CAPÍTULO 38 - III

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               DIMITRI CASTILLO

Me joguei na cama com o celular na mão, desde que Ester saiu daqui eu não paro de olhar a sua foto na tela do aparelho, estou sofrendo pelos meus atos, e agora ela não me quer. Fui um tolo, idiota.

Desde de cedo fui informado pelo próprio Niko sobre sua saúde, ela tinha desmaiado mas não corria risco algum. Até tentei ir na clínica mas sequer saí do apartamento, culpa dos irmãos dela que bloquearam a minha passagem pra me dar lição de moral.

Porra! Já admiti o meu erro, já estou sofrendo desde antes dessa bagaça toda começar, será que não mereço o perdão dela?

Mas como dizem, o tempo tem resposta pra tudo. Assim eu acho!

Porra de tempo, e eu lá sou homem de esperar o tempo resolver os meus problemas, sou homem de chegar e fazer acontecer, sou um homem que ama e que no momento está desesperado.

Deixei o celular de lado e fico apenas apreciando o anel que tinha lhe dado para firmar o compromisso, mas como um verdadeiro filho da puta eu estraguei tudo.

O celular começou a vibrar e logo vi o nome do Esdras na tela. Lá vem outro sermão.

—Cara você já me xingou de tudo o que é palavrão, já basta não acha? – eu não queria discutir com ninguém, muito menos com o chato do Esdras.

—Ester foi sequestrada. – ele dispara.

Fico estatelado na cama sem saber o que fazer, o ar nem sequer chega nos meus pulmões e os sentidos ficaram todos embaralhados.

Nossos momentos de alegria passam como um filme diante dos meus olhos, e dou-me por vencido e começo a chorar.

—Como aconteceu uma porra dessas tendo um bando de seguranças com ela? – me levanto da cama num só pulo.

—Ela estava no shopping com Bianca, o desgraçado estava armado e pegou ela desprevenida, foi tudo muito rápido mas tenta manter a calma.

—Não me peça uma porra dessas. Se algo acontecer com ela eu não me perdoaria Esdras. – observo o anel caído na cama.

—Eu também não, acredite.

—Tô indo pra aí, temos que encontrá-la antes que o pior aconteça.

—Ótimo! Já conseguimos rastrear o carro que por sinal é roubado, eles estão numa cabana um pouco distante da cidade. André já está com a polícia aqui, só falta você.

—Obrigado por avisar.

—Você é um filho da puta quebrado, mas ama aquela peste. Merece perdão, ou um chute nas bolas.

Desliguei a ligação e peguei o fardamento da equipe que já estava guardado a um certo tempo. Há muito tempo eu entrei pra equipe com intuito de apenas treinar lutas marciais, mas fui ficando até me tornar membro oficial.

Me vesti e peguei o coldre com a arma, pus o mesmo na perna e saí pelas escadas de emergência até a garagem e decolei com o carro.

[...]

No portão já se via a movimentação da polícia junto com os homens da equipe dos irmãos. Todos padronizados e com expressão de ódio.

—Dimitri meu filho. – dona Véra me abraça em lágrimas, a sua dor é palpável.

—Vai ficar tudo bem dona Véra, vou trazer a nossa ruivinha pra casa, nem que para isso eu precise dar a minha vida.

—Venha comigo, a senhora precisa ficar calma. – diz a esposa do Esdras tentando acalmar.

JOGO DE ATRAÇÃO - LIVRO 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora