Capítulo 4 - O Peso do Dever

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Laughing in a crown of jewels,
Numbness from a scepter's wound.
Toss and turn, I spin and learn,
"Catch yourself before you burn."

A joker's dance before the king,
Jangling beads, and silver rings.
Close your eyes and bare the sound,
Jumping up - falling down.

Rindo numa coroa de jóias
Dormência da ferida de um cético
Viro e reviro, giro e aprendo,
"Apanhe-se antes de se queimar".
Uma dança de curinga diante do rei,
Lágrimas estridentes, e anéis de prata.
Feche seus olhos e revele o som,
Pulando - caindo.

(Indigo Girls)

As pontas das botas negras resplandecentes apareceram por baixo da bainha das vestes esvoaçando firmemente pelas escadas abaixo, em seguida mãos escamosas, e então o rosto mais horripilante que Draco já havia visto. Draco pulou de sua cadeira; não seria bom ser pego sentado na presença de um bruxo tão poderoso. O ar estalava com ondas invisíveis de energia negra e Draco podia sentir os pêlos de seus braços eriçando-se. Mais um item para a lista de coisas novas e perturbadoras que vivenciara nas últimas horas. Quando Lord Voldemort passou por ele, Draco pressionou as costas contra a parede.

Na cela, Potter estava cambaleando para ficar em pé. Seu rosto estava contorcia-se como se alguma coisa o cegasse dolorosamente. Draco adivinhou que deveria ser a cicatriz causando aquela reação. No entanto, ao invés de se encolher para o canto mais afastado da cela, Potter deu um passo em direção às grades. Só que não chegou mais longe.

Lábios repuxando-se num tipo de sorriso perverso, Voldemort puxou a varinha das vestes e a acenou para o prisioneiro. "Prohibito!".

Como se empurrado por uma mão enorme, Potter voou de encontro à parede no fundo da cela, braços e pernas abertos. As algemas penduradas lá deram sinal de vida, prendendo-se em volta de seus pulsos e tornozelos. Enquanto ele se debatia contra as amarras, as correntes retraíram-se na parede, segurando-o firmemente no lugar. Com outro aceno casual da varinha, Voldemort mandou uma tira de pano grosso enrolar-se em volta da boca de Potter, efetivamente amordaçando o garoto.

Ele enfiou a varinha de volta nas vestes. "Malfoy, destranque a cela". A voz de Voldemort chegou afiada aos ouvidos de Draco, emocionante de um jeito aterrorizante e poderoso ao mesmo tempo. Ele automaticamente virou-se para remover a chave da prateleira, mas descobriu que seu pai já o tinha feito. Lucius não olhou nem uma vez para Draco enquanto se movia para a fechadura e virava a chave. Ele se curvou profundamente quando Voldemort passou por ele a caminho da cela.

O Lorde das Trevas moveu-se para Potter como uma aranha aproximando-se de um mosquito preso em sua teia. "Senhor Potter. Que gentileza a sua se juntar a nós para essa ocasião extraordinária". A voz era obscura, sibilante, e não continha traços de piedade. Era fácil ver exatamente o quão poderoso o Lorde das Trevas era. Agora Draco entendia exatamente porque seu pai havia escolhido servir a tal poder.

Ainda que preso, Potter estava fazendo um trabalho excelente em demonstrar exatamente o quanto estava feliz de estar lá. Ele se debatia contra as algemas de metal, e Draco podia ver as pontas cegas quase cortando a pele de seus pulsos. Contorcendo-se freneticamente, seus olhos mostravam rebeldia, dor, desprezo puro e simplesmente ódio. Fazia os olhares que ele tinha dirigido a Draco durante esses anos parecerem quase amigáveis. Draco perguntou-se exatamente quão presas as algemas estavam à parede de pedra.

"Ah, vamos, Potter. Esse vai ser um evento glorioso. Você deveria estar honrado de fazer parte dele". Voldemort começou a andar de trás para a frente lentamente na frente do garoto que lutava.

Draco olhou de lado para seu pai. Lucius estava parado como um sentinela, observando os ocupantes da cela com uma atenção desligada. Draco engoliu à seco e se arrumou um pouco mais ereto, imitando o pai.

Eclipse (Drarry)Where stories live. Discover now