CAPITULO 5- MAISIE.

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" 09:35 quarta postagem em Frida Wolf. 04/11/2017.
Eu acho que já deveria saber o que acontece quando se irrita Maisie Williams.
Não, não deveria saber, afinal, somos amigas a poucos dias (embora eu já sinta como se ela fosse uma extensão do meu corpo), mas eu já deveria imaginar.
Maisie fica da cor de um pimentão.
Sério, já tem mais de uma semana que o Furacão Johanna aconteceu e ela ainda fica vermelha ao lembrar. Ela. Ainda. Quer. Matar. Johanna.
Não que a garota não tenha merecido, falando comigo daquele jeito ela estava até que pedindo -implorando- por uma reação não agradável da parte da loirinha, mas acho que nenhuma de nós imaginava que por trás dos olhos azuis e do rabo de cavalo sempre intacto, Maisie é, na verdade, uma das faces do capeta.
E eu sou seu demôniozinho de estimação. Assim como Mazikeen é para Lúcifer, assim como Aria, Emily, Spencer e Hannah eram para Alison e assim como Tess era para Cher.
Eu sou muito amada."
- Sim, você é muito amada e não, eu não fico vermelha quando estou com raiva. - Disse Maisie após ler a postagem do dia direto da fonte: sentada na minha cadeira azul com os olhos colados no meu MacBook.
- Sim, você fica. E você acha mesmo uma boa ideia falar de Johanna assim? Citando nomes?
- Frida, é a melhor ideia que eu já tive. Não me subestime.
- Ela pode ficar brava... - Falo enquanto  encaro o chão, com medo de olhar para a filhote de cruz-credo parada em minha frente. Ouço Maisie respirar fundo e dar um tapa na escrivaninha.
- Exatamente! - Ela grita. - Queremos que ela fique brava.
- Queremos?
- Mas é óbvio! Johanna ainda não se moveu, e eu me recuso a dar o primeiro passo em direção à guerra Solitárias versus Putas.
- Você só está esquecendo um detalhe: Johanna não lê meu blog.
- Esse é o lado bom da internet, ma Cherie - Ela se vira para o notebook novamente. - Tudo, absolutamente tudo que você posta - Ela clica em "Publicar" - alguém lê.
- E o que garante que vai chegar em Johanna?
- Johanna é uma netholic, Frida.
- Hum?
- É só um termo que eu inventei pra julgar as pessoas viciadas em internet, viciadas em si mesmas. Johanna é uma dessas pessoas. Deus, ela até pesquisa o nome no Google de vez em quando pra ver o que estão falando dela.
- E como é que você sabe disso? - Franzo as sobrancelhas.
- Todo mundo sabe disso. - Ela dá de ombros e eu paro em frente ao closet, abrindo gaveta por gaveta até encontrar uma blusa confortável para aguentar três períodos de matemática.
- Adorei que mudou o nome do blog. - Maisie fala. - Ficou mais...hum...profissional.
- Valeu.
- Vai vestir o que hoje?
- Mesmo de sempre: saia de pregas de Saint Harvey, mais conhecida como: nosso uniforme.
- Você consegue acreditar nessas freiras que comandam Saint Harvey? Todas as escolas do planeta Terra tem camisetas como uniforme, apenas Saint Harvey tem saias. Saias, pelo amor de Deus.
- Eu gosto da saia.
- Porque você tem zero noção sobre moda, Frida.
- Tenho? Você está usando meus chinelos agora mesmo. - Provoco
- Somente porque os meus arrebentaram, não se gabe.
- Sim, cla... - Antes que eu possa terminar a frase, Maisie dá um grito enquanto olha pro notebook.
- FRIDA!
- O que foi? - Me aproximo dela.
- Nós recebemos um comentário!
- O que? As nove e meia da manhã?
- Sim! Olha... - Ela aponta pra tela e eu vejo a frase brilhar na minha frente:
"Vocês duas vão morrer".
- Aposto que é Johanna. - Maisie sorri, vitoriosa.
- Tomara que seja só algum fã maluco dela.
- Você precisa ser mais otimista.
- E você precisa ter mais amor à vida, Maisie! Essa garota pode nos mandar de volta pro fundo do poço em alguns segundos.
- De volta? - Ela ri - Frida, nós nunca saímos de lá. E outra, Johanna Flinton só é Johanna Flinton porque alguns idiotas acham que ela é a rainha de Saint Harvey mas a partir do momento que eles conhecerem a princesa de Saint Harvey, abandonarão Johanna.
- E quem é a princesa de Saint Harvey?
- Você, claro.
- Eu? - Dou uma gargalhada alta. - Maisie, Saint Harvey me odeia.
- Você acha que Saint Harvey te odeia, mas ninguém nem sabe da sua existência.
- E não é a mesma coisa?
- Não. - Ela revira os olhos e se levanta, puxando a mochila pela alça e pendurando nas costas. - Saint Harvey precisa te conhecer. - É minha vez de pendurar o peso dos livros de matemática nas costas e seguir Maisie escada a baixo.
