CAPÍTULO 32- ZAC

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NARRADO POR ZAC.

É tudo muito novo pra mim. Desde o jeito que Frida se move, me entrelaçando com os braços magros e branquelos, até o jeito que eu me inclino para beijar sua testa num simples ato de afeto.
Afeto que jamais tivera antes dela aparecer.
Afeto que, no fundo, sei que não mereço.

- Está tudo bem? - Ela pergunta quando percebe que estou preso em algum devaneio.
- Sim. - Tento sorrir.
- O que temos pra hoje?
- Uma propaganda de shampoo.
- Sério? - Ela sorri, arqueando as sobrancelhas. - Sério.
- E eles escolhem a modelo com menos cabelo pra isso?
- Seu cabelo já está bem grandinho...
- Isso significa que é hora de meter a tesoura.
- Acho que gosto dele assim. - Passo a mão no cabelo dela, que já estão na altura do ombro. Ela sorri mais uma vez e eu me pergunto onde vou parar. Estou completamente apaixonado por uma adolescente de dezessete anos. - Falta quanto tempo pro seu aniversário?
- Sete meses. Da onde veio essa pergunta?
- Do fato de que você ainda tem dezessete anos.
- Você não consegue esquecer isso, né? - Frida revira os olhos.
- Não quando você ainda usa all star e saia de pregas.
- Daqui a três meses eu não vou mais usar isso tudo.
- Mas ainda será uma adolescente.
- Serei uma adolescente fora do ensino médio, isso não ameniza as coisas?
- Você não tem noção do quanto. - Respiro aliviado e inclino pra beija-la.

O beijo dela é quase inseguro, como se não soubesse o que está fazendo, como se estivesse com vergonha de mim e dela mesma. Frida sorri algumas vezes no intervalo de vários selinhos.

- Então. - Ela interrompe os beijos e segue em direção ao camarim - Essa propaganda... é pra qual marca?
- Não sei. - Dou de ombros. - Não é meu trabalho.
- Você é contratado por uma marca que nem sabe qual é?
- Sou contratado pela Cher's, o que vem depois é problema deles.

Ela revira os olhos pra minha resposta mal dada. Justo, eu faria o mesmo. Quando Frida começa a desabotoar a blusa do uniforme, eu fecho os olhos.

- O que é que você tá fazendo?
- Trocando de roupa? - Ela pergunta, ou afirma, não sei dizer.
- Pelo amor de Deus, Frida, eu sou um homem!
- E daí? Não é como se você não tivesse visto meninas peladas antes.

O que Frida faz eu não sei dizer, já que estou com os olhos tampados pelas minhas mãos nervosas, mas sei que atrás delas, eu os arregalo.

- Não estou pelada! - Ela grita.
- Obrigado.
- Não como você gostaria.

Quando percebo, Frida está sussurrando em meu ouvido e eu tento não arrepiar. Sem sucesso.

- Quando foi que você se tornou essa desmiolada?
- Pode abrir os olhos já.
- Está devidamente vestida?
- Vai ter que olhar pra ver.
- Frida, pelo amor de... - Quando abro os olhos, Frida está com vestido branco, colado até os joelhos. - Você está parecendo uma noiva.
- Em seus sonhos. - Ela se senta e começa a se olhar no espelho.
- Nos mais selvagens deles. - Sussurro em seu ouvido e a deixo no camarim.

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