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❤️

Respondo com firmeza, com os olhos a encherem-se de lágrimas:

— Que és um ser completo, que mereces ser amado, que és a melhor pessoa que já conheci.

Assim que a última palavra sai da minha boca, ele beija-me. Retribuo o beijo com tanta força que dói, agarrando-lhe a camisa e torcendo-a na minha mão. Empurro-o pelo corredor fora e faço-o entrar por uma das portas para uma sala com pouca mobília perto do dormitório. Fecho a porta com um golpe do calcanhar.

Da mesma maneira que tenho insistido sobre o seu valor, Tobias sempre insistiu na minha força, sempre insistiu que as minhas capacidades são maiores do que penso. E eu sei, sem ninguém precisar de me dizer, que isto é o que o anor faz quando está certo - faz de nós mais do que somos, mais do que pensávamos que podíamos ser.

Isto está correto.

Oa dedos dele deslizam pelo meu cabelo e prendem-se nele. As minhas mãos tremem-me, mas não me importo que ele note, não me importo que saiba que tenho medo da intensidade do que estou a sentir. Arrepanho a sua camisa nos meus punhos, puxando-o para mais perto de mim, e digo o seu nome baixinho contra a sua boca. Esqueço que é uma pessoa diferente, sentindo-o, ao invés, como outra parte de mim, tão essencial como um coração ou um olho ou um braço. Levanto-lhe a camisa, puxando-a sobre a sua cabeça. Passo as mãos sobre a sua pele exposta como se fosse a minha. As mãos dele agarram a minha camisa e eu começo a tirá-la, mas, a seguir, lembro-me de como sou magra, pálida e sem peito e puxo-a de novo para baixo.

Ele olha para mim, não como se esperasse uma explicação, mas como se eu fosse a única coisa no quarto para que valesse a pena olhar. Olho-o também, mas tudo o que vejo faz-me sentir pior - ele é tão bonito e até os arabescos de tinta preta sobre a sua pele fazem dele uma obra de arte. Um momento antes, estava convencida de que éramos perfeitos um para o outro e talvez ainda sejamos - mas apenas com a roupa vestida.

Contudo, Tobias continua a olhar para mim da mesma maneira. Sorri, com um pequeno sorriso tímido. A seguir, coloca as mãos na minha cintura e puxa-me para ele. Baixa-se e beija a minha pele entre os seus dedos, sussurando «És linda» contra o meu estômago. E eu acredito nele.

Ergue-se de novo e encosta os lábios aos meus, de boca aberta, com as mãos nas minhas ancas expostas, deslizando os polegares para dentro do cós das minhas calças. Toco-lhe no peito, inclino-me para ele e sinto a sua respiração nos meus ossos.

— Amo-te, sabes? – digo.

— Sei – responde ele.

Com um trejeito das sobrancelhas, inclina-se e envolve-me as pernas com o braço, levantando-me no ar e atirando-me por cima do seu ombro. Rebento a rir, metade de alegria e metade de nervosismo, e Tobias carrega-me pela sala, largando-me sem cerimónias em cima do sofá.

Deita-se ao meu lado e eu passo os dedos sobre as chamas que lhe envolvem a caixa torácica.

É forte, ágil e determinado. E é meu.
Encosto a minha boca à dele.

Tris, in Convergente

Frases de Divergente 🔥Where stories live. Discover now