CAPITULO 1- PARTE II | 17 ANOS

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"10:53- segunda postagem em Blog da Frida

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"10:53- segunda postagem em Blog da Frida. 26/10/2017
Estou começando a achar que esse blog foi uma péssima ideia. Sério, você consegue imaginar, caro leitor? Frida Wolf, na madrugada do seu aniversário, sentada em uma padaria de esquina nada sofisticada, tão desesperada por não conseguir conversar com ninguém além da mãe que teve que desenterrar um blog de 2008? Pelo amor de Deus, eu tinha 8 anos em 2008 e só escrevia bobagens! (Não que algo tenha mudado, mas pelo menos agora escrevo bobagens sem erros ortográficos).
Foi uma péssima ideia.
Mas não tão péssima quanto trazer o notebook para a escola. Minha mochila está sem uma das rodas, o que me faz ter que carregá-la por toda a escola e esse notebook pesado não está ajudando.
O que será que as blogueiras usam pra poder escrever?
Duh-ur, as blogueiras tem celulares, Frida! Todo mundo tem celular menos você.
Será que devo arranjar um celular? Afinal, eu já tenho 17 anos.
Vou arranjar um celular.
Se bem que o número da minha mãe eu já sei de cor...
É, eu não preciso de um celular. Eu preciso é de..."

— Frida. - Alguém me chama, interrompendo minha linha de pensamentos e de quebra, uma postagem que não estava ficando tão ruim.
— Eu? - Me viro para encarar a dona da voz. É uma menina. Ótimo, eu posso me dar bem com meninas. Elas são do mesmo mundo que eu, certo?
— Sim, você! - Ela sorri e se senta ao meu lado, me fazendo fechar o notebook de imediato. — Eu sou a Maisie Williams, estou na sua turma de História.
— Oi, Maisie, eu sou a Frida. - Sorrio de volta. É assim que se faz amizades?
— Eu sei quem você é, boba. - Ela dá outro sorriso e começa a prender os enormes cabelos loiros num rabo de cavalo. E a testa dela nem fica enorme! Deus, por que as pessoas são tão bonitas? — Mas sempre achei que você fosse muda.
— Muda? - Levanto uma sobrancelha, com medo de onde isso vai dar. Ela ri mais uma vez. Será que ela não sabe fazer nada além de sorrir? Será que o rosto dela foi congelado quando criança porque ficava fazendo caretas ao espelho?
— Nós nunca ouvimos sua voz!
— Nós?
— Eu e os outros 18 alunos da sua turma de História.
— Ah, eu sou tímida. - Tiro o cabelo de trás da orelha, na tentativa dele esconder meu rosto porque posso sentir o sangue pressionando minhas bochechas e me deixando corada.
— E alérgica a seres humanos, pelo visto. - Ela aponta para meu antebraço, que aparentemente resolveu mudar de cor sem me avisar e se tornar completamente vermelho.
— Oh, isso... eu não faço a mínima ideia do que seja isso.

E foi ali. Foi bem ali.
De repente, uma coceira tomou conta do meu ombro de uma forma que eu não podia fazer nada além de me arranhar feito um gato tentando afinar as unhas.

— Frida? Você está bem? O que está acontecendo?
— Eu não sei, eu não tinha reparado nisso, eu...

Algo me interrompe. E tudo fica preto.

 E tudo fica preto

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