Scott me puxou com cautela e me abraçou, calmo. Senti o músculo de seus braços se contraírem enquanto me apertava mais contra si. Ele depositou um beijo no topo da minha cabeça e em seguida apoiou o queixo ali.

— Eu também não sei se vou conseguir ficar bem sem você lá. Não quero que nos deixe... — Ele disse baixo. Minhas lágrimas escorriam e manchavam sua blusa. O que fazer? O que fazer?

— Quanto tempo tenho para te dar uma resposta? — Perguntei fungando e ele afrouxou os braços. Passou os polegares por baixo dos meus olhos para secar minha lágrimas que ainda teimavam em cair. Ele deve estar me achando a garota mais chorona do mundo!

— Dez segundos. — Ele sorriu e eu arqueei as sobrancelhas. — Quanto mais pressão mais chances de você aceitar ir conosco. Quatro... Três... Dois...

— Eu aceito.

(...)

Sentada na borda da piscina e com os pés dentro d'água eu ainda me perguntava se o que eu estava fazendo era certo. Deixar meu pai aqui para ir com Scott e Seth para a Europa. Eu sei que ele ficará bem, minha tia costuma visitar ele também... Mas não é a mesma coisa ouvir pelo telefone o que está acontecendo ou ver com os meus próprios olhos.

Mas era esse emprego que me dava condições de pagar aquela clínica para ele. Era nesse emprego que eu mergulhava para tentar esquecer meus problemas. E era aqui que estava o meu Chiclete e o seu garotinho que agora tenho certeza de que me apaixonei na primeira vez que o peguei no colo.

O que fazer?

Ouvi a porta para o espaço externo se abrir. Scott veio sorrindo e parou ao meu lado. Forcei um sorriso para que ele não se sentisse culpado por eu não estar cem por cento de acordo, mesmo que tenha aceitado ir.

— Hey, Ev! — Ele sentou ao meu lado e colocou os pés na água também.

— "Ev"? — Ri mesmo sem saber o que era aquilo.

— É o apelido que acabei de inventar para você. — Ele disse orgulhoso — Não consegui pensar em nada com Claire então usei seu sobrenome Evans. "Ev".

Sorri, agora de verdade. Ele tinha parado sua vida para pensar em um apelido para mim. Ele estava começando a me deixar preocupada. Será que o que Alana disse tem a ver com isso? Ou ele só está tentando ser amigável?

— Oh, então... Obrigada... — Agradeci, querendo ter em mente algum apelido diferente de "Cott" — Pensarei algo para você também.

— Eu vim aqui te falar sobre como foi minha conversa com o diretor daquele filme. — Ele disse animado — Ele ficou muito feliz por eu ter aceitado. Então eu aproveitei e perguntei se ele não podia adiar as coisas do filme. A viagem e essas coisas... E ele disse que tinha que terminar um projeto antes. — Ele deu uma pausa como se para fazer suspense e eu arqueei uma sobrancelha, esperando que concluísse — Ev, a gente tem mais três meses aqui!

— Oh, céus! Isso é sério mesmo? — Eu não estava cabendo em mim de tanta felicidade. Ele havia pensado em mim como uma prioridade também — Não acredito que você fez isso! Por mim...

Ele sorriu caloroso e parecia querer falar algo mas eu fui mais rápida e joguei meus braços sobre ele e o abracei. Só que aparentemente não pensei que poderíamos nos desequilibrar e ao invés de o sentir retribuir o abraço, senti ele me puxando consigo para dentro da piscina.

— Ai meu Deus! Desculpe! — Estava desesperada de medo dele ter ficado chateado com aquilo até que ele interrompeu meus pensamentos com sua grave risada.

Afastei os cabelos molhados do meu rosto e vi aquele homem lindo sorrir para mim. Seu cabelo estava jogado apenas para um lado, lambido pela água, mas ele continuava lindo. Sua blusa encharcada estava grudada em seu abdômen, deixando sua definição totalmente a vista. E por mais que eu tentasse, não conseguia parar de encará-lo descaradamente.

Meu Presentinho de GregoWhere stories live. Discover now