Capítulo 2

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Harry estava deitado em sua cama pensativo já havia se passado uma semana desde que chegara na rua dos Alfeneiros, mandara Edwiges diariamente com cartas a seus amigos mas nenhuma das respostas que obteve deixou o garoto satisfeito. A que havia mandado no dia anterior não tinha voltado, estava começando a ficar frustrado com a situação, sua cicatriz agora o incomodava todos dias mas, com a volta, de "você sabe quem" essa seria sua nova rotina, o jeito seria assistir o noticiário noturno. Levantou se de um salto pois já havia escurecido e certamente o jornal já estaria acabando. Desceu as escadas pulando de dois em dois os degraus, Tio Valter já estava na sala quando ele adentrou o local, ele o olhou desconfiado com os olhos semicerrados, Harry sentou se ignorando os olhares do Tio.

— O quer aqui moleque? - O Tio perguntou quebrando o silêncio .

— Vim assistir ao noticiário - Harry disse dando de ombros.

— Assistir ao noticiário? E desde quando pessoas da sua laia se interessam por isso? – Tio Valter disse sorrindo desdenhoso – Olhe o Duda eu não o vejo por aqui, duvido que ele saiba o que está acontecendo!

— Talvez se ele tivesse um pouco mais de cérebro – Harry respondeu baixo o suficiente para que o tio não ouvisse.

— O que você disse moleque?

— Nada – ele respondeu se levantando aliviado. Nenhuma morte ou desaparecimento estranho havia sido noticiado – O noticiário acabou, vou dar uma volta.

— Não vai, não! – disse Tia Petúnia entrando na sala – Vamos receber os Pierce para jantar, Duda mesmo nem saiu hoje, você vai subir e dar um jeito nesse seu cabelo, coloquei algumas roupas novas de Duda em cima de sua cama, para você ficar apresentável.

— Não sei porque ele vai fazer parte do jantar – Tio Valter disse olhando para Harry de soslaio – Seria melhor que ficasse no quarto.

— Ah! Sim – respondeu ela sarcástica – Para ele trazer mais uns daqueles bichos estranhos para estragar o jantar? O que os Pierce pensariam de nós?

— Sendo assim o moleque fica – disse o Tio com os olhos arregalados. Provavelmente estava lembrando de quando Dobby, o elfo doméstico largou uma taça de pudim na cabeça de uns de seus investidores.

— Suba, vá tomar um banho e se arrumar!

Harry subiu as escadas arrastando os pés desanimado, queria e ao mesmo tempo não queria fazer parte do jantar. Certamente Alina estaria ali, na última semana não tinha visto a garota. Sempre que dava uma espiada pela janela a cortina lilás de seu quarto seguia fechada e ele notava que a família saia cedo e sempre voltava tarde. Antes de ir ao banho, resolveu dar uma olhada nas roupas que a Tia separara para ele. Um par de tênis dois números maiores que seus pés, uma calça jeans com as barras e cintura grande demais, camisa branca e uma camisa de flanela que caberiam dois Harry dentro facilmente. Como ficaria apresentável daquele jeito?

Poderia dar um jeito naquilo se pudesse usar a varinha, mas como feitiços eram proibidos fora de Hogwarts para menores de idade, resolveu fazer do jeito trouxa mesmo. Entrou nas pontas dos pés no quarto da tia e pegou o kit de corte e costura. Quando era pequeno era obrigado a costurar as calças do tio ou do primo quando se rasgavam, só nunca fora permitido que fizesse o mesmo com suas roupas, sempre grandes demais. Primeiro consertou as barras da calça, ciente que o relógio trabalhava contra seu favor. Depois desfez a costura e costurou a camisa de flanela, um cordão de um velho tênis resolveria o problema da cintura larga demais, já que não poderia pegar um cinto emprestado. Sobrou quinze minutos para tomar um banho e se trocar, deu uma última olhada no espelho concluindo que fizera um trabalho melhor que o esperado.

Aquele garoto PotterWhere stories live. Discover now