Capítulo Quatorze

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Hoje é segunda-feira o grande dia. Estou mais ansiosa que tudo, e na esperança que ao lado do meu nome esteja aprovada. Esther disse que passaria aqui, para irmos buscar o resultado juntas. E até agora nada dela aparecer. Para que a pressa, se ela já sabe que está completamente passada. Está livre de escola, por um poucochinho de tempo.
A campainha soa me tirando dos meus pensamentos.
— A paz amiga. Desculpa à demora o Felipe demorou no banheiro. — Esther diz tirando seu óculos escuro.
— Você está linda. — digo ao analisar a sua roupa.
Estamos ambas de vestidos de pano fino, de manga comprida. Só que o meu é um preto estampado e o dela cor de vinho. Ao que parece é que nos combinamos as roupas.
Tranquei a porta, e fomos em direção ao elevador. A rua estava bastante movimentada, vários alunos, passavam pela gente, voltando das suas escolas, ou indo também. Hoje é o dia, da grande aflição. Dia do tudo ou nada.
Logo chegamos ao colégio, de tanta ansiedade, cheguei rápido. Tinham muitos alunos olhando a lista que estava na colada na parede da diretoria. A única coisa, que eu podia fazer era esperar eles saírem, para poder encostar. Enquanto isso não acontece sento no parapeito ao lado da minha amiga, que compartilha o seu fone comigo. E começamos a escutar: Aquieta Minh'alma. — Ministério Zoe.

Eu não pude acreditar, quando vi APROVADA. Ao lado do meu nome.
Gritei tão alto que minha garganta doeu. Abracei minha amiga. E chorei ali mesmo naquele corredor. Estava louca para chegar em casa dobrar meus joelhos e agradecer a Deus, por mais essa vitória. A Esther também tinha passado,isso eu já mais teria duvida.
— Você passou Sarah? — ouvi a voz do Davi.
Virei-me para e encara-lo e me assustei ao vê que ele estava com um piercing no nariz. E seu cabelo estava cortado, no estilo social moderno. O Davi teria saído da igreja? Até ontem á noite, ele estava com o cabelo grande, do jeitinho que eu gosto.
— Então passou? — ele perguntou de novo.
— Hum... Sim passei. Obrigado por me ajudar. — fiz menção que ia o abraçar. Mais desistir na mesma da hora, vai que ele não gostasse?
— Parabéns!
Então Davi me puxou para um abraço. Não consegui resistir e fechei os olhos o apertando forte. O abraço é a única coisa do mundo que quanto mais apertado ele é, mais alivio ele dá.
Sinto tanta falta do Davi, que me nego a chorar. Não posso deixar ele me vê chorar. Funguei tentando conter a onda de choro que estava prestes a me afogar. Soltei o Davi de supetão, eu não aguentava mais prender o choro.
— Foi bom te vê Davi. — falei me preparando para lhe dá as costas.
Quando estava me afastando Davi segurou minha mão me fazendo olhar para ele. E aquele choquezinho que você só lê em livros, passou por minha mão. Causando-me arrepios.
— Sarah? — Davi chamou.
Eu não conseguia olhar para ele, então encarei o chão.
Vi os pés do Davi se moverem, até parar juntinho dos meus. E por um momento pensei que essa imagem daria uma bela foto.
— Sarah olhe para mim.
O inevitável aconteceu. As lágrimas que eu estava segurando começaram a cair, quando Davi segurou o meu queixo e me fez encarar seus lindos olhos azuis. Mesmo com as lágrimas embaçando minha visão, conseguir enxergar nos seus olhos, um sentimento novo, que parecia tristeza.
Por que o amor é assim? Provoca tamanha felicidade, e por vezes tortura com tanta dor?
— Desculpa. — Davi sussurra.
Apenas balanço a cabeça, e o encaro.
— Só me abraça, por favor...
Enquanto nos abraçamos, a música sinceridade de Alisson e Neide vem a minha cabeça. E logo meu choro, se transforma em risos. Deus sabe muito bem como consolar os seus.
Apertando o Davi mais forte, o solto, e sorrio para ele quando os nossos olhares se cruzam.
— Obrigado.  — sussurro. Então lhe dou as costas.
Encontro minha amiga, saindo do banheiro masculino. Olho para ela sem entender.
— O banheiro feminino estava cheio. Estava apertada demais, para esperar esvaziar. — Esther responde quando vê confusão em meu rosto. — Você está bem? Seu rosto está vermelho, por acaso andou chorando?
— Sim, quando vi que estava aprovada. — minto.
Sei que não posso mentir, mas não estou afim de contar a minha amiga o que acabou de acontecer. Não agora outro dia, ou outra hora eu conto a ela.
— Ah sim. Agora vamos. Prometi a Nina que ajudaria ela fazer o almoço. Alias você vai mais eu. Precisamos nos divertir. Precisamos comemorar.
Sem esperar por minha resposta, Esther puxa minha mão e me leva, para a saída do colégio.

