Sophia e o CasteloBruxo - Livro 01

Capítulo Quatro

___ CAPÍTULO QUATRO___

Fantástica viagem à CasteloBruxo

Sophia passou o resto do mês de agosto com a Professora Aiyra até que se chegasse o momento para que ela embarcasse no trem em destino à CasteloBruxo. Aiyra partira cinco dias antes da viagem. Dissera que, como professora, já estava atrasada para o início das aulas. Portanto, Sophia teve de ir sozinha a estação que ficava na Travessa João Telles de Menezes. O tráfego estava muito mais intenso desde a última vez que ela estivera ali. Sophia ouviu alguém dizer que dali partia todos os bruxos da região sudeste do Brasil.

Após várias e várias horas em um canto sentada sozinha na estação, Sophia começou a achar que estava em algum lugar errado. Ou o trem já havia partido...

— Aii! – Alguém gritou!

Sophia virou o olhar. Uma menina de cabelos castanhos escuros curtos e bagunçados, com uma área de cor avermelhada acabava de levar um cascudo de um homem com um ar de importante.

— Se fizer isso novamente eu juro, Laiana, que a deixo careca! – O homem bufou – Agora vá! E se eu receber alguma reclamação... Você vai desejar que eu nunca receba outra!

— Tá bom! Tá bom! – A menina respondeu se desvencilhando do homem – Te amo também papai!

A menina começou a andar em direção a Sophia esfregando os cabelos onde levara o cascudo e esta abaixou os olhos rapidamente. Ela jogou-se no banco ao lado de qualquer maneira.

— Chegar a CasteloBruxo eu acabo de o deixar todo vermelho! – Sophia ouviu a menina resmungar baixo.

Sophia olhou disfarçadamente para ela. Parecia que estava comendo as unhas dos dedos.

— Hey! – A menina disse.

— Hey! – Ela repetiu mais alto. Sophia virou-se para ela. Pôde ver melhor. Tinha um nariz arrebitado, olhos cor-de-mel e pequenas sardas no rosto.

— Você também vai à escola? – Ela perguntou.

— S-sim...

— Por que está com sua mala ainda? Deve colocá-la no trem!

Sophia piscou os olhos. A outra deu um sorrisinho.

— Vem comigo, eu te ajudo! – Ela disse levantando-se.

Sophia pegou sua mala e começou a seguir a garota.

— Ali! – A menina apontou quando viraram à esquerda a alguns metros na frente numa plataforma. Havia um grande trem esverdeado estacionado e diversas pessoas conversavam ali enquanto algumas araras grasnavam, outros gatos miavam formando um coral de barulhos estridentes.

— Bem... – Sophia sentiu o rosto ficar rosa. Estava mesmo em lugar errado – O-obrigada.

— Não há de que! – A menina sorriu e consultou a hora – É melhor a gente subir logo, antes que ocupem os melhores lugares.

Sophia e a garota de cabelos castanhos seguiram por alguns vagões até acharem um vazio. Ela tentou erguer a mala pelos degraus acima, sem sucesso.

— Espere um minuto... – A menina tentou ajudá-la, porém ambas também não conseguiram. Talvez fosse porque a garota deixou escorregar a mala das mãos e caiu no chão.

— Mas o que você carrega que pesa tanto nessa mala? – Ela riu ofegante enquanto se levantava.

Sophia deu ombros.