- Bom dia, mamãe. - Digo quando vejo que Sara está na cozinha preparando panquecas.
- Bom dia, Senhora Wolf.
- Maisie, você pode me chamar de Sara.
- Já que é mais bonita do que eu, pelo menos gosto de lembrar que a senhora é velha, Senhora Wolf. - Maisie sorri e minha mãe da risada e chama nós duas pra comer.
Na mesa, quase sinto como se minha família tivera sempre sido assim: Maisie, mamãe e eu, pois mesmo que Maisie tenha surgido em nossas vidas a poucos dias, sei que mamãe tem por ela um carinho enorme (talvez por ela ter sido a única pessoa que tentou -e conseguiu- me tirar de dentro de casa).
Mamãe está mais bonita hoje: com os cabelos pretos presos num coque mal feito e o jaleco branco perfeitamente limpo, seus olhos azuis brilham na luz da manhã e eu me pego pensando no quanto seria feliz se fosse um pouco mais parecida com ela, porque mesmo sabendo que somos idênticas, não me sinto bonita como sei que minha mãe se sente. Eu não tenho o amor próprio que ela tanto se orgulha por ter.
Eu não sou metade do que Sara Wolf é, mas me agradeço todos os dias por ter saído de dentro dela.
Mas não agradeço pelo meu pai.
Afinal, eu nem me lembro do meu pai. Não sei se tenho traços dele, sua comida preferida, se ele gosta de filmes de ação ou de terror, se ele costumava brincar comigo quando eu era só uma garotinha de franja correndo pela casa ou se ele nunca nem se deu o trabalho de sorrir pra mim.
Acho que a última opção é válida, afinal, ele nos abandonou.
Não que a história seja trágica, não que eu tenha sofrido muito, mas eu tinha seis anos quando meu pai encontrou "o amor da sua vida" (palavras dele) e decidiu, de uma hora pra outra, que esse amor não era a minha mãe. Mas ele se esqueceu de que eu fazia parte do pacote de Sara Wolf e me deixou junto com ela.
Eu não sinto falta de ter um pai, só imagino que não seria ruim ter alguém além da mamãe pra conversar de vez em quando.
- Frida, onde foi que te perdemos? - A voz dela me acordou do transe.
- Oi?
- Maisie estava me contando sobre o trabalho extra de Geografia que vocês têm pra amanhã.
- Temos? - Franzo as sobrancelhas mas as volto pro lugar em dois segundos, quando percebo que Maisie arregalou os olhos como quem diz "segue a mentira". - Ah! Temos! Trabalho do Gordo. - Cito o apelido do professor.
- Você volta pra almoçar?
- Eu...
- Frida, não acredito que você se esqueceu que vai dormir lá em casa hoje! - Maisie diz com voz ofendida e eu me pergunto o que está acontecendo.
- Não esqueci não!
- Esqueceu sim. - Minha mãe sorri pra Maisie. Ah, Sara, como você é ingênua.
- Enfim, precisamos ir. - Maisie dá o último gole no café preto e se levanta, jogando a alça da mochila nos ombros branquelos. - Tchau, senhora Wolf. - Ela da um beijinho na bochecha da minha mãe.
- Tchau, mamãe.
- Tchau, meninas. - Minha mãe sorri e logo depois segura no meu pulso. - Esteja aqui para o almoço amanhã.
- Estarei. - Dou um sorriso e ela me devolve com o dela.
Maisie abre a porta da sala e segue em direção ao carro enquanto eu me sinto mais confusa do que nunca.
- Quer me explicar o que diabos foi isso? - Pergunto ao me sentar no banco de couro do Mercedes.
- Você vai dormir na minha casa.
- Isso eu entendi, só não entendi o porquê.
- E precisa ter motivo? Vamos fazer a noite das garotas! Fazer as unhas, comer bobagens e falar de meninos.
- Maisie, você está aprontando algo.
- Eu sempre estou. - Ela sorri e da partida no carro, nos colocando no caminho para Saint Harvey.
Algo me diz que vou me arrepender de ser cúmplice de Maisie seja no que for.

 Algo me diz que vou me arrepender de ser cúmplice de Maisie seja no que for

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Oi oi gente, sei que esse capítulo foi bem fraquinho, mas estou sofrendo de writer's block, o que está me impedindo de escrever qualquer coisa (por isso que mais dois livros meus estão paradissimos!)

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Oi oi gente, sei que esse capítulo foi bem fraquinho, mas estou sofrendo de writer's block, o que está me impedindo de escrever qualquer coisa (por isso que mais dois livros meus estão paradissimos!). Mas prometo (e se preparem!) que as emoções do próximo capítulo estarão fortíssimas e Frida começará sua transição de solitária-de-saint-harvey para mulherão-da-porra hahahaha!
XoXo, ma Cherie.

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