Capitulo 02.

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Acordo com os raios de sol saindo da janela, o que é difícil acontecer, pois mal faz sol nessa cidade, olho meu relógio e acordei antes do meu despertador, espero ele tocar para começar meu dia, tenho que procurar emprego e levar os documentos na faculdade, fico até com frio na barriga só de imaginar que começo daqui duas semanas. Olho meu celular e vejo quase dez ligações perdidas de Miguel, acho que não me sinto preparada para falar com ele, na verdade me sinto envergonhada pelo que fiz, ainda mexendo em meu celular, vejo que Ana não respondeu minha última mensagem, mas já estou acostumada, ela sempre some e aparece, vai entender.
Me levanto empolgada e faço minhas higienes, em minutos jogo minha mala em cima da cama e procuro por algo leve, preciso sair e conhecer essa cidade. Enquanto mexo em minhas roupas, vejo minha caixinha de joias, a maioria foi dada por Miguel, ele adorava me dar presentes e flores, sempre foi um cavalheiro, bom eu poderia ter me livrado delas, mas são caras demais para isso. Após deixar tudo no lugar, desço para rua a procura de uma padaria e uma banca de jornais. Enquanto tomava meu café da manhã, enviei alguns currículos pela internet, claro, para vagas que combinasse com a faculdade.

— Nossa, esse é excelente, salário bom e carga melhor ainda. - Digo olhando meu celular. - Claro, mas não combina com a faculdade. - Suspiro e reviro os olhos.

— Disse algo senhorita? - O garçom para em minha mesa.

— Não, desculpe. - Sorri. - Estava falando sozinha, mas já que está aqui, sabe me dizer onde tem uma banca de jornal?

— O sim, tem uma virando aquela esquina. - Sorri e aponta para o local. - É nova por aqui? Seu sotaque é diferente.

— Sim, cheguei ontem à noite, digamos que estou perdida ainda. - Sorri e percebo o quão jovem ele é, seu jeito tímido é encantador.

— Bom, se quiser posso te apresentar a cidade. - Sorri enquanto limpa a mesa ao lado. - Muitas pessoas passam por aqui perdidas, bom, digamos que tem certas coisas que você deve saber e evitar... Costwolds tem seus perigos.

— Isso é muito gentil da sua parte... Mas você é um desconhecido para mim, não entraria como algo perigoso? - O fito com ironia.

— Talvez eu te sequestre e te leve nos melhores lugares da cidade... Imagina que horrível seria. - Me fita com malícia. - Bom, tenho que voltar ao trabalho, qualquer coisa é só me procurar, me chamo Nicolae. - Sorri e se retira.

O fito enquanto bebo meu café, muito gentil de sua parte e até que ele não é de se jogar fora, de imediato mando uma mensagem para Ana com uma foto dele, que não me responde como sempre, acho que nem acordada ela está nesse momento. Após pagar a conta e sorri para Nicolae, vou em direção a banca de jornal, compro um daqueles jornais que tem vagas e volto a andar pela cidade, tudo é tão simples e as pessoas são tão educadas, volto para o hotel e começo a mandar mais currículos.

— Vamos ver, garçonete... Carga mais ou menos e não bate com a faculdade. - Digo com o jornal em minhas mãos. - Próximo... Babá, mora na residência... Carga legal, mas tem que ter disponibilidade de horário. - Suspiro e me jogo na cama.

Achei que seria bem mais fácil achar um emprego, acho que isso foi ilusão de quem nunca trabalhou na vida, me levanto disposta e volto a olhar o jornal.

— Hum, dançarina particular... Aulas para uma garota de 15 anos. - Arregalo os olhos. - Esse é o salário? Meu Deus. - Pego meu celular e na mesma hora mando um e-mail com meu currículo. - Esse seria perfeito, amo dançar e estudei muito para isso, não é atoa que vou estudar em uma faculdade maravilhosa. - Sorri.

Continuo minha manhã lendo um bom livro, romance para ser mais exata, será que um dia vou achar um homem como nos livros? Será que um dia vou chegar a me casar? Sorri com meus pensamentos e horas depois coloco o livro lido por completo no criado-mudo, me despreguiço e vou para um banho relaxante de banheira, isso mesmo, no meu quarto tem uma enorme. Mexo um pouco em meu celular para ver se tem alguma resposta dos currículos e nada, frustrada coloco uma música enquanto a banheira enche, tiro minha roupa dançando no ritmo da música, começo a cantar e após um batuque no andar de baixo, pego meus fones, acho que incomodei alguém, provavelmente um velho ou um CEO rico que está fazendo chamadas de vídeo. Me adentro nessa água maravilhosa e tento relaxar, fico sacudindo a cabeça ao som de meus fones. Em poucos minutos minha música para e meu celular vibra no banquinho ao meu lado, desastrada deixo ele ir ao chão, seco minhas mãos como um foguete e pego o celular do chão, é um número desconhecido.

O Que Desconheço.Where stories live. Discover now