Só por mais uma noite.

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Depois de sair do Bilbibo's, eu e Sebastian caminhamos até o parque, conversávamos sobre vários assuntos não muito relacionados à nós, mas consegui arrancar algumas coisas dele, como: sua banda favorita é Green day, se pudesse ter poderes, teria super força, ele ama seu carro, ama animais, mas seu bicho preferido é cachorro, e por fim, moraria na Irlanda, porque ele adora as danças irlandesas, admito que ri muito ao saber disso, mas foi a coisa mais engraçada que ouvi saindo daquela boca. Depois de andarmos quase o parque todo, ele perguntou se queria ir com ele de carro, já que ele é meu vizinho, eu apenas disse que "sim" e voltamos até o Bilbibo's onde o carro estava estacionado na frente. No caminho cantamos Amy Winehouse, um pouco de Cyndi Lauper e pra fechar com chave de ouro, tentamos cantar uma música espanhola que tocava na rádio, já dá pra perceber que foi um tremendo desastre, principalmente da parte dele. Assim que chegamos, ele estacionou o carro na garagem e desligou a chave encostando no estofado do carro, como se estivesse super cansado, ficamos olhando pra entrada da casa dele por um tempo, até eu finalmente dizer algo.

- Você até que não é nada mal!- digo sem olha-lo.

- Carson, eu sou mais velho, seria pedofilia, pare de me paquerar.- ele diz calmo e num tom brincalhão.

- Você é a pior pessoa que existe!- rimos e decidimos sair do carro.

Caminhamos até nossas portas e então eu gritei boa noite e ele sorriu sem mostrar os dentes, antes que eu pudesse entrar por total, ouço ele gritar.

- Mellory!- ele grita chamando minha atenção.- liga pra ele.- ele diz me olhando como se dissesse "sabe de quem estou falando".- ele deve estar esperando por você.- ele sorri que nem antes e entra, posso ouvir o barulho da porta sendo trancada.

Entro em casa e pego meu celular, nenhuma chamada ou mensagem dele, talvez Hastings podia estar certo, ele estava esperando por mim. Passo pelos meus pais que deram um sermão, mas eu fingi que entendi tudo e subi para o meu quarto, peguei o celular e disquei o número de Stevie, e a cada tun da chamada, meu coração acelerava e parecia que voaria caso eu abrisse a boca.

- Alô?- ouço sua voz do outro lado do telefone.

- Oi, sou eu...

***

Stevie estava no quintal, já eram quase meia noite, eu já havia jantado e meus estavam na cama. Já estava mas que na hora de conversarmos a respeito de nós e como seria daqui pra frente, aliás semana que vem ele já iria embora. E então eu o observei subindo pela árvore até a janela. Eu me permiti relembrar todas as noites que ele fazia isso, e de como as borboletas se bagunçava no meu estômago, de como era acordar com ele ao meu lado, mesmo que isso tenha acontecido pouquíssimas vezes. Não estávamos juntos a muito tempo e nem era oficial, mas era como se estivéssemos juntos a vida toda e eu não queria o perder assim, do dia pra noite e se for mesmo pra ter um fim, que seja agora, com consciência de que acabou e com perdão, porque eu ainda gosto dele e saber que tudo acabou mal, acabaria comigo. Stevie entrou e deu um meio sorriso ao me ver, eu o encarei, sem nenhuma expressão, eu olhava cada detalhe de seu rosto, minha vontade era de beija-lo e nunca mais deixa-lo ir, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram.

- Eu acho que essa é a hora que você diz: "precisamos conversar..."- ele diz me encarando.

- É... claro, é isso...- digo e me sento na cadeira enquanto ele se senta na cama.

Eu continuei calada, eu não sabia o que fazer ou dizer.

" - Acabou, Stevie!"

"- Você quem quis assim!"

"- Não, por favor, fica!"

"- Eu te amo!"

'- Stevie, infelizmente, esse é o nosso fim."

"- Eu quero beijar toda essa sua cara e..."

- Mellory, você está bem?- ele me olha.- Você não fala nada.- Stevie diz me tirando das piores ideias.

- E-eu só, só não, não sei...- digo gaguejando.

- Não sabe o que?

- Como iniciar essa conversa.- eu começo a ficar nervosa e inquieta.

E então eu o abraço, de uma forma repentina e inesperada, eu me lanço em sua direção e o abraço, fazendo-o cair deitado na cama. Seu cheiro era bom, era tão suave, seu cabelo era gostoso e cheiroso, sua pele era macia e o balançar do seu peito ao inalar e exalar o ar, fazia-me sentir em paz. Eu não queria que ele fosse embora, eu não queria que acabasse, eu aprendi a ama-lo e eu gostava daquilo, ele me fazia sentir segura, amada, cuidada e desejada, ele fazia-me sentir bem e eu não estava preparada para dizer um tchau para tudo aquilo, eu só queria beija-lo, só isso e, foi exatamente o que fiz, eu subi em cima dele e deixei com que nossos lábios se tocassem devagar, deixei com que tudo pegasse ritmo, um ritmo calmo, mas não lento, Stevie parou o beijo e ao me encarar parece que entendeu meu recado. "Deixa tudo pra depois, agora eu só quero isso". Ele voltou a me beijar e subiu na cama até os travesseiros, sua mão percorria minha cintura, como um aventureiro explorando seu ambiente, tudo se encaixava, suas mãos, suas pernas, seu corpo e principalmente, sua boca, e eu não queria perder aquilo, pelo menos por aquela noite, eu não queria perder Stevie.

Não me deixe irWhere stories live. Discover now