Capítulo 9 - Crooked Lines

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O último.

Música de hoje: I'll Be Good - Jaymes Young.

*****

O sol beijava sua pele, acariciando o rosto angelical, lhe desejando um bom dia, piscou algumas vezes antes de finalmente entender o que estava se passando e onde estava. A ômega sempre demorava para acordar. Afastou as cobertas, fechou os olhos e se espreguiçou, sentiu o estralo de sua coluna e riu infantil. O dia dava sinais que seria bom. Pelo menos isso, já que todos os seus dias eram uma tormenta eterna. Ela se perguntava quando tudo iria se acalmar, ou se iria acalmar. Depois de alguns minutos decidindo se realmente sairia da cama ou apenas se viraria e dormiria por mais algumas horas, ela se levantou, o chão gelado enviou arrepios por todo seu corpo, caminhou até o banheiro mas antes reparou que o colchão da alfa não estava mais lá. Quando ela saiu? Camila não ouviu nenhum barulho, mas não tinha importância. Rumou novamente para o banheiro e se olhou no espelho. Estava um horror. Se perguntava como o espelho ainda estava intacto.

Fez sua higiene matinal e tomou um banho rápido, enquanto a água quente massageava sua pele, sua mente viajava para um lugar distante. É incrível o poder que um banho pode ter, ele nos permite refletir e viajar para mundos distantes da nossa realidade. Após terminar ela caminhou, em modo automático, até a cama e encarou o nada, ainda refletindo, sobre muitas coisas. Várias coisas se passavam na mente da ômega, coisas boas e coisas ruins, em equilíbrio, bastava apenas um sopro para tudo ir abaixo. Ela era como um vulcão adormecido, uma hora ele iria acordar... E Camila também, e coitado de quem entrar em seu caminho.

Encarou o relógio que estava na mesinha ao lado da cabeceira e viu que estava tarde, muito tarde. Ela já devia estar de pé, com certeza Emma arrancaria sua pele por demorar tanto. Com a rapidez de um tigre ela vestiu sua roupa, uma qualquer que ela havia pego na mala, sem se importar se era apropriada ou não. Atravessou a porta praticamente correndo, desceu as escadas pulando alguns degraus, ao chegar na cozinha todos já estavam tomando café, corada ela se sentou ao lado da alfa.

- Bom dia, meu amor - Seus olhos triplicaram de tamanho e ela olhou a alfa como se ela fosse um et - Está tudo bem, meu amor? - Deu entonação no "amor" e a ômega entendeu o que ela queria dizer, era hora de entrar no papel.

- Bom dia, amor - Sorriu, tentou sorrir verdadeira, tentou - Bom dia, Emma - Cumprimentou a ômega que lhe serviu um café - Bom dia, Clara - Sorriu para a ômega mais velha que sorriu de volta.

- Dormiu bem, Camila? - Camila ignorou o duplo sentido da frase.

- Sim, muito bem - Deu de ombros e ignorou o sorriso de lado que estava nascendo nos lábios da alfa.

- Percebo... - Por que, diabos, todos daquela casa estavam insinuando algo? Deve ser porque você é a "namorada" da idiota da Jauregui. Seu subconsciente gritou. Droga, ela deveria se acostumar com isso.

- Joseph vai tomar café conosco? - Perguntou a alfa, claramente provocando Emma.

- Ele não arriscaria colocar seus pés aqui, eu corto sua mão fora! - Esbravejou.

- Acho que tudo isso é amor enrustido - Deu de ombros - Admita! Você gosta dele! - A alfa sentiu uma ardência em suas costas. Emma havia lhe jogado uma colher de pau - Ouch! Mulher, você está louca? Quer me matar?

- Quero! - Juntou as xícaras que estavam na mesa e saiu pisando duro.

- Um dia ela te mata - Clara disse enquanto bebericava seu café.

- Mas ela gosta dele, olhe, ela só não quer admitir - Mordeu seu pãozinho - Não acha, Camila?

- O quê? - A ômega despertou de seu topor.

I Know It's Forever - Camren ABOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora