12 • Armadilhas.

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— O quê?

Petrus riu.

— Ele está preso no mundo da lua desde que chegou. Nem adianta perguntar nada que ele nem vai saber responder. — replicou divertido, arrancando risadas das duas mulheres.

Dália Mauriti trabalhava ao lado de André, os dois eram encarregados de inspecionar qualquer carregamento, contratos e fechar negócios. É irmã da ex namorada de Petrus, Sansa Mauriti, a mesma não fazia ideia dos negócios ilícitos em que eles trabalhavam. Era a única inocente no meio de tanta maldade. Aos 29 anos, uma advogada renomada, conhecida por ser jovem e esperta. Tinha um alto índice de casos solucionados. Tinha planos de em breve concorrer em concursos para se tornar juíza, seu grande sonho.

— Isso tudo é por causa daquela mulher que chegou com você? — questionou. Sansa sempre fora curiosa. Uma mulher baixa, loira e de pele bronzeada. Os olhos azuis atraía muita atenção. — Vocês souberam fazer uma entrada... Chegar de helicóptero, esbanjando charme. Ela nem tanto.

Rico então lembrou-se de Kênia e da sua ausência. Propositalmente trocou um olhar com o irmão, se comunicando silenciosamente. O mesmo deu de ombros.

— Preciso fazer algo. Já volto. — informou com calma. Sansa sorriu ainda mais.

— Vai atrás dela, não é? A vi indo em direção à casa. — avisou, e enviou uma piscadela a Rico, que optou por ignorar. — Ele está caidinho por ela, estou certa?

Petrus negou, pegando uma taça de champanhe de um garçom que o ofereceu.

— Quem deras fosse isso.

[...]

Kênia olhou para os dois lado do corredor extenso, certificando-se de que não havia sido seguida. Uma música clássica tocava um pouco distante, a voz feminina acalentava seus tímpanos. Ela esperou por alguns segundos ao lado de fora na intenção de se preparar para encontrar — seja o que fosse — ao lado de dentro do banheiro.

Respirou fundo e só então resolveu entrar. Girou à maçaneta dourada da porta e a empurrou com precisão e cautela. Ao primeiro ver não encontrou nada além do silêncio que emanava no ar, passou o olhar por cada cabine, até que no último encontrou um par de sapatos pretos. Seu coração palpitou e um sorriso instantâneo tomou conta de seus lábios.

— Peso mexicano? — perguntou. Seu coração batia fora de ordem, um embrulho no estômago foi nascendo conforme via os pés se moverem.

Kênia empurrou à porta da cabine e só então soltou o ar preso dos pulmões.

Ele estava ali. Por ela.

Ela sorriu e correu para seu encontro, sendo envolvida por braços fortes a calorosos. Seu cheiro era indescritível. O corpo lhe aqueceu, lhe deu abrigo onde não havia moradia.

— Você está aqui. — murmurou.

— Sim, eu estou.

Kênia afastou-se.

— Mas como? Como conseguiu passar pela segurança sem ser visto? — Kênia juntou as sobrancelhas em desconfiança. Vagarosamente se afastando, pondo suas emoções de lado e retornando à razão. — Como soube que eu estaria aqui, Kai?

Ele deu de ombros.

— Eu não sabia. Foi apenas um palpite e alguns telefonemas. — respondeu, sincero. Kai apalpou o corpo de Kênia em busca de lesões ou algo que indicasse que ela estava sendo maltratada. — O que fizeram com você? Te machucaram? Ele te fez algo, Kênia?

O rosto de Kênia, por debaixo da base e o restante da maquiagem, ainda continuava inchado e dolorido, assim como seu corpo. O corte em seu braço fora saturado com a ajuda de Petrus, assim como seus punhos, mas tudo fora encoberto com panos e quilos de maquiagem.

O Grande Rico Borelli. - I Where stories live. Discover now