— Quando a mamãe chegar daqui a pouquinho. Tem umas pessoas que vai apanhar. — Flavinho diz entrando na cozinha.
Já se passa das duas da tarde e só agora estamos almoçando. O Felipe deu a ideia de fazermos panquecas, mas não saiu como planejado, então estamos comendo macarrão salgadíssimo e frango queimado. Desse almoço a única coisa que se salva é o refrigerante que compramos na venda do seu Miguel.
— Não vai não. — Esther diz de boca cheia. — Você chegou para nos ajudar.
— Eu mesmo não. Quem mandou você confiar em Felipe, você sabe que ele é um péssimo cozinheiro. Lembra-se do aniversario de casamento da mamãe e do papai?
Esther gargalha, eu a acompanho, por que pela história que a Esther me contou, não tinha como não dá risada.
— Acho melhor fechar a cara. — Felipe diz fingindo está bravo, mas ele também não aguenta e começa a rir do seu fiasco.
— Sério; gente, vamos terminar aqui e limpar tudo. Daqui a pouco a dona Lívia chega. E vai meter bronca na gente. — Nina diz.
Todos nos concordamos. Flavinho senta á mesa também para degustar da nossa gororoba. Quando ele põe na boca, faz menção que vai vomitar mais engole. E começa a fazer suas criticas. Como se fosse um critico gastronômico.

— Obrigado meninas, hoje me diverti pra valer. — Nina diz enquanto se despede de mim e da Esther.
— Eu que agradeço. — digo abraçando a Nina.
Ela pisca e sai do quarto da Esther, creio que ir ao encontro do Felipe.
— Amiga eu vou tomar um banho, para ir pra casa. Daqui a pouco a mamãe chega, e eu não fiz nada em casa.
Esther balança a mão, como se desse tchau. Fico parada um tempo, e só então reparo que ela está, no spotify. E de repente uma música enche seu quarto.
— De quem é essa música? — pergunto realmente curiosa.
— Você me leva ao deserto. Ministério Zoe. — Esther responde olhando para mim.
Levanto o polegar para ela, e corro para o banheiro. Deixo a porta entre aberta, para que eu também pudesse ouvir o louvor. Que não é novidade alguma, eu amei. Faço uma nota mental, para adiciona-la a minha playlist.

Mamãe me sufoca, enquanto me dá os parabéns por eu ter passado de ano. Como ela prometeu, meu celular estava em minhas mãos, que estavam coçando para toca-lo.
— Parabéns minha princesa. Eu sabia que você iria passar. — mamãe diz ainda me abraçando.
— Tá bom, mãe. Agora me deixa vê meu celular. — digo eufórica.
Dona Nataly, me solta, e eu sem perder tempo abro a caixa, e encontro meu lindo celular dourado, e é do jeitinho que eu tinha pedido para ela.
— Obrigado mãe. Te amo. — falo abraçando ela mais uma vez.
— Também, meu amor. — mamãe diz beijando minha bochecha. —, Mas agora deixa esse celular ai. E vá se arrumar seu pai já deve está chegando.
Paro, e olho para ela, sem entender. Se o papai está chegando, para que eu devo me arrumar?
— Vamos, jantar fora. Comemoração Sarah, vamos! — mamãe diz quando vê minha confusão.
Sorrio. E o corro para o meu quarto, escolho a minha melhor roupa, pois hoje é dia de comemoração. E eu não posso fazer feio.
Uma hora depois, eu já estava pronta. E encontro meus pais, na sala me esperando. Sem mais delongas saímos pela porta. E fomos em direção ao elevador.

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*Jesus te ama.

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