CAPÍTULO 6

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O CHURRASCO

Jéssica

Ficamos na cama o restante da tarde. Um momento diferente, não tínhamos passado tanto tempo juntos. Acabamos dormindo e acordamos com o celular de Heitor tocando, mais uma vez ele visualizou mas não atendeu.

Agora estou tentando achar uma roupa para sair. Como não trouxe muitas opções escolhi um shorts jeans branco e uma blusinha vermelha de alcinha, que tem umas pedrinhas que enfeitam toda parte do busto. Como fiquei na praia na parte da manhã, minha pele pegou um leve bronzeado, mas já deu uma diferença.

Calço uma rasteirinha que trouxe, passo batom, perfume, e pronto dou uma olhada no espelho, perfeito talvez o shorts esteja um pouco curto, mas é o que tenho.

Saio do quarto a procura de Heitor, e o encontro na cozinha, bebendo cerveja. Ele está de costas, me encosto na bancada.

- Estou pronta! - Falo, ele se vira, dá uma piscada e termina de tomar sua cerveja.

Dou uma conferida no visual dele, está vestindo uma camiseta preta com algum símbolo de rock, bermuda jeans, tênis e boné. Joga a lata no lixo, pega as chaves e telefone que está em cima do balcão, segura minha mão e começamos a sair. Então ele para, também paro para ver o motivo, e ele está olhando para minhas pernas.

- Isso não está muito curto? - pergunta apontando o dedo para o shorts, olho novamente para a peça de roupa que estou usando.

Eu tinha achado que realmente estava curto, mas agora ele dizendo isso, já não acho.

- Não está, não. E além disso é o único que eu trouxe, se tivesse me avisado teria escolhido algo mais apropriado. - Falo dando de ombros, e puxando ele pela mão. Ele nem se mexe.

- Eu esqueçi, por isso não avisei, mas você não trouxe outro um pouco mais comprido? - Reviro meus olhos, solto sua mão viro a bunda para ele e coloco minha mão atrás.

- Está vendo, não tá curto, tem cinco dedos para baixo da bunda. - Ele continua parado olhando. - Vamos logo Heitor, nem queria ir a idéia foi sua. -Agarro seu braço puxando, ele vem.

- Não vamos demorar mesmo, mas acho bom você não sair de perto de mim. - Dou risada da maneira que ele fala, e me assusto com um tapa que ganho na bunda. - Isso é só uma amostra do que você vai ganhar se ficar longe de mim. - Olho para ele.

- Se você está tentando fazer com que eu te obedeça é melhor mudar de tática. - Falo com um grande sorriso na cara dando uma piscada, puxando ele pela mão.

- Garota você está brincando com fogo! - Fala entrando no carro.

Vendo ele assim tão a vontade, nem parece que temos essa diferença de idade, sempre quando ele me chama de garota isso me vem na mente. Assim que pegamos a estrada me viro e pergunto.

- Te incomoda a nossa diferença de idade? - Ele me olha desconfiado, vejo que está pensando.

- Acho que não, mas porque isso agora?

- Toda vez que você me chama de garota, eu me sinto uma adolescente. -Ele me olha, me analisa, mas não comenta mais nada e o assunto morre.

Está um final de tarde tão gostoso, não está aquele calorão, que estava depois do almoço. Seguimos pela beira mar, até chegarmos a uma casa grande de dois andares. Heitor para o carro, e já consigo ouvir a música, tem vários carros estacionados.

Eu estou me sentindo um peixe fora d'água. Saímos e começamos a entrar na casa. Heitor pega em minha mão e entrelaça nossos dedos. Sorrio. Creio que o seu motivo para o gesto, tem mais haver com minha roupa, mas não ligo. Penso que gostaria que sua amiga nos visse assim.

Um Único Olhar [Re-postando]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora