Capítulo Seis

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Terminei de aplicar o brilho nos lábios. E o guardei no meu nécessaire em forma de melancia que aprendi a fazer no Youtube. Coloquei dentro do meu guarda-roupa, odeio deixar as coisas bagunçadas. Tudo isso aprendi com a mamãe louca por arrumação.
— Isso tudo é para o Davi? — ouvi a Voz da Esther.
Revirei os olhos com seu comentário, estava vestindo um vestido florido na altura dos joelhos e minha sapatilha na cor nude. Não estava muito bem arrumada é uma roupa simples. Onde eu estava me sentindo, muito linda. Graças a minha cunhada Claudia, minha auto estima está lá em cima. Antes eu nem tinha prazer em me arrumar, pois para quem eu iria mostrar toda minha beleza?
— Quando você começar a gostar de um garoto, a senhorita, vai odiar andar desarrumada. — Claudia disse no ultimo domingo.
— Eu já estou gostando de um garoto. — confesso a minha cunhada.
Ela arregala os olhos, mas logo coloca um sorriso no rosto. E me pede para contar tudinho. E eu não perco tempo, a puxo para o meu quarto e conto tudo. Que o Davi é evangélico, muito bonito, carinhoso, um bom amigo.
— Um garoto de boa índole, como se chama ele? — Claudia pergunta.
— Davi. — respondo rapidamente.
Minha cunhada assente, mas nossa conversa é interrompida, por uma garotinha loira que entra saltitante no meu quarto, me chamando para brincar de boneca.
— Está sonhando de novo? — Esther pergunta tirando do meu devaneio.
Olho para minha amiga, e reparo como ela está bem bonita. Com uma calça jeans preta, e uma camisa branca. Ah sim também estava de sapatilha. Esther e suas paixões!
— Isso tudo é para o Samuel? — apontei para sua roupa.
Esther riu largamente.
— Você é ridícula.
Ela apontou para o grande espelho que ficava no meu quarto. Revirando os olhos para ela, que está perdidamente apaixonada. Sigo para fora do meu quarto.
~~¨~~

— Boa noite. Sejam bem vindas. — disse uma garota morena na porta da igreja.
— Obrigado. — dizemos juntas.
A garota sorri, e pede para acompanhamos ela. A seguimos para dentro da igreja, o culto já tinha começado. E várias pessoas estavam de pé. Enquanto o moço do palco cantava uma música que eu não conhecia.
Uma vez que estávamos já acomodadas na cadeira de plástico, vi a Esther se ajoelhar para rezar, como eu era a única que estava sentada resolvi imitar a postura da minha amiga.
Rezei por todos meus familiares, amigos, e especialmente por mim. Quando me levantei, vi que a minha amiga, estava me olhando sorrindo. Sorri de volta. E apertei de leve sua mão. Por incrível que pareça, eu já me sentia muito leve. É uma coisa espetacularmente incrível. Malmente cheguei à igreja e já me sinto completamente em paz. Longe de preocupações.
O moço do palco começou a cantar uma música que eu não conhecia mais era profundamente bonita:
Eu sei que tem mais
Eu sei que existe mais de Deus pra mim
Que amor é esse?
Que amor é esse?
Que amor é esse?
Eu não entendo!
Esther pediu que eu fechasse os olhos, assim eu fiz e o moço continuou a cantar. Lágrimas banhavam o meu rosto, e meu coração transbordavam em alegria. A música começou a rolar e as lágrimas também.
— Diga sim para Deus querido e querida. — o moço do palco disse.
Em meio á música uma moça me abraçou, mas não disse nada apenas ficou ali me abraçando. E me senti confortada, e abracei a mulher com mais força. Só não entendia como ela sabia que eu precisava daquele abraço. É incrível, essa sensação, a paz que sentimos quando estamos na igreja.
Quando a música acabou eu estava soluçando. A mulher me soltou e sorriu para mim, seus olhos azuis eram calorosos. E fez com que eu me sentisse muito mais do que bem.
~~¨~~

O culto seguiu; várias pessoas tiveram oportunidade, logo depois o pastor. Passou para a cantora, logo depois que acabou a pregação. E ela já pegou o microfone cantando:
Quem impedirá o agir de Deus
Eu vou dar a volta por cima
Ele cumpre o que prometeu
Eu vou dar a volta por cima
O que passou, passou, chega de chorar
Eu vou dar a volta por cima
Tudo que eu vivi foi uma lição
Eu vou dar a volta por cima
Senti uma vontade de chorar imensa, mas não cedi; já tinha chorado demais, A cantora continuou a cantar e ali mesmo sentada fechei meus olhos e descansei a mão no meu colo.
O que era isso que eu estava sentindo? Era uma coisa que eu não conseguia explicar. A cantora continuava a cantar, ela fez uma pausa e perguntou se alguém queria aceitar Jesus como seu único e suficiente Salvador.
Não consegui conter as lágrimas então chorei. Eu queria muito aliviar aquela angustia que eu estava sentindo. Não era um sentimento ruim. Mas era uma agonia. E eu queria me livrar dela.
Eu nem vi a hora que eu levantei. Só sei que quando dei por mim, já estava lá na frente. E já chorava de novo. De repente aquela mesma mulher que me abraçou estava do meu lado.
A cantora sorriu, depois de mim várias pessoas também vieram para frente. A música acabou. E o pastor pediu que fechássemos os olhos, pois ia orar. Já estava de olhos fechados mesmo, mais continuei abraçada com aquela mulher. Ali mesmo no ombro dela chorei muito.
Quando o pastor terminou de orar a igreja toda aplaudiu, mas eu não estava com vergonha, estava feliz, por entregar a minha vida a Deus. E tinha certeza, que daqui a diante, Deus teria o melhor para mim.
Fui para o meu lugar, e minha amiga estava com lágrimas nos olhos e um sorriso enorme. Eu a abracei, por que estava muito contente para ficar parada.
— Parabéns amiga. — ela sussurrou no meu ouvido.
O culto terminou, e antes que eu pudesse sair várias pessoas da igreja me abraçaram e me desejaram boas vindas. Eu não tinha ido para Igreja para aceitar Jesus, só queria vê o Davi. Mas acabou sendo totalmente diferente. Glória a Deus por isso.
— Parabéns Sarah. — Davi me abraçou.
Quando nos separamos, sorri para ele. Davi estava bonito. Em uma calça social cinza, e uma camisa de botões e manga longa azul marinho.
— Já vou indo Davi. — falei. — Já está ficando tarde e amanhã tem aula. — expliquei quando vi Davi dá um sorriso forçado.
— Claro. Sim tudo bem! Nós vemos amanhã.
Então Davi vez uma coisa inesperada. Beijou minha testa. Meu rosto esquentou na mesma da hora. Não sabia o que fazer então dei as costas, e fui procurar a minha amiga.
Ela estava comendo coxinha com o Samuel. Chegando por trás dela, belisquei sua cintura sob a blusa.
— Nem chama né? — finjo está magoada.
Esther olha para mim, e sorri me oferecendo sua coxinha. Aceito, pois estou com fome. A coxinha estava deliciosa, me arrependi, de não ter trazido dinheiro.
— Quer uma Sarah? — Samuel pergunta.
Assinto, morrendo de vergonha. Enquanto o Samuel pede, a coxinha para a mulher; vejo aquela mesma mulher que me abraçou me chamando. Espero o Samuel me dá a coxinha, agradeço e vou ao encontro da mulher, que mais parece uma menina. Talvez seja da minha idade.
— Fico feliz, por você ter aceitado Jesus. Você fez a melhor escolha da sua vida. — a garota diz mais uma vez me abraçando.
— Também estou muito feliz. — digo por que é a verdade.
A garota sorri, ofereço a coxinha a ela, que nega. E eu aproveito e tiro um grande pedaço. Fecho os olhos para saborear melhor. Essa coxinha é divina. Preciso da receita dela urgentemente.
— Nossa como estou sendo rude, nem me apresentei. Meu nome é Talita. — Talita diz.
Sorrio.
— Meu nome é Sarah, seu nome é muito bonito. — digo.
— Obrigado, o seu também é lindo e o significado então?
Sorrio, assentindo. O papai escolheu muito bem o meu nome. Esther me grita, dizendo que já está tarde. Abraço Talita, não é que acabei gostando do abraço dela? Quando chego ao lado da minha amiga, ela me dá uma noticia avassaladora:
— O Davi e o Samuel, vai nos acompanhar até o meio do caminho de novo.
Sorrio.
— Vamos meninas? — Samuel pergunta com Davi ao seu lado.
— Vamos!

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Princesa do ReiWhere stories live. Discover now