CAPÍTULO 37

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VOCÊ NÃO ENTENDE!

Jéssica

Eu fico olhando para ele sem acreditar em suas palavras. Procuro manter a calma.

— Surpresa em me ver?

— Posso dizer que não esperava te encontrar aqui. — vejo um sorriso se formar em seu rosto.

— Eu precisava te ver. — ele respirar fundo. — Você é especial para mim, Jéssica. — dou risada.

— Engraçado você não levou em consideração isso a um tempo atrás. — falo.

Ele me olha balança o líquido que está em seu copo.

— Realmente vejo quão inconsequente fui, e te devo um pedido de desculpas. — fico paralisada com o que ouço. — Eu estive querendo uma oportunidade a anos, e você mal termina já cai nos braços de outro.

— Não devo satisfação da minha vida a você. — ele balança a cabeça concordando.

— Não, não deve, mas um pouco de consideração talvez. — dou risada. — Quando vi você com ele na praia, eu agi sem pensar.

— Ferraz, não temos que ter essa conversa, você é casado. — ele me interrompe levantando o dedo.

— Era, e pelo que fiquei sabendo isso não lhe impediu de se envolver com ele. — pronto aí está a acusação.

— Bom se você é, ou era é problema seu, se eu me envolvi com ele sendo casado é problema meu. — vejo seus olhos fixos em mim. — Você também não teve um pingo de consideração comigo e se eu não tivesse conseguido provar que não tinha nada haver eu teria sido presa e estaria com um processo nas costas.

— Eu não deixaria isso acontecer. — ele fala alterando um pouco a voz, vejo ele respirar fundo. — Não mesmo, sei que não vai acreditar, mas é verdade só queria que você abaixasse sua guarda.

— Abaixar a guarda?! — dou risada. —Eu nem sei porque estou falando com você.

— Jéssica, eu realmente me arrependo do que fiz. — ele fala com a voz baixa.

— Não é do meu interesse. — olho para o corredor e não vejo ninguém. Preciso sair daqui. — Se me der licença, tenho que ir. — vou passar por ele, mas ele segura meu braço.

— Porque está sendo tão hostil? — ele me olha depois olha para o corredor. — Está realmente com pressa, ou está com receio de mim? — ele se aproxima mais um pouco.

Eu tenho que sair se Heitor sonhar não quero nem imaginar.

— Eu realmente não acredito nesse seu discurso. — solto meu braço do seu aperto. — Mas já que perguntou, não é receio e sim nojo. — ele estreita seu olhar. — Repulsa, talvez se encaixe perfeitamente. — dou dois passos e escuto ele falar.

— Mesmo assim, foi um prazer revê-la minha cara. — não olho para ele mas respondo

— Infelizmente, não posso dizer o mesmo. — Saio naturalmente sem demonstrar grandes reações.

Não quero que pense que estou com medo. Mas na verdade estou com um frio na barriga. Mas isso tudo, é um tanto interessante. Me vem na memória aquela época a dois anos atrás. E vejo como amadureci. Não sei se é pelos últimos acontecimentos ou todos juntos, mas eu não me sinto tão vulnerável como antes.

Tenho mais confiança em mim. Uma força brota dentro de mim, me faz encarar tudo de maneira diferente. Não me sinto acuada. Entro no salão novamente e começo a procurar por Heitor. Como se nossos pensamentos tivessem sincronizado meu celular vibra. Abro minha bolsa e atendo.

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