GISELLY
∞
Acordei naquela manhã com uma dor de cabeça mortífera. Meus pensamentos pareciam desordenados, e as memórias das últimas horas eram inconcebíveis. Apenas alguns fragmentos eram apontados, como: Kendall e eu em uma festa, Harry e seus mistérios e Louis ocupando cargo temporário de minha babá.
Aliviei meus pulmões com uma respiração profunda enquanto esticava meu corpo dolorido sobre a cama, — que de modo súbito, notei ter um aspecto diferente.
Censurei.
Já com apreensão, lancei meus dedos até o abajur que se encontrava no criado mudo e o ascendi.
Um pequeno som de surpresa escapou de meus lábios.
Os olhos varreram cada centímetro daquele quarto — que eu não imaginava de quem poderia ser. Retirei meu corpo imediatamente daquela cama.
Andei alguns passos para trás ainda incrédula da situação, até sentir meu corpo embatendo contra a parede álgida. Vi umas cortinas de material plástico que impedia a infiltração da luz que provinha de fora. Abri-a e pude notar que o sol resplandecia o dia.
Deus há quanto tempo estou aqui?Minha mãe deve estar surtando neste momento.
Minhas mãos suavam, e a pulsação acelerou. Permiti que meu corpo girasse para ter uma visão mais eficaz do quarto. Os troféus nas estantes foram os que primeiro me chamaram atenção. Descendo a análise para escrivaninha onde havia muitos livros didáticos mutuados, reparei em um pequeno retrato quase camuflado atrás do mutirão. O Senhor Evans sorria radiante ao lado de uma garotinha de cabelos claros.
— Louis...
Uma dúvida excruciante tomou conta do meu semblante. Esforçava-me para não me apavorar com o fato de que acordei na cama do meu professor. Esquivava-me da ideia de termos passado a noite juntos, mas era impossível diante a situação.
Não, ele não faria nada vendo meu estado de inconsciência. Faria?
Incerta, avancei rapidamente até a porta e girei a maçaneta. Não tinha a mínima noção como iria embora daquela casa, ou quem encontraria pelo caminho.
Desci as escadas que me levaram até uma sala de estar. Avistei a entrada principal. Fiz dela o meu rumo.
— Já vai tão cedo?
Tive um sobressalto.
Olhei para trás onde vi uma mulher adulta, de olhos grandes e azuis, com os cabelos ondulados presos em um rabo de cavalo. Pareceu se sentir culpada pela forma que me abordou. Então sorriu gentilmente a fim de diminuir a tensão.
— Não posso deixá-la ir sem antes fazer uma refeição — ela se aproximou. Por algum motivo eu me retraí.
— Eu preciso ir para casa — falei friamente, pronta para seguir até a porta.
— Eu insisto. — ela se aproximou um pouco mais. — Que boa sogra eu seria se deixasse você sair sozinha e com fome?
— O que?
Não consegui conter o rubor nas minhas bochechas causadas pelo acanhamento. Não sabia se meu estado era gerido de raiva ou vergonha. Queria apenas ir embora para minha casa. Para minha mãe.
— Porque não toma um café enquanto Louis não chega? Ele não vai demorar — comentou, indicando que eu a seguisse até a conzinha.
— Eu não estou esperando por ele — falei. – Não sou nada dele — eu concluí de forma rude, mas absoluta.
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Pedaços De Nós (Entre Desejos & Segredos)
العاطفيةÀs vezes quando estamos no fundo do poço, o universo nos mostra que podemos nos afundar ainda mais. Como qualquer adolescente, Giselly tinha responsabilidades com os estudos, uma convivência irrefutável dentro de seu lar e um romance dos sonhos. M...