CAPÍTULO 2

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                  ESTER LOPES

Aí que vontade de chutar as bolas desse idiota. Cretino. Bastardo de uma figa.

Eu tenho uma vida, ou será que ele não sabe? Claro que sabe, Esdras faz isso de propósito. Certeza. Ele sabe o quanto fico puta com ele e todos que tentam me controlar.

Isso mesmo "tentam", eu sempre tenho aquele jeitinho de concertar tudo ao meu redor, mas fico puta quando volto a essa monotomia. Aí que raiva.

Joguei minha bolsa em cima da cama e comecei a me despir, estou clamando por um banho e por minha cama.

Lavei todo o meu corpo e depois hidratei. Enrolei-me na toalha e voltei para o quarto. Antes de por a calcinha ouvi meu celular tocar.

O nome do Niko surge na tela.

—Pode falar Niko.–pelo barulho agitado ele deve estar na tal festinha.

—Estou te fazendo uma intimação. –ele grita no outro lado da linha.

—Intimação? Pra mim? Tem certeza criatura? – vindo dele pode ser qualquer coisa e quando digo qualquer coisa, é qualquer coisa mesmo.

—Isso mesmo fofa, ponha o seu vestido mais bafonico presente no closet e venha curti a noite com o seu amigo preferido aqui.

—Amigo preferido?

—Não sou?–Niko fazendo drama ninguém merece.

—Claro que é criatura. E não posso sair agora, estou nua e ainda tenho que organizar uma planilha.

—Corrija-me se estiver errado, meus belos ouvidos escutaram nua? Hum...

—Deixa de pensar safadezas criaturas. Estava no banho, só isso.

—Diga-me que teve uma foda daquelas de arrancar gritos?

—Com direito a tapas e puxões de cabelo.

—Sério mesmo chefinha linda?

—Claro, que não. Preciso trabalhar agora.

—Aí ruivinha, deixa pra trabalhar amanhã no escritório. Vem curtir um pouco. Ninguém é de ferro.

—É melhor não, vou me trocar e fazer o "dever de casa".

—Depois não reclame dizendo que não chamei.

—Sem problemas. E pelos deuses Niko, cuidado.

—Está bem meu docinho de morango com cobertura de pimenta.

—Você tem cada maluquice.

—Qualquer mudança de planos é só vir, vou te mandar o endereço. Beijocas!

Desligo a ligação rindo do pensamento que não me abandona. Niko certamente está vestindo sua calça cor de rosa chiclete. Ele fez questão de mandar uma foto da vitrine da loja pra que eu comprasse uma igual. Mas falta uma coisa em mim para que isso aconteça. Coragem. Coisa escandalosa do cacete.

O celular vibrou na minha mão, olhei rapidamente e voltei a me trocar. Pus minha calcinha na cor preta e vesti minha camisola longa na mesma cor com detalhes em renda.

Não iria sair mesmo. Preciso focar no escritório, já que fiquei um tempo afastada. Não posso relaxar, a concorrência fica fazendo marcação cerrada.

—Querida, está acordada?–Maria chama-me do outro lado da porta.

—Entre.

—Menina você não vai jantar?

—Ah, claro. Só preciso avaliar uns papéis aqui e já desço.

—Tudo bem querida, mas não demore caso contrário sua mãe vem aqui e te arrasta até lá.

JOGO DE ATRAÇÃO - LIVRO 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora