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Enzo

Eu não sei o que deu em mim, mas quando ela confirmou o que eu já sabia, aquilo doeu, doeu muito. Eu não podia ficar ali, não podia sentir seu cheiro, nem ter o desejo estrondoso de arrancar cada peça de roupa daquele corpo. Pq eu estava apaixonado pela quela boca. Sim , Enzo apaixonado por algo.

Sai do quarto de Mia e fui em disparada para as ruas do Rio. Em pensar que a muitos anos, essas ruas eram o meu lar. Eu amava o Rio, mas não amava as oportunidades que me ofereceram. Eu não poderia ficar com Mia por conta dessas oportunidades. Não poderia ficar com ela, porque aquela mulher, era maravilhosa demais para merecer alguém como eu. Ela era inteira demais, para alguém metade como eu. Eu queria ela, mas não podia te-la.

Passei pelos becos úmidos, e me lembrei do enorme prazer que eu sentia ao chegar perto deles. Eu ficará ali com Mia. Conhecera ela ali, ou pelo menos, seus lábios.

Fui a praia, conversei com meus pais, olhado aos céus. Eles tinham me abandonado, mas depois de um tempo, procurei os mesmos, eles já estavam mortos, mesmo eles não me amando, eu sempre amaria eles. Eles eram meus pais horas.

Acordei em um pulo, havia adormecido na praia?
Olhei meu celular e havia uma ligação de meu pai

-Só vou falar uma vez. Mia foi embora, voltou para São Paulo. Ou você pega o primeiro voou para lá. Ou eu te tranco no quarto até você conseguir chamar a polícia-disse meu pai. Ele sabia que eu nunca chamaria a polícia

-obrigada-foi a única coisa que eu disse. Liguei para Mia, que não atendeu. Tudo bem, iria na casa de seus avós, pegaria o endereço e encontraria a mulher mais linda que já conhecerá

Quando cheguei no Rio, já eram 3horas da manhã. Não iria ligar para ela. Iria entrar de fininho, deitaria em sua cama e dormiria ao seu lado. Ate ela me expulsar. Não me importo.

Quando estou perto de sua casa, ouço barulhos altos. Preocupação já me dominava por completo. E então me aproximei para escutar a conversa

-você só pode estar louco. Meus pais então na Flórida-disse Mia, com a voz carregada de catarro. Eu tava quase matando esse sujeito, por te-la feito chorar

-você sabe a verdade Mia, sabe que os pais que te criaram não são biológicos. Você viu, eu sou seu pai. Infelizmente, eu nunca te quis, então não me importei em te procurar nos últimos 20 anos. Mas após sua aparição aqui novamente, confesso que não consegui ficar mais quieto. Felizmente meu amor, eu terei que te matar. Não quero meus bens pra uma mimada idiota. -disse um homem alto, assustador. Ele era incrivelmente bonito, se o que ele disse for verdade, agora entendi de onde vem a beleza de Mia.

Ele apontou a arma para aquela mulher, aquela mulher indefesa, que eu faria de tudo para protege-la, eu faria de tudo para que tudo sempre desce certo para ela. Não permitira que um idiota, apontasse uma arma para a minha mulher.

-abaixe essa porra agora, ou eu terei que te matar na frente dela. Não vou ficar feliz com isso-disse eu, com fúria nos olhos. Nunca permitiria algo assim

Mia só chorava, ela tentou sorrir quando me viu, mas chorou de novo. Só queria que tudo acabasse, e eu poderia abraça-la

-pelo visto, ela arrumou um cachorrinho. Okay, mas eu volto. Você vai querer saber da história toda.

Ele simplesmente foi embora, Mia estava caindo e eu com minha rapidez consegui segura-la. Ela se apoiou em meu ombros e começou a chorar. Ela não conseguia falar, apenas chorar. Então com calma ela falou

-ele.. ele é meu pai-disse ela, foram suas únicas palavras. Ela não queria falar. Só queria chorar. Então eu a peguei no colo, a levei ate seu quarto. A despi com um respeito que nem eu mesmo sabia que tinha, dei banho na mesma, enquanto ela me olhava sem entender nada. Eu sabia que ela estava sem forças para fazer qualquer coisa. Eu precