Perdão.

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- Podemos conversar?- Antony diz. Sebastian confirma e fecha a porta do quarto, indo para o quintal atrás da casa

Me encosto na porta, perto aonde eles estão e ouço toda a conversa.

- O que você quer?- Sebastian pergunta rude.

- Quando fiquei sabendo da sua mãe, há alguns meses, eu percebi o erro que cometi.- Sebastian revira os olhos.- Eu banquei todo o hospital, e também...

- Então veio aqui pra dizer o quanto pagou lá ou como foi gentil...

- Deixa eu falar, Sebastian.- Antony se impõe.- Eu amo sua mãe, e sempre vou amar, eu cometi um erro e eu me desculpei com ela e tentei consertar. Não estou mais com Miranda, elas voltaram para Inglaterra. Então pare de se fazer de coitadinho! Sei o quanto sofreu, mas estou dizendo que eu me arrependo, e que eu realmente quero fazer parte da sua vida.- Sebastian ri debochado.- Você é igualzinho à mim.- Antony ri e coloca a mão na cabeça.

- Nunca mais diga que pareço com você.- Sebastian aponta o dedo em sua cara.- eu não sou covarde e muito menos traíra.- ele cospi as palavras na cara do pai.

- Vai, manda a ver, eu mereço...

- Você nos trocou, você fez ela sofrer, você fez ela chorar.- ele gritava nervoso.- eu a via chorando e triste pela casa. Sabe o que mais, o primeiro jogos dos Lakers na cidade, lembra?- Antony confirma.- Você levou aquela pompozinha nojenta da filha da Miranda. Era pra ser eu, pai. Eu que via os jogos com você nas madrugadas, eu tinha a camisa autografada, você me deu, eu que sou seu filho de verdade. Nos dia dos pais você nem se quer aparecia aqui, você mandava dinheiro como se eu fosse um cachorro de caridade que precisava de ajuda, enquanto isso jantava com a Miranda e a Stef, no melhor restaurante da cidade.- ele gritava descontroladamente.- Você é um covarde, um traíra, estupido, babaca, mas eu odeio, eu odeio...- ele gagueja.- odeio o fato de eu ter a droga do seu número e te ligar sempre que eu tenho algum problema, odeio achar que você pode me ajudar sempre que preciso, odeio ter esperança de que você irá voltar pela porta da frente e ficar com sua família verdadeira.- ele chorava e gritava com Antony, que o encarava com os olhos arregalados.- eu odeio ter que te tratar mal, porque eu ainda consigo te odiar, porque você é meu pai, mas eu não quero que saiba disso, porque eu odeio tudo o que você fez, mas não consigo te odiar...

Antony abraça Sebastian. Ele chora no colo do pai como se voltasse aos seus 10 anos de idade. Olho em volta para ver se alguém havia parado para assistir tudo aquilo ou se havia percebido algo, mas todos estavam dentro da casa ocupados demais. Sebastian parecia tão frágil como nunca eu havia o visto.

- Ela se foi...- ele resmunga entre os choros.- e eu não faço a menor ideia de como viver sem ela.- ele diz.

- Tá tudo bem, filhão.- Antony sussurra enquanto acaricia seu cabelo, fazendo-o se acalmar.- eu to aqui agora...- ele fecha os olhos.- eu não vou mais embora.

Antony olha na minha direção e percebe minha presença, ele me encara e então faz sinal para que eu me aproxime. Ele realmente não sabia o que fazer com Sebastian, talvez por isso pediu que eu fosse até lá.

- Fica com ele, enquanto eu pego uma água para ele.- confirmo e então ele me dá Sebastian como uma criança chorona.

Antony entra na casa e o vejo procurando um copo em cima da pia.

- Oi, bebê chorão.- tento fazer Sebastian rir.

- Eu odeio você.- ele diz num tom de brincadeira.

- Chorar faz bem.- digo.- prometo nunca contar que vi Sebastian Hastings chorando.

- Acho bom.- ele diz e eu dou um beijo em sua bochecha.

Não me deixe irWhere stories live. Discover now