*Pov Ângela on*
- Laurel vou embora! - digo, a uma das raparigas que se preparava para vir embora. Pe go na minha mala e saío do pequena balneario - até amanhã.
Saio do espaço que ainda estava com algumas crianças, eu sou uma das monitoras daqueles espaços onde os pais deixam os filhos enquanto vão as compras. Eu gosto de tomar conta de crianças mas por vezes fazemos festas de aniversario e lá tenho eu de vestir um fato horrível, super quentes e que por vezes cheiravam mal por estarem guardados a muito tempo.
Entro no meu carro e ligo o rádio estava a dar uma musica da Avril Lavigne, era triste e eu não queria chorar, prometi a mim mesma que não chorava mais, tenho de ser forte, não posso mostrar o meu lado fraco a Ashley. Mudo de rádio e começo a conduzir em direção ao infantário da Jasmine.
- Boa tarde! - digo à funcionaria, que estava à porta ela aparentava ter uns 50 anos e que estava a usar uma bata aos quadradinhos azuis.
- Boa tarde menina Ângela.
Entro numa grande sala de paredes brancas mas que estavam decoradas com desenhos, uns feitos pelas crianças e outros que deviam ter sido feitos por um profissional. Olho em volta e lá estav a minha princesa a brincar com outras crianças, mas assim que me viu largou as bonecas e correu na minha direção. Peguei nela e saímos do grande edificio. Coloco-a na sua cadeira que está no banco de trás, prendo-a e dou-lhe um beijo na testa. Regresso ao lugar do condutor e rapidamente ligo o carro para ir para casa.
- Mamã hoje fica com bebe? - quando ouço a Jasmine um aperto forte invade o meu coração.
- Não filha, hoje ficas com a tia. - digo tentando conter as lágrimas que teimavam sair - mas amanhã a mãe fica contigo a noite toda.
Vejo um sorriso a formar-se nos seus lábios através do espelho, e começa a bater palmas eu gosto tanto de a ver assim. Feliz.
Estava prestes a abrir a velha porta de madeira quando ouço risadas do lado de dentro. Ashley deve ter trazido as suas amigas para cá. É bom ela ter amigas como aquelas nunca a abandonam e eu admiro isso nelas uma coisa que eu já não posso dizer dos meus amigos. Nicole a minha melhor amiga abandono-me quando eu mais precisei dela e o Mark que era meu amigo de infância e foi o meu primeiro namorado, casou-se com uma rapariga rica e esqueceu-se da sua família e amigos. Neste momento só tenho a minha família e a Summer, se é assim que ela se chama, sei que posso contar com ela ao contrário das outras meninas que só sabem competir para terem mais clientes.
- Tia! tia! - Jasmine começa a correr pelo corredor em direção há sala com um desenho que tinha feito na escola.
- Que lindo! Olha não se cumprimenta as pessoas? - ouço a Ashley dizer enquanto ia ao meu quarto deixar as coisas.
- Olá Ashley! olá meninas - digo assim que chego à sala.
Ficamos algum tempo a conversar, as amigas da Ashley acabaram por ir embora e ficamos só as três. Conseguia perceber alguma preocupacão no olhar da Ashley eu sabia que ela me queria contar alguma coisa mas quando perguntava se estava tudo bem ela afastava o assunto.
Foi para a cozinha e aqueci o resto de comida que tinha sobrado de ontem. Sentia-me nervosa porque hoje ia ser a primeira vez que iria fazer um privado, tinha tanto medo que algo corresse mal. Calma Ângela é só dançares mais nada.
Acabamos de jantar e eu sai de casa em direção ao bar que fica a uns 10 minutos da minha casa.
- Summer! - digo assim que saio do carro - Então como estas?
- Bem já não devias estar a atuar? - pergunta olhando para o relógio
- Não eu hoje vou só fazer um privado.
- Ah, vamos entrar?
- Sim.
Entrámos pela porta das traseiras, pois o Sam não gostava que nós entarssemos pela porta por onde os clientes entram, caminhamos para o nosso camarim, durante a nossa curta caminhada reparei que algumas raparigas olhavam para nós de lado, muitas delas tinha entre os 20 e os 30 anos e eram todas magras e bonitas.
Quando entrámos no camarim, deparámo-nos com uma menina, sentada no sofá a olhar para o nada. Ela devia ter uns 16 anos era alta os seus cabelos eram castanhos cheios de canudos e os seus olhos eram igualmente castanhos.
- O quê que estás aqui a fazer? - Summer pergunta-lhe
A rapariga não responde mas desata a chorar. Mas que raio se passa aqui?
- Calma! - digo sentando-me no sofá e abraçando-a logo de seguida.
Ela chorou muito e eu e a Summer continuava-mos sem perceber nada. Até que ela decide quebrar o silêncio.
- Eu... sou... - ela faz longas pausas
- Diz logo! - Summer já estava impaciente.
- Eu sou uma nova bailarina, fugi de casa e o Sam deu-me abrigo. - diz finalmente, até me custava acreditar como é que o Sam tinha trazido uma rapariga desta idade que devia era estar a estudar e não a dançar para homens com idade para ter juizo.
- Porque que fugiste isto não e vida para ti. - afirmo
- Melhor do que viver numa casa con um homem, que por sinal é meu pai mas que abusa de ti. - diz tentando conter a raiva que tinha - EU SOU VIOLADA PELO MEU PAI. - grita.
Eu estava em choque assim como a Summer, como é que é possivel um pai abusar da própria filha, agora percebo a razão pela qual ela quis fugir de casa, mas mesmo assim esta vida não é o melhor para ele, mas enfim o quê que eu posso fazer? Nada.
Ficamos mais algum tempo a falar, descobri que ela se chamava Martha e estudava na mesma escola que a Ashley, só que eu não lhe disse nada acerca da minhaa filha nem da minha irmã. O tempo foi passando e quando olhei para o relógio que estava pendurado numa das paredes do camarim reparei que estava quase na hora, vesti um bodi vermelho e coloquei um pouco de maquilhagem. Saí do camarim e caminhei para a pequena sala onde já lá estava um homem à minha espera.
Continua...
