CAPÍTULO 38 - IV

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                  ESTER LOPES

Já são duas semanas sem ter o Dimitri ao meu lado para acalmar os meus tremores. Mas infelizmente ele vai ficar lá por mais alguns dias. Dias esses que parecem eternidades para mim.

Hoje vou fazer os primeiros exames da minha gestação que aliás não é mais segredo nesta casa, virou até o assunto principal de todos. Minha mãe então, só falta espalhar para os quatros cantos do mundo que vai ser avó novamente, se é que já não fez isso.

O meu pai até que reagiu bem a todas as informações surpresas, me parabenizou e desejou-me felicidades e claro, exigiu o casamento assim que o Dimitri se recuperar. Pra mim isso nem é exigência, é uma dádiva dos céus.

Já estava pensando em pedi-lo em casamento mesmo. Mas acho que ele é quem deveria fazer isso, ou não. Eu não ligo para os padrões desse mundo.

—Vamos Ester, não podemos nos atrasar. – chama Bianca. Ela vai me acompanhar até a clínica.

—Estou pronta. – saí do closet ajeitando a camisa social branca na saia preta de couro.

—Nossa, tudo isso pra fazer somente exames. Caprichou viu cunhadinha. – elogia Bianca deixando o filho na minha cama pra bater palmas.

—Só de pensar que também vou ter um filho nos braços me enche de alegria a alma.

—Ou uma filha né. Ou quem sabe, os dois. Do jeito que vocês são fogosos deveriam ter trigêmeos. – confesso que o pensamento me assusta um pouco.

Já estou ansiosa pra saber se é apenas um, imagina se vier dois ou três. Deus! Meu coração não aguenta tanta felicidade.

—Trigêmeos? Não surta mulher, assim eu enlouqueço. Bom, então vamos logo porque a ansiedade bateu forte agora. – pego minha bolsa e saio do quarto acompanhada por ela e o filho que grita de alegria.

[...]

Passamos na cozinha e deixamos o Caique com Maria, que me obrigou a tomar um copo enorme de vitamina de banana. Meu Deus! Estou ferrada com essa mulher que manda muito bem na cozinha.

—Acho melhor a gente ir antes que eu nem consiga andar de tanto comer. – mordo a última fatia de bolo e bebo um pouco de suco.

—Menina você agora vai ser mãe, tem que se alimentar direito pra produzir um bom leite materno pra essa guria crescer saudável. – ela teima com a minha mãe em dizer que é uma menina.

—Nisso ela tem toda razão, comigo não foi diferente cunhadinha, fiquei enorme do Caique. Parecia que eu tinha engolido duas melancias. – Bianca só faz drama.

Realmente ela ficou enorme, parecia uma gravidez de gêmeos na verdade. Caique é todo grande, igual ao pai dele. Por favor não pensem sacanagens tá, mas o meu irmão é um grande homem.

—Eu não vou ficar parecendo uma bola. – mentira, vou ficar pior.

—Não, claro que não. Imagina querida. – porque será que senti uma certa ironia na frase da Bia?

—Quero só vê quando essa barriguinha sarada começar a crescer. Você será uma bola muito linda Ester, na verdade você será um balão. – pelo jeito até Maria concorda com a teoria de Bianca. Muito ferrada com essas duas contra mim.

—Isso é golpe baixo sabiam? – faço gesto negativo com a cabeça e as duas riem.

Saímos daquela cozinha aos risos, Bianca praticamente é o humor em pessoa. Ama sorrir e fazer brincadeiras, até apostou com Maria que o meu bebê vai ser menino, e claro que eu só fiz rir da situação entre as duas.

JOGO DE ATRAÇÃO - LIVRO 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora