Capítulo 21

8.2K 464 16
                                    

Respira, inspira, respira, inspira...
Eu repetia para mim mesma na tentativa de matar a calma. De certa, aquilo estava sinistro. Oliver estava na minha frente semi-nú! Eu só necessito de uma explicação prudente. Minha nossa, tem algo muito errado nisso.

Nas últimas quatro semanas ele está tão diferente! Tem me tratado tão bem. Sempre está por perto quando preciso, me encaixa na "grande" agenda de compromissos dele. Eu realmente convivo com ele como se pisasse em cascas de ovos. Tenho medo de ele explodir e voltar a ser como antes.

E essa nem é minha maior preocupação. Mel está muito aérea e passa maior parte do tempo na biblioteca da casa dela.

— O que você tem, Mia, algum problema.— Oliver caminha até mim me olhando com certa curiosidade. Se aproxima para me beijar, mas outra vez eu desvio.— Quando vai aceitar um beijo meu?

— De todas as coisas que me perguntou, essa foi a mais estranha, Oliver.— me levantei do sofá ficando em pé.

— Você me irrita garota!— diz e sai pisando duro.

Eu hein.

— Esse vestido é lindo, não é?— Malu aparece na sala de vídeo com um vestido longo creme de seda, uma fita preta de cetim marcando a cintura da mesma.

— Aham, onde conseguiu? Malu é outra que anda estranha. Ou eu que posso estar estranha.

— Seu irmão, lindo e maravilhoso me deu.— gira deixando o vestido ainda mais bonito.

— É lindo, Malu. Como está você, faz tempo que não conversamos. Ela sorri largamente.

— Super preocupada com o casamento.

Oi?

— Casamento, pelo jeito que vocês são achei que já haviam se casado.— ri. Os casamentos dos lobos é diferente. No casamento os lobos companheiros marcam as suas companheiras, deixando-as com seu cheiro e marca.

Depois de muito conversar com Malu ela decidi ir a cidade e eu aproveito e vou para a casa de Mel.

A alcatéia está a num clima estranho, as pessoas estavam sérias.

Ao entrar na casa de Mel sou recebida por um abraço caloroso de Antonieta.

— Minha querida! Como é bom tê-la aqui. Você não sai daquela bendita casa há muito, desde que chegou do Brasil.

— Tenho passado boa parte do tempo com Oliver. Eu perdi muito coisa?

Ela suspira. Parecia não estar feliz.

— Mel não está muito bem, minha querida.

— Passei tanto tempo isolada?

— Mais do que gostaria, meu bem. Mel, você poderia vir aqui?

Eu quase caiu da cadeira, Mel estava com uma maquiagem leve, seu cabelo estava castanho escuro, ela usava uma sandália de dedos, uma saia e uma blusa simples. Ela estava natural. Para Melanie isso era muito estranho,

— Mel, o que aconteceu? Você está...

— Diferente? Eu sei, você também.

— Eu? Não mesmo, eu continuo ruiva e sardenta.— ri a puxei para o sofá.

— Tem razão.— ri.— Sinto saudades de você. Para minha surpresa ela me abraçou e começou a chorar. Senti meu ombro molhar.

Tá bem, o que foi que eu perdi?
Eu a abracei fortemente.

— O que aconteceu?

— Meu companheiro.

— Você o encontrou, isso não é bom?— sorri para ela. Ela parou de chorar e olhou para mim com pesar.

— Ele me rejeitou.— sorriu tristemente.— Disse que sentia pena de mim, que eu sou uma "coisinha superficial", que tenho medo de mostrar como sou de verdade. Disse que nunca ficaria comigo. — Limpou lágrimas que insistiam em cair.

Eu sei bem como é ser rápido rejeitada e é uma dor absurda.

— Quem é esse idiota? Eu vou matá-lo.— abraço forte.

A pior dor da rejeição é o fato de que não deixamos de ser companheiros, quem é rejeitado sente dores absurdas, além de alucinações por muito, muito tempo. É um castigo terrível.

— Não importa.— limpa as lágrimas.— Eu vou ficar bem. Agora me conta. Você tem falado com Oliver? Ele me disse que: "Holanda é uma merda, essas flores idiotas coçam meu nariz!"— ri.

— Na verdade temos passado as últimas quatro semanas estamos conversando muito.— ela sorri.— Só que ele está estranho, mais de uma vez, essa semana, ele tentou me beijar.— o sorriso dela murcha.

— Do que está falando? O supremo está na África.

— Acho que você ficou muito tempo longe.

— Não mesmo, Mia. Eu sou tipo sua guardiã, já que sou sua amiga e bruxa, então ele sempre me pergunta como está você. Ultimamente eu não estou deixando que ele entre na minha mente, tenho coisas mais importantes pra fazer, mas eu realmente creio que ele está na África.

— Você não está bem. De qualquer forma, tá precisando de alguma coisa?

Ela joga a cabeça pra trás enquanto fecha os olhos relaxadamente.

— Não se preocupe, eu me Viro. Mas quero que me acompanhe em algo.

Sem que eu esperasse ela me levou até o quarto onde vi roupas infinitas em um monte enorme. Eram roupas pretas, a maioria eram tops, meias quadriculadas, transparentes. Tinha vestidos tubinho vermelhos que deixavam as costas nuas, tiaras e brincos de diamantes, vestidos e saltos pretos que deixam qualquer mulher poderosíssima.

— Nossa, essas roupas são de enlouquecer.— pego o vestido preto de costas nuas.— O que vai fazer com elas?

— Isso. Para o meu terror ela põe fogo nas roupas.
Mas o que está acontecendo com essa alcatéia?

Prometida Ao Supremo [Parada] Where stories live. Discover now