27 - paixão desenfreada

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Bernardo

O inverno é a época do ano que mais atrai turistas para São Joaquim. Pessoas de várias partes do país aparecem, seduzidas pelas festividades e pelo frio congelante. A geada deixa as ruas com uma bela imagem e a maioria da cidade, surpreendentemente, feliz.

Cecília adora essa estação do ano, tanto que não parou de falar sobre isso na última semana. Se eu não houvesse bebido tanto, ontem, provavelmente estaríamos de mãos dadas, seguindo pelas ruas cobertas de neve, envoltos em casacos e sorridentes.

Eu me empurro para fora da cama, procurando uma aspirina nas gavetas do armário.

Minha cabeça está prestes a explodir após a bebedeira de ontem na casa do meu amigo, mas pelo menos minha consciência está limpa sobre não ter tocado em cocaína ou em drogas parecidas, com exceção do álcool, é claro.

Cecília serve o nosso café depois de um beijo demorado de bom dia. Pensei que ela fosse me matar ontem à noite, mas Cecília é doce demais para isso. Então conversar nos ajudou a esclarecer as coisas, apesar de eu merecer um soco pela minha impulsividade.

Após o café, eu a levo até uma loja infantil no centro da cidade para comprar algumas coisas para o nosso filho. O restante das coisas eu compro quando soubermos o sexo do bebê.

— Eu mal posso esperar pela hora em que estarei vestindo o bebê e dando banho nele — murmura Cecília, excitada, conforme seguimos pela loja. Uma de suas mãos está em meu cotovelo, enquanto a outra segura a bengala.

Sorrio do seu entusiasmo.

— Você ainda está assustada com a ideia de termos um filho?

— Bom... um pouco, mas eu acho que vou me acostumar.

— Também estou meio assustado, mas acho que seremos bons pais.

— Com certeza, lindo — Cecília beija a minha bochecha, sorrindo.

Ela está linda em um casaco e seu nariz vermelho pelo frio a deixa engraçada e meiga. Eu a puxo para mais perto de mim, ajeitando a touca de lã em sua cabeça.

Quando finalmente voltamos para casa, Barbara aparece um tempo depois com a mãe e Laura para animarem a minha garota. Eu sei que apesar de me ter, ela fica um pouco solitária às vezes. Então, nessas horas ela precisa de companhia feminina para conversar sobre coisas que só elas entendem.

— Cecília? — Após fumar um cigarro do lado de fora, entro em casa, procurando minha namorada.

— Estou bem aqui. — Ela sorri, sentada sobre o sofá ao lado das tias e da prima. Barbara murmura um "olá" e eu aceno com a cabeça para as outras duas mulheres que sorriem, acenando de volta.

Elas continuam conversando enquanto eu caminho pelo corredor até o quarto. Sigo até o banheiro e tomo uma ducha, aliviando meus nervos tensos.

Penso no meu pai e acho que preciso visitá-lo em breve. Ele conseguiu um trabalho e está indo bem em sua nova vida. Dispensei a senhora Carmem, já que ele disse que vai cuidar da casa como já devia ter feito a um bom tempo.

— Merda! — No quarto, eu tropeço no tapete e me lembro de mais tarde colocá-lo em outro lugar para não criar riscos da Cecília cair. Foi uma péssima ideia eu ter colocado ele na entrada da porta.

À noite, após o jantar, Barbara se despede com Laura e Camila e eu passo a chave na porta, ligando a TV em seguida. Cecília senta-se ao meu lado, vestida no seu pijama com os cabelos soltos e molhados após o banho. Eu a puxo para mim e ficamos abraçados, quase cochilando sobre o sofá.

— Quer ir para a cama? — murmuro com os olhos pesados, minutos depois.

— Hm, sim. — Cecília boceja e solta um gritinho quando eu a suspendo no ar e a carrego até a nossa cama enorme.

— Você é louco. Eu levei um tremendo susto — diz ela, a cabeça deitada contra os travesseiros. Eu me jogo ao seu lado, movimentando o colchão.

— Louco por você. — Beijo o seu pescoço, depois sua barriga, e ela ri, sentindo cócegas e me pedindo pra parar.

— Bernardo!

— Agora vamos dormir. — Paro de provocá-la e deito de costas sobre a cama. Cecília deita a cabeça contra meu torso e sua respiração se normaliza com o sono.

Segundos depois, arregalo os olhos ao sentir seus lábios contra meu ombro. Desço o olhar, surpreso, sobre a Cecília e ela sorri antes de grudar os nossos lábios em um beijo. Seguro seu pescoço e aprofundo o beijo, ouvindo seus gemidos suaves. Viro os nossos corpos e deito sobre ela, regulando meu peso.

— Senti falta disso — murmuro, excitado, me livrando das nossas roupas.

Quando ficamos nus, Cecília se remexe embaixo de mim, pressionando minha ereção. Procuro o ponto certo e a penetro rudemente. Murmuro um pedido de desculpas pela minha perda de controle e movimento os quadris em um vai e vem rápido e urgente.

— Bernardo... — Ela geme de olhos fechados.

— Você é tão gostosa. Eu te amo tanto — murmuro com a mandíbula tensa.

Cecília prende as pernas ao redor da minha cintura, me fazendo gemer alto. Alcançamos o nosso limite um tempo depois, seus seios pressionados contra o meu torso e nossos corpos incrivelmente unidos.

Saio de cima dela, relutante, respirando com dificuldade e pressiono os lábios contra sua testa quando ela passa os braços por cima do meu peito. 






Uma Luz Na EscuridãoWhere stories live. Discover now