Capítulo 10 - As presas

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Harry acordou lentamente de um sonho muito peculiar. Voldemort o perseguia, mais ao invés de lançar maldições, Voldemort estava jogando pedras e encantando galhos para fazê-lo tropeçar. Sua cicatriz latejava dolorosamente e ele não podia ver direito. Finalmente um galho o atingiu com força no joelho, e suas pernas desabaram debaixo dele.

Ele podia ouvir Voldemort rindo triunfante enquanto caía, mas ele nunca atingiu o chão, porque Draco o pegou e o segurou com força. Os braços de Draco o envolviam de um modo reconfortante. Harry sentiu sua força retornar, fluindo de Draco, mas então Voldemort gritou de fúria e a cicatriz de Harry queimou de dor.

Harry viu Voldemort estender a mão para ele, uma mão esquelética tentando agarrar algum objeto invisível entre eles. Os dedos parecidos com garras se fecharam sobre a presa invisível, e Voldemort puxou. Harry sentiu seu coração sendo arrancado do peito, como se Voldemort tivesse realmente atravessado sua pele. A dor era sufocante, e ele não podia respirar, muito menos gritar. Então, de repente, as mãos de Draco envolveram o peito de Harry com força, e a dor parou. Harry caiu para trás nos braços de Draco, estupefato.

Por sobre os gritos enraivecidos de Voldemort, a voz de Draco ecoou nos ouvidos de Harry. "Você não vai pegá-lo! Eu sou mais forte, e não vou deixá-lo! Está me ouvindo? Eu não vou te deixar pegá-lo! Aguente, Harry! Harry..."

"Harry...? Psiu! Harry! O que quer que faça... não se mexa."

Uma voz sussurrava próxima ao ouvido de Harry, e ele sentiu uma onda de pânico e desorientação. Seus olhos se abriram, mas ele não viu nada além das sombras fracas; ainda era noite. Ele estava deitado de costas no chão da floresta, e enquanto a consciência retornava totalmente, ele lembrou porque estava ali.

Um corpo quente estava deitado surpreendentemente próximo ao seu. "Malfoy?"

"Shh!"

Harry sentiu uma pressão em seu peito e notou com um sobressalto que a mão de Draco estava ali, o mantendo abaixado. Ele estava prestes a perguntar o que estava acontecendo quando percebeu que ambos estavam debaixo da Capa de Invisibilidade.

"Não se mexa e fique quieto, Potter, mas olhe para cima."

Entendendo que não era nenhuma piada, Harry apertou os olhos para olhar pelas brechas nas folhas acima. O céu estava levemente mais claro do que a total escuridão da noite, mas além disso, não havia nada para ver. Ele estava prestes a exigir uma explicação quando uma luz forte brilhou acima, como uma lâmpada de procura.

"Ele está fazendo patrulhas aéreas", Draco sussurrou nervosamente. "Eu devia ter imaginado antes. Eles vão patrulhar até que fique claro o suficiente. Então vão começar a nos rastrear a pé".

Um pensamento atingiu Harry. "Do jeito que a gente andou pela floresta... Um cego podia seguir os rastros".

Harry sentiu o aceno de cabeça de Draco. "Eu acabei de pensar nisso. Mas primeiro, eles vão ter que achar o começo da nossa trilha. Biddy levou quase dois dias para achar a nossa rota de fuga, e eu duvido que Você-Sabe-Quem tenha passado tanto tempo nas masmorras. Isso pode dar a nós uma pequena vantagem".

"Espero que você esteja certo. Mas, er... Malfoy?"

"Mmm?"

"Pode tirar a mão do meu peito?"

Draco imediatamente removeu a mão. "Ah... desculpa". Ele parecia excessivamente envergonhado, rapidamente mudando de assunto. "Precisamos começar a andar de novo, Potter. Com cuidado. E sem deixar rastros."

Harry pensou um pouco. "Essa é uma ótima idéia, Malfoy, mas não vai funcionar."

"Por que não?"

Eclipse (Drarry)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora