05 - Melhor Amigo

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Jughead estava bebendo a terceira garrafa da vodka barata dele e eu tentei, juro que tentei não deixá-lo beber, mas cá entre nós, melhor uns fígados podres da parte dele do que ter que discutir com um adolescente bêbado e que só sabe fazer piadas maliciosas sobre os meus preciosos seios.

Eu poderia deixá-lo por aqui, sozinho. A Betty de ontem ou a de mais cedo não se importariam em deixá-lo aqui. Porém, tem aquela coisa da empatia, do senso humanitário, compreende? Preciso ajudá-lo, para ao menos não ficar com um peso na consciência. Droga! Mesmo sendo o Jughead, eu simplesmente, não consigo ser tão má como tenho sido todos esses anos.

Mas, que inferno! Se existisse uma lista de coisas que Elizabeth Cooper não deveria fazer, a primeira seria na certa "Ajudar Jughead Jones". Mas, como eu disse, existem coisas que seres humanos em situações como essa são obrigados a usar empatia e o senso. Sem contar o pesar em que eu me encontraria, porque o cada pode ser o chato que for, mas além de ter disposto a me levar e trazer, ele também foi divertido, engraçado... e gentil?

É, ele foi gentil. Rio comigo mesma analisando o bêbado sorridente em minha frente.

Okay, que essa coisa dele de querer me trazer e levar para casa passou em minha cabeça como uma forma de eu depois o pagar, e sabemos bem que tipos de pagamentos esse pilantrinha adoraria de mim. Inacreditável. Mas, agora, olhando para o estado deplorável em que ele estava, era óbvio que estava fora de cogitação. Na verdade, sempre estaria fora de cogitação, pois é de Jughead Jones que estamos falando. Ele sã e principalmente bêbado eu nunca ousaria em transar.

- Talvez seja melhor a gente vazar - sussurro encarando seu olhar sobre o Rio. Ele se vira para mim, sorridente, aponta a garrafa para mim e em seguida vai de encontro ao carro, meio cambaleante. Sorrio. - Okay, espero que isso tenha sido um sim - ele estava abrindo a porta da caminhonete e indo sentar-se sobre o banco do motorista.

Apesar de ter fumado uma, eu estava cem por cento sã e sabia que aquilo estava fora de cogitação. Pelo amor de Deus!

- Tá legal... - ando até onde ele se encontra - melhor você só ficar de boa ali do outro lado, amigão.

Tento tirá-lo do banco com uma certa dificuldade. Essa porra desse garoto pode até ter um físico invejado para alguém que não faz nenhum tipo de atividade física - não chega a ter músculos enormes e exuberantes, mas também não passa despercebido, ele consegue ser... interessante.

Por que estou analisando-o, quando deveria deixá-lo no outro lado do carro?

- E-eu con...sigo me virar, tá legal? - diz saindo sem minha ajuda com muita dificuldade. E a propósito, que bafo insuportável. - Eu sou bem grandi...nho... posso me virar so...zinho - e então, ele cai no chão e eu não consigo segurar a risada ao constatar aquilo.

Mas paro preocupada ao vê-lo gemer de dor e avistar um liquido vermelho escorrendo em sua pele. Merda, a garrafa de vodka. Eles estava segurando e possivelmente quebrou. Praguejo por não ter pensado em tirá-la de suas mãos a tempo.

Chego perto dele, suficientemente para ver o estrago em sua mão esquerda. Um corte não muito grande e que eu ao menos consigo ter noção se é fundo ou não.

Seguro-o pela cintura, tendo cuidado com a garrafa quebrada e depois de uns segundos enormes, coloco-o em seu devido lugar, como passageiro no banco ao lado do motorista. Vejo seu machucado e procuro por algo que possa ajudá-lo com a ferida, mas a unica coisa que encontro é uma garrada d'água. Coloco sua mão machucada para fora do carro e jogo a água, limpando o sangue em volta. Jughead resmungava uns palavrões, mas eu o xingava e ele fica quieto.

- Ai, está doendo... - diz ele, fazendo uma careta engraçada. Encaro sua mal e consigo ver que o corte nem foi tão fundo assim. Dependente dos cuidados dele, em menos de uma semana cicatriza.

QUEEN B - bughead Onde as histórias ganham vida. Descobre agora