CAPÍTULO 32- ZAC

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FRIDA.

Não é amor. Eu percebo ao sentir a respiração pesada de Zac na minha nuca, segundos antes dele sorrir e me deixar paralisada encarando meu reflexo no espelho iluminado da penteadeira do camarim.
Seja o que for, não é amor.
Zac é desafio, é desejo, pode até ser carinho, mas como um estalar de dedos, eu percebo que não é amor.
Ainda não.

- Pronta? - Ele grita do estúdio, me tirando de meus devaneios.
- Como nunca.

Me levanto, desconcertada com o choque de realidade que tomei em apenas alguns segundos. É como se eu não estivesse sentindo nada e tento entender o porquê.
O dia segue sem surpresas: o ensaio corre bem, tirando o fato de que Charlotte tenta, a todo momento, fazer com seus cabelos ruivos apareçam mais que os meus nas fotografias. Não me deixo abalar.

- Por hoje é só, meninas, parabéns. - Zac diz, por trás da câmera.
- "Parabéns"? - Charlotte sussurra. - Ele bateu a cabeça?
- Sim, na cama da Frígida. Opa, Frida. - Annya tenta falar baixo, mas acabo ouvindo.
- Vocês todas queriam ser eu. - Dou uma piscadela e deixo o palco, sabendo que estou certa.
- Ei. - Zac me pega pelo pulso. - Posso te deixar em casa?
- Hoje não. - Respondo mais rápido do que deveria. - Prometi a Maisie que jantaria com ela.
- Você não está de castigo? - Ele estranha.
- Maisie não faz parte dele. - Dou de ombros, tentando soar convincente. A verdade é que tudo que eu preciso é da minha melhor amiga, seu Mercedes e um copo grande de chá de hortelã. - Você vai ficar bem?
- Quem disse que não estou? - Zac sorri, mas posso dizer que está incomodado.
- Você é demais. - Dou um beijo em sua bochecha e me dirijo ao camarim.
- Frida, minha mãe pediu pra você avisar às modelos que... - Athena começa assim que passo pela porta do camarim, mas a interrompo.
- Os ensaios amanhã começam às seis. - Sorrio pra ela. - Sei fazer meu trabalho, Athena.
- Me desculpe, é que...
- Eu sei, meu bem, pode chamar as meninas pra mim, por favor?

Athena sorri de volta e deixa o camarim. Eu respiro fundo. O que está acontecendo?

- Chamou? - Annya é a primeira a entrar, seguida por Charlotte e Valerie.
- Ensaio às seis amanhã. - Digo, ríspida, enquanto tiro os saltos. - Estejam aqui dez minutos antes, preciso organiza-las para o shoot.
- As vezes eu esqueço que você finge que manda na gente. - Charlotte revira os olhos.
- Eu sou paga pra mandar em vocês, Charlie.

Não fico para ver sua reação, apenas jogo a mochila nas costas e saio do estúdio, sem me despedir de nenhuma delas. Ligo para Maisie e em alguns minutos ela está na porta do prédio.

- Veio voando? - Pergunto ao entrar no carro, estranhando a rapidez, já que Sacramento é longe de Harvey.
- Estava na sua casa. - Ela dá partida no Mercedes.
- Fazendo o que?
- Sandy me fez panquecas. - Ela dá de ombros.
- Maisie, acho que não o amo... - Desabafo.
- Sandy? Por que não? - Ela arregala os olhos. - Ele é sempre tão bonzinho com a gente e as panque...
- Zac. - Digo, a interrompendo.
- Ah tá. - Ela respira, aliviada. - Durou menos do que eu pensava.
- Não terminei com ele! - Aumento o tom de voz. - Eu só...estou cansada.
- De não namorar o seu cara dos sonhos por uma semana?
- Ok, já fazem duas semanas e ele não é o meu cara dos sonhos. Quer dizer, ele era, mas agora...
- Agora que você tem ele na mão, parece descartável.
- Isso! É como se...
- Como se ele tivesse perdido a graça.
- Dá pra parar de me interromper?
- Essa é clássica, Frida. Eu só não pensei que você fosse ser assim.
- Assim como?
- É claro que você não o ama, Frida, é pouco tempo até pra gostar do cara, ainda mais o Zac.
- Você não respondeu minha pergunta.
- Você fez o mesmo com Peter. Você gosta de ser gostada, Frida, mas não oferece reciprocidade a ninguém.
- Isso é ruim?
- Depende do ponto de vista. Quero dizer, se você quer ter um relacionamento, é péssimo, mas se não quer...bom, melhor deixar como está.
- Eu não sei o que eu quero. Não quero que Zac me largue, claro que não, mas...
- Você quer larga-lo primeiro. - Maisie sorri como quem entendeu uma questão difícil de matemática aplicada. - Quem diria...
- Dá pra parar de rir? Isso é maluquice! É maluquice da minha cabeça e vai passar.
- Vai passar quando?
- Quando eu voltar a gostar dele.
- Frida, pare de ser dramática. Tudo aconteceu muito rápido, você não teve tempo de digerir, pare de tomar conclusões precipitadas só porque o cara te irritou por um dia. Vai ficar tudo bem, você não vai morrer.

Respiro fundo e tento aceitar as palavras de Maisie como verdade absoluta. Eu estou surtando atoa, é isso. Vai ficar tudo bem e eu vou ter um relacionamento longo e feliz com o Zac.
Porque eu gosto dele.
Não gosto?

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FRIDAWhere stories live. Discover now