Essa era uma questão muito mais preocupante do que um almoço. De fato, muito mais.

- Hoje acho que não vai dar, Paul... Preciso resolver algumas coisas.

- Que coisas?

Porcaria. Isis não esperava que Paul perguntasse e ela era uma mentirosa horrível, que todos sabiam mentir quando tentava inventar ainda mais coisas.

- São pessoais.

Isis nunca tinha nada realmente pessoal para resolver e Paul sabia disso melhor do que ninguém. Ela acabara de despertar ainda mais a curiosidade no homem e temia que com isso, outra coisa pior nascesse. Como poderia saber? Todos os seus conhecimentos se provavam mentiras e ela ainda estava meio perdida tentando assimilar tudo.

- Pessoais? Que interessante...

Ele comentou e voltou ao trabalho, a deixando curiosa sobre o que ele achava interessante. Seus medos se tornando maiores conforme possibilidades corriam pela sua mente.

- Como assim?

- Besteira minha, Isis. Boa sorte com as suas coisas.

Ela se virou, sem responder e se afastou de quem um dia considerara extremamente de confiança. O brilho furioso nos olhos de Paul a assustara mais do que qualquer outra coisa, mais até mesmo do que acordar em um belo dia e se ver frente à frente com uma deus misterioso e poderoso, o qual ela achou nunca ter existido.

Era um ser inventado.

Claro que não, agora Isis sabia que toda a história tinha um fundo de verdade. Não duvidaria de mais nada.

Nada.

Nem mesmo de um mal maior, como Set. Ele seria capaz de qualquer coisa, assim como contavam as histórias, talvez fosse ainda pior e cruel. Amon a olhara com pesar e medo quando falaram sobre o deus e ela tinha certeza que para ele estar daquela forma, nem tudo tinha sido revelado e que uma boa parte desse mistério se desse à sua necessidade de descobrir a verdade.

A verdade real.

O que precisaria fazer.

- Como estão as coisas aqui? – Perguntou para alguns homens com cinzel, na extremidade do local de escavação.

As marcas do local perfeitamente ressaltadas, mesmo que o vento e areia fossem constantes.

- Nada mal. – O mais tranquilo deles respondeu e Isis respirou aliviada.

Notícias ruins tornariam seu dia ainda mais catastrófico. Por mais que já não estivesse mais tão certa sobre a escavação, tinha as várias pessoas que trabalhavam pra ela ali e que precisavam dessa fonte de renda. Seria egoísmo de sua parte pensar apenas em si, sem qualquer tipo de consideração com os demais.

Tinha um assunto importante desviando sua atenção, mas poderia viver normalmente enquanto as coisas não se complicassem.

Ou talvez não.

- Certo. Como sempre... – Ela começou a falar, mas foi interrompida por um deles.

- Tomem cuidado. Sabemos disso.

Isis não conteve o sorriso que se abriu. Fazia tanto tempo que estava trabalhando com essa equipe que eles praticamente já sabiam o que diria mesmo antes de ela tê-lo falado.

Era engraçado. E bom ao mesmo tempo. Ter essa ligação com pessoas que ela conhecia aos poucos, enquanto dividiam muitas e muitas horas do dia.

- Fico feliz que sabem.

A joia de IsisOnde histórias criam vida. Descubra agora