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Eun Park

Acordei com o corpo doendo, ontem meu pai pegou pesado. Levantei da cama com dificuldade e fui até o banheiro, e mais uma vez meu corpo estava cheio de hematomas.

Depois que terminei de tomar banho, me vesti e peguei as minhas coisas saindo do quarto. Quando cheguei lá embaixo meus pais provavelmente já haviam saído, mas não querendo arriscar passei direto pela sala indo embora.

O caminho inteiro a mensagem de Jaebum de ontem a noite passava por minha cabeça, e a vontade de chorar era imensa sabendo que eu nunca teria nada com ele dependendo do meu pai.

E a vontade aumentou mais ainda quando eu o vi correndo até mim quando passei pelos portões.

– Eun, está tudo bem? Você não respondeu minha mensagem ontem a noite... – Ele disse com a expressão de preocupação.

Não está tudo bem, não mesmo. Pensei.

– Está sim. – Sorri. – É que eu caí na cama e durmi, mas eu vi do que se tratava...

Ele imediatamente ficou tímido, suas bochechas coraram um pouco. Eu ri com isso, e dei um selinho rápido em seus lábios fazendo o mesmo sorrir.

Fomos andando até onde os outros meninos estariam, e conversávamos sobre o evento de música que seria daqui a três dias. Ele estava muito empolgado, e com certeza, eles ganhariam fácil.

– E você? Realmente vai cantar aquela música? – Ele perguntou.

– Sim... – Dei um meio sorriso. – Só vou dar uns ajustes na letra e tá tudo certo...

Logo que chegamos aonde os meninos estavam, sorri para todos enquanto os abraçava. Sentei ao lado de Jaebum que me puxou, e deixou minha cabeça cair em seu ombro. E senti um dor aguda na barriga fazendo eu fazer uma careta, mas logo voltar ao normal para ninguém perceber.

Ou foi o que pensei ao ver o olhar de Jackson e Jinyoung. Pensei.

[...]

Quando o sinal tocou eu, Jaebum e os outros meninos fomos para a sala juntos. Fui conversando com Youngjae o trajeto inteiro, então não estava prestando atenção no que estava acontecendo dentro da sala.

Só me dei conta quando ouvi vários murmúrios, então olhei para frente. Má ideia, ali meu mundo caiu. No quadro estava cheio de partes de jornais de uma só notícia específica, o acidente de carro que ocorreu alguns anos.

Lá estava falando sobre mim, meus pais e meu irmão. O pior dia da minha vida, e o pior dia para eu ter continuado viva. Olhei em volta e todos os alunos sussurravam olhando para mim, meus olhos marejavam.

Olhei para meus amigos e todos estava boquiabertos olhando para as manchetes, e me olhavam preocupados e com pena. Mas o único que não me olhava era Jaebum, ele olhava para Taeyon que estava com um sorriso vitorioso nos lábios.

– Eun... – Jackson falou chegando perto de mim, mas eu saí dali rapidamente indo para o lado de Taeyon.

– Você conseguiu o que queria, Taeyon. – Eu disse limpando as lágrimas que caiam. – O caminho está livre para você...

Eu a olhei uma última vez antes de sair correndo da sala, e me direcionar para o terraço onde seria o único lugar que ninguém me pertubaria. Logo que cheguei lá tranquei a porta atrás de mim, e desatei a chorar no chão.

Eu olhei para a minha mochila e corri até ela pegando as pequenas lâminas que eu guardava ali. Só havia usado isso uma vez que foi no dia da morte do meu irmão, e agora era a hora para usa-la novamente.

Passei lentamente a lâmina pelo meu pulso abrindo um corte profundo, fazendo eu morder os lábios para não gritar. Fiz a mesma coisa no outro braço, e larguei a lâmina tremendo pela perda rápida de sangue.

Eu encostei na parede tonta e respirando com dificuldade, doía mais do que eu lembrava. Eu sorri ao lembrar de Jaebum, que idiota eu era. Que idiota eu era pensando que eu poderia ter algo com ele, e ser amiga daqueles garotos. Estava tudo tão perfeito...

– A vida não é justa... – Eu desatei a chorar novamente.

Eu olhei para o lado em meio às lágrimas, e senti a brisa do dia limpo passando por meus cabelos. Sorri com isso, a última coisa que eu veria era a coisa que eu mais gostava...

– EUN! – Eu olhei para a porta e ouvi um estrondo seguido de um grito. – Eun, é o Jaebum. Abra por favor!

Ele continuava batendo na porta e tentava virar a maçaneta, mas estava trancada. Minha visão estava ficando turva, já tinha uma poça de sangue favorável entre mim. Eu virei os olhos e caí com a cabeça no chão tossindo.

– Pelo menos você me amou... – Eu falei entre sussurros antes de sentir a escuridão nos meus olhos.


IAYS - JAEBUMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora