CAPÍTULO 31 - CONSEQUÊNCIAS

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- A partir de agora, é de casa pra escola e da escola pra casa

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- A partir de agora, é de casa pra escola e da escola pra casa. - Meu pai me encara, sentado na cadeira da ponta da mesa, e percebo que essa é nossa primeira briga. Estou empolgada.
- Eu tenho um emprego. - Respondo, mastigando um pedaço de panqueca.
- Faça uma planilha com todos os seus horários de estudo e de trabalho. Quero saber onde você está a todo momento.
- Pai, já faz duas semanas!
- E só agora isso aqui... - Ele joga uma revista de fofoca sobre a mesa - chegou em minhas mãos.

Na capa, estou deslumbrante em meu vestido vermelho, porém um "EXTRA! EXTRA! FILHA DE REPRESENTANTE DA DIOR DÁ AS CARAS...PARA A POLÍCIA LOCAL!" escrito em uma faixa vermelha tampa meu rosto.

- Eu não tenho culpa! - Me defendo, tentando não sorrir. Minha cintura está ótima na foto.
- Frida, quando concordei que você fizesse uma festa, não era pra colocar uma menina em coma alcoólico e muito menos pra parar na cadeia!
- Posso ir pra escola agora ou você vai continuar a lição de moral até o próximo verão?
- Da escola pra casa, mocinha!
- Na verdade, tenho Cher's hoje.
- Até que horas?
- Chego as sete em casa. - Sorrio, me perguntando se meu pai vai desconfiar que acrescentei uma hora no meu horário.
- Um minuto de atraso e seu castigo se estenderá por mais uma semana.

Ótimo. Não percebeu. Tento não sorrir.

- Tenha um bom dia, paizinho.

Deposito um beijo em sua bochecha e jogo minha mochila azul nas costas antes de sair pela porta de madeira. Deus, eu até que senti falta da saia de pregas de Saint Harvey.

- Está ficando insuportável dirigir vinte e cinco minutos pra te buscar todos os dias. - Minha melhor amiga reclama assim que entro em seu carro.
- Maisie, hoje é o primeiro dia de aula.
- E já estou cansada.

Reviro meus olhos antes de colocar os óculos de sol e aumentar a música coreana que Maisie está ouvindo. O dia está tão bonito que não vou nem reclamar desse barulho que ela chama de melodia.

- Quem te viu quem te vê.
- Como? - Abaixo o óculos para encara-la.
- Não viu a matéria da revista?
- Vi! - Sorrio. - Eu sou uma fora da lei!
- Ótimo, agora tenho um namorado magrelo e uma amiga criminosa.
- Eu também tenho um namorado magrelo, estamos quites! - Tento não abrir muito o sorriso ao falar de Zac, mas não consigo.
- Ele não é seu namorado.
- Mas também não é meu não-namorado. Quer dizer, estamos juntos a duas semanas!
- E vocês dois estão vivos! Deus, isso é um milagre. - Maisie sorri e eu a acompanho. - VALEU SENHOR AÍ DE CIMA! - Ela grita, acelerando mais o Mercedes vermelho na estrada que liga a Capital à Harvey.

 - VALEU SENHOR AÍ DE CIMA! - Ela grita, acelerando mais o Mercedes vermelho na estrada que liga a Capital à Harvey

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- Tinha me esquecido o quanto você fica diferente nessa saia, Frida Wolf.

Quase não reconheço a voz que me chama atenção no corredor enquanto procuro minha sala de Biologia I. Ao me virar, encontro Nick Flinton.

- Nick, por que você ainda se dá o trabalho? - Reviro os olhos e volto a andar, mas ele me segue, caminhando ao meu lado.
- Nós começamos com o pé errado, Frida, que tal sermos amigos?
- Nick. - Solto uma risadinha nasal e paro de andar, o encarando. - Sabe esse "pé errado"? Ele vai parar na sua bunda se você não sumir da minha frente agora.
- Solitária de Saint Harvey.- Ele resmunga meu antigo apelido antes de sair batendo os pés pelo corredor.
- Claro, Nick, essa sou eu: a Solitária de Saint Harvey durante o dia e a Modelo Bem Sucedida durante a noite. - Dou risada e volto a caminhar, orgulhosa de como não me incomodo mais com a presença de certos embustes.

A aula de Biologia I parece se arrastar, mas me esforço para prestar atenção no sapo a ser dissecado na minha frente ao invés de encarar o relógio que marca os minutos que faltam pra ir trabalhar.
Ou, para ser mais exata: pra ver Zac, meu atual alguma-coisa.
Dez minutos. Eu vou sobreviver.

- Você consegue acreditar que Johanna hoje sorriu pra mim no refeitório? - Maisie fala baixo enquanto corta a pele do pobre sapo.
- É o que acontece quando você aparece em revista de fofoca como "a melhor amiga da nova descoberta da Cher's". - Faço aspas com as mãos, sorrindo.
- Frida, isso nunca aconteceu.
- Ok. - Reviro os olhos. - Mas você ganhou uns seguidores a mais, ela só deve estar tentando pegar carona na fama.
- Ah, por favor, Frida, você vive em seu próprio mundinho...é de Johanna Flinton que estamos falando! Ela não precisa de carona pra nada. Ela dirige a porra de uma BMW.
- Johanna só é Johanna dentro de Saint Harvey. Fora, ninguém nem sabe da existência dela.
- Frida, a alguns meses, ninguém sabia da sua existência nem dentro de Saint Harvey, se dê por feliz.
- Se tem algo que eu estou, ma cherie...isso é feliz!
- Essa expressão é minha. Use-a novamente e conhecerá seu criador.
- Me deixa na Cher's depois da aula?
- Até parece que não vou com você.
- Senhoritas Frida Wolf e Maisie Williams. - Nossa conversa é interrompida pela Sra. Knight, a professora. - Gostariam de dividir algo com a classe?
- Na verdade... - Maisie começa e eu me preparo para chuta-la. - A senhora viu minha amiga Frida na capa da Hillmore de ho... - Chute efetuado com sucesso. - Não, senhora, não gostaríamos de dividir nada. Perdão pela conversa paralela, não acontecerá novamente.-Maisie sorri entredentes, tentando disfarçar a dor na canela.

Quando a Sra. Knight retoma o conteúdo, Maisie sussurra um "Frida, sua filha da puta" ao se sentar, passando a mão em sua canela até que a vermelhidão começa a diminuir.

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