho do Centro de Atendimento aos Cegos, que estava na cadeira de rodas. Eu posicionei a cadeira dele bem próxima à maca.

- Jinyoung, meu filho. - O velhinho disse a ele.

- O senhor por aqui?

- Eu fiquei sabendo que estaria internado. Vim aqui te dar um ombro amigo.

- Obrigado. - Jinyoung pegou a mãozinha enrugada do velhinho. - É muita gentileza sua.

- Meu filho, você sabe porque a vida é tão preciosa, e a morte é tão temida? - Ele perguntou. - Porque a vida é uma bela mentira, e a morte, uma dolorosa verdade. A vida só é preciosa porque termina.

- Eu só tenho mais algumas horas de vida. - Jinyoung respondeu. - Estou com muito medo de deixar este mundo. - Ele chorou, e eu beijei seus cabelos.

- Garoto, não precisa se preocupar. Você não fez tudo que queria fazer?

- Fiz sim. Realizei todos os meus desejos e vontades. Exceto um, mas...

- Não se preocupe com a exceção. Aposto que você foi muito feliz durante esse seu último período aqui na Terra. - O velhinho sorriu. - E sei muito bem, você deixou as outras pessoas em sua volta muito felizes. Inclusive a mim.

- É reconfortante poder ouvir isso vindo do senhor.

- Não tenha medo, você vai estar em um lugar melhor depois. Sabe como tenho tanta certeza disso?

- Como? - Jinyoung perguntou.

- Porque você é um anjo. - Eu respondi.

- E anjos precisam voltar para o céu depois de cumprir sua missão aqui na Terra. Você cumpriu a sua, meu garoto. - O velhinho disse.

Dessa vez, Jinyoung não chorou. Segurou mais firme a mão do velhinho e a levou à boca, dando um beijo nela.

- Pode deixar senhor, que eu guardo seu lugar lá em cima. O senhor também é um anjo.