Princesa do Rei

Capítulo Treze

Depois da cena que eu particularmente fui obrigada a presenciar. Eu não mudei com Davi. Quer dizer não tão radicalmente. Ainda conversamos, hoje pela manhã, na escola dominical, ele passou por mim e balançou a cabeça. Dei um sorriso amarelo e voltei a fazer as anotações no meu caderno. Pela tarde, quando fiquei online no facebook, fiquei completamente surpresa quando a janela de mensagem apareceu. Era uma mensagem do Davi.
Cliquei para que ela abrisse:
Davi Santana: Acredite,
Todos os dias eu escolho não me apaixonar por você. Só não tenho culpa se o meu coração é tão desobediente.
Tentei controlar as batidas do meu coração, quando termino de lê essa mensagem. Será mesmo que o Davi estava apaixonado por mim?
Comecei a sorrir feito boba, mas daí lembrei da cena. E aquela lágrima involuntária caiu. Decide então imaginar que aquela mensagem nunca existiu.
— Titia, olha que flor linda. — a voz da Aninha me distrai do meu pensamento.
Olho para minha querida sobrinha, que está linda com a sua Chiquinha. Nos últimos dias, esse tem sido seu penteado preferido. Junto ao par de presilha cor de rosa, que o Marcio lhe deu de presente. Por falar nele. Vejo ele correndo para nos alcançar, puxo a mão da Ana, para que ela corra comigo.
Ela olha para trás ao vê que o Marcio está correndo, solta minha mão e começa a correr mais rápido. Correndo, tentando acompanhar ela, vou gargalhando. Márcio me alcançar e me empurra e eu acabo caindo na grama, sem parar de rir, sento sobre o gramado e vejo Marcio jogando Aninha para cima, que grita pedindo mais.
Como Deus sabe trabalhar na nossa vida, ontem eu estava triste, cabisbaixa. E o Senhor usou Cláudia para enviar um louvor que tocou profundamente no meu coração. Hoje ele usou o Marcio para mim fazer feliz. E a cada dia mais, eu vou gostando mais e mais de está na presença dele,
Como estou gostando da minha amizade com o Marcio, estudamos oito juntos. E no final dos nossos estudos é que estamos, nos dando bem. A Aninha nem se fala, ela ama está junto ao Marcio. Além de ser um ótimo amigo, também é um grande professor.
— Um centavo pelos seus pensamentos.
Olho para o Marcio sorridente.
— Apenas um centavo? — pergunto.
Márcio sorri, e seus olhos pequenos fecham um pouco, por causa do seu grande sorriso.
— Eles valem mais que um centavo?
—Com certeza. Estava pensando em como é incrível o operar de Deus nas nossas vidas.
Márcio me olha pensativo. Seus olhos castanhos escuros brilham quando parece que ele teve uma ideia.
— Sabe, de tanto, vocês falarem de Deus. Vou á sua igreja hoje. — Marcio diz me surpreendendo.
Sem pensar, abraço ele com toda força. E tão bom quando um amigo seu, diz que quer conhecer Jesus. A alegria mal cabe dentro do meu coração. A Aninha também abraça o Marcio, sem nem saber o que está acontecendo.

Ficamos no parque até as cinco, pois teríamos que se arrumar já que o culto no dia de hoje começa ás seis da tarde.
— Estou feliz Marcio por te vê aqui hoje. — Esther diz ao Marcio.
— Também. Não sabia que está na igreja era tão bom assim. — Marcio responde.
Sorrio, até um mês atrás, eu não sabia a meça metade do que era felicidade, mas então eu conheci Jesus. E o aceitei como meu salvador. E até então foi a melhor escolha da minha vida. Passo pelas provas, muitas lutas, o melhor de tudo que no tempo certo terei minha recompensa.
— Tem culto dia de terça-feira, quinta-feira, sexta-feira, aos sábados cultos de jovens e domingo. As portas estão abertas. Seja bem vindo. — Samuel diz apertando a mão do Marcio. — Lembre-se você pode viver sem Deus, mas não morrer sem ele.
— Estou sabendo. — Marcio acena.
De repente me bateu uma sede, digo a eles que vou beber água, dou minha bíblia para Esther e caminho para dentro da igreja. Ao chegar ao bebedouro, pego um copo, enquanto espero enche-lo, passo os olhos ao redor da igreja, e encontro Davi conversando com o pastor Alex. Pelo rosto do Davi a conversa está sendo séria. Nossos olhares se cruzam pela segunda vez essa noite. E agora, vejo como ele está triste, e eu tenho vontade de abraça-lo. Davi enxuga uma lágrima discretamente, e volta a olhar para o Alex, Alex por sua vez, me olha e dá um pequeno sorriso.
Fiquei tão ligada na conversa alheia, que nem vi, que meu copo estava transbordando. Rapidamente desliguei a torneira do bebedouro. Como tinha um pano, logo ao lado, limpo minha meleira. Uma vez que estava tudo ok. Sai para fora da igreja, e encontrei os três, no mesmo lugar que os deixei.
— Por que demorou?— Esther pergunta.
— Me distrair, e acabei molhando tudo. — respondo um pouco preocupada.
A imagem do Davi enxugando aquela lágrima, não sai da minha mente. E mesmo sem eu querer, fico preocupada. Meus sentimentos pelo Davi, não acabaram, e duvido que um dia vá acabar.
— Vamos né amiga? Amanhã é o grande o dia.
Assinto, e sigo com o Marcio, deixando Esther para trás, para que ele pudesse se despedir do seu futuro namorado, descentemente.

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