Capítulo Cinco

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___ CAPÍTULO CINCO___

A máscara de cedro

Sophia já havia lido em um livro chamado As Origens da Magia do Novo Mundo de Manuel da Nóbrega sobre a cidade de Manoa, onde se localizava CasteloBruxo. Segundo ele, até antes de 1500 d.c pouco se sabia sobre as tradições mágicas dos povos ameríndios. Isto se devia ao fato dos costumes serem passadas as novas gerações oralmente, quase não havendo coisa escrita para que se pudesse saber sobre os povos originários do aclamado "Novo mundo". Dizia ainda que o historiador Diaz del Castilho em 1870 reuniu fragmentos escritos em runas antigas pelos bruxos ameríndios contando que uma caravana em meados de 1.200 d.c, enquanto a Europa passava pela idade média, um povo originário da península de Yacatán movidos pelo sonho da imortalidade se instalou no norte do Brasil. Com o crescimento das populações ameríndias, as tribos locais decidiram que aqueles com o sangue mágico deviam ser instruídos corretamente em algum lugar seguro. Com grande ajuda dos Incas, construíram uma cidade, que ficou conhecida como, Manoa, que abrigava CasteloBruxo onde ocorriam as práticas de atividades mágicas.

Embora Sophia quisesse dar uma boa explorada na cidade, o velho tomou outro caminho, sob o argumento que seria mais rápido. Depois, caminharam até o lago e o atravessaram em alguns barquinhos. Depois de minutos, atingiram a uma grande escada que dava às portas do grande castelo.

O velho corcunda olhou para os pivetes antes de bater na grande porta.

— Está todo mundo aí? – Ele disse rouco.

Ouviu-se um murmúrio assentindo com o velho.

— Como se alguém que não estivesse aqui iria responder – Sophia ouviu alguém zombar baixinho com outrem.

A porta então se abriu. Uma bruxa de pele lisa e escura, lábios carnudos e olhos negros, apareceu. Portava um diadema adornado com penas de diferentes cores cingindo seu toucado. Sophia a reconheceu. Era a Professora Aiyra.

— Alunos do primeiro ano – O velho corcunda disse pomposamente – Professora Aiyra Anahi!

— Muito obrigada, Senhor Gaiteiro! Eu cuido deles daqui em diante!

A professora virou-se e fez sinal para todos a acompanharem. O saguão de entrada era gigantesco. Sophia estava boquiaberta olhando para todos os lados.

— Bem-vindos à CasteloBruxo! – A professora anunciou – O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco! Antes, porém, vocês passarão por uma seleção pela qual serão designadas suas casas. Gostaria que vocês se arrumassem o melhor que puderem até que estivermos prontos para recebê-los.

Então ela se retirou e entrou em uma porta à esquerda do saguão onde era possível ouvir centenas de vozes. Sophia ajeitou o chapéu verde-claro e olhou em volta. O teto parecia não ter fim, as paredes douradas estavam iluminadas por tochas e uma grande escada a frente levava aos andares superiores.

Não demorou muito para que a Professora Aiyra voltasse os ordenasse para segui-la. Eles atravessaram o saguão e passaram pela porta de acesso ao Salão Principal. Sophia jamais vira uma sala tão majestosamente grandiosa, em beleza e tamanho. Todos os outros estudantes já estavam sentados às quatros mesas cumpridas que se estendiam por todo o salão. Em cima delas, encontravam-se postos pratos e taças dourados. Havia milhares de velas que flutuavam no ar iluminando todo o ambiente.

Ao fim do grande Salão Principal, uma mesa posta horizontalmente servia aos Professores de CasteloBruxo. A Professora Aiyra levou os estudantes do primeiro ano até ali, em frente à mesa. Depois, pôs um pequeno banquinho de frente a eles e uma máscara em cima deste. Ela era arroxeada e tinha um formato um tanto peculiar, como a de um coração com quatro espinhos que saíram de cada lateral e mais dois que formava um pequeno chifre. Os olhos eram grandes e alaranjados. Sophia sentiu um calafrio.

Sophia e o CasteloBruxo - Livro 01Where stories live. Discover now