19-Tudo estava bom, até que...

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Um barulho forte na porta foi o suficiente para que Malu deixasse de escovar seus dentes e corresse em direção a ela. Ela semi abriu a porta e colocou sua cabeça para fora. Lucas se encontrava do outro lado, com Cloe pesando em seus braços. Era a segunda vez no ano, que havia acabado de começar, que precisou andar durante certos minutos carregando alguém. Deus teria que abençoa-lo em dobro dessa vez.
Ao ver a figura de Malu para fora da porta, Lucas controlou-se para não rir. Era engraçado vê-la com esse pijama de gatinho metade preto e metade branco, com os cabelos todos bagunçados e com uma expressão de discórdia ao encontrá-lo ali, parado em frente a sua porta as dez horas da noite.
Ela abriu mais a porta e observou sua amiga desmaiada.
"O que aconteceu?" Ela estava tensa, medindo a temperatura da morena e checando seu relógio.
Lucas sorriu ao vê-la tão preocupada com a garota inconsciente.
"Considero que ela passou mal por conta do clima pesado da festa. Acho que ela não está acostumada com lugares assim." Seus braços estavam perdendo a força, uma formigação começava a tomar conta de sua mão.
"Ela me disse que colocaria sua missão em prática hoje..." Malu acabou pensando alto de mais.
Lucas já havia desistido de resistir e perguntou a Malu se poderia colocar Cloe em sua cama de uma vez.
"Ahh Claro!" Disse dando espaço para que passasse, constrangida por ser tão desligada.
A garota foi até a cama da amiga, retirou algumas roupas que encontravam-se em cima da mesma. Tirou o cobertor e se afastou para que Lucas a colocasse sobre o colchão. Em seguida Malu afofou o travesseiro. Afroxou a roupa da morena e abriu a janela. Cloe precisava que o ar circulace para que recobrace aos sentidos.
Lucas observava cada detalhe do ambiente, os livros da prateleira, a bailarina em cima da escrivaninha, o desenho na parede.
"Esse é o seu bixo de estimação?" Ele perguntou surpreso indo em direção a gaiola dourada. "Uau! Ele é lindo!"
O pássaro já estava dormindo, com sua cabeça rente ao peito e suas asas sobre ela. Ele era peludo e fofo.
Pássaros poderiam ser peludos? Lucas se perguntava.
Malu deixou Cloe após elevar as pernas da amiga, para melhorar sua circulação sanguínea. "Ele é um dorminhoco. Dorme cedo e acorda tarde. Mas é fofo vê-lo desse jeito, então não me importo muito."
Lucas queria acaricia-lo, mas tinha medo de que o pássaro acordasse e o picasse.
Malu posicionou-se a seu lado. "Obrigada por trazer minha amiga. No fim quem te causa problemas sou eu."

"Você?" Lucas perguntou, ele não considerava o desmaio de Cloe um problema de Malu.

"Eu e as pessoas a minha volta te causam problemas."
Mesmo sem concordar com essa afirmação, Lucas disse:
_ É meu dever ajudar os que estão a minha volta!
Malu sorriu, recordando-se do ocorrido de mais cedo.

Acho que o nosso destino é ajudar um ao outro, ela pensou.

"Bem, eu agradeço por isso!"

Lucas se direciona a ela e finge tirar um chapéu de sua cabeça. "A seu dispor Mademoiselle!" E foi até a porta. "Que tenha uma boa noite!"
"Você também!" E saiu.
Malu está contente! Era a segunda vez que o via no mesmo dia.
Ele é tão lindo e educado, ela pensava, enquanto girava para lá e para cá.
Só parou de girar ao dar de cara com o espelho. E começou a bater os pés envolvidos apenas por meias no chão frio.
"Por que eu sempre estou mal apresentada! Olha o meu cabelo! Frio. Que chão frio!" Ela saltou até sua cama e olhou para sua amiga.
A alegria foi embora, dando espaço para a preocupação. Sabia que o desmaio não ocorrera por algo mais sério, porém não conseguia se sentir totalmente aliviada.
Decidiu deseja Boa noite a Buzzy antes de se deitar. Foi até sua caminha e acariciou seu pelo macio.

"Não se preocupe! A mamãe ficará bem amanhã!" E com isso foi para cama, com a incerteza se deveria dormir e deixar Cloe a deriva de qualquer perigo, ou ficar acordada aguardando um sinal de recordação de consciência.

"Malu:6
Dudu:7
O que aconteceu? Da onde essas cobras saíram? Elas estão sugando o meu sangue!
"Socorro!!!"
Alguém vem correndo em minha direção e diz para me acalmar. Ela está toda de branco e usa um coque na cabeça.
Minha mãe entra logo em seguida e segura minha mão esquerda, ela olha no fundo dos meus olhos e começa a chorar. O que tá acontecendo?
"Mãe?" eu tendo me levantar, porém fracasso. Por algum motivo estou muito fraca.
Ela diz algo que não consigo ouvir e acaricia meu rosto. Em seguida tudo fica escuro e eu apago.
...
Os raios de Sol da manhã me acordam novamente. Meus olhos lentamente voltam ao normal. Eu me sento (parece que não estou mais fraca) e tento descobrir a onde estou. O lugar tem paredes azuis e janelas com persianas. Há uma bandeja de café da manhã ao lado da minha cama. Pego a bandeja e como tudo o que está nela. Parece que não como a dias!
"A Bela Adormecida finalmente acordou!" Dudu diz ao entrar pela porta da frente e sentar-se na poltrona ao lado da minha cama.
"O que você está fazendo aqui? Ou melhor, o que eu estou fazendo aqui?"
"Calma. A enfermeira deixou eu entrar, contanto que eu não fizesse bagunça, então colabore comigo!" Dudu parece estar com algo em suas mãos. O que ele está escondendo de mim?
"O que é isso?" eu aponto para ele "o que você tem ai atrás? Eu quero ver!"
Ele dá um sorriso tímido e cora. Vem em minha direção, ainda escondendo o Seja lá o que esteja carregando, olha para o lado e estende um urso de pelúcia que estava escondendo.
"Oowwwttt!" eu digo apertando o ursinho bem forte, junto a mim. Seu cheiro lembra-me as framboesas da torta da minha vó, ou então a geléia de frutas vermelhas que ela sempre faz e entrega para a vizinhança. Afasto-o de mim e analiso seus detalhes. Sorrio. "O nome dele vai ser Felpudo!"

PassarinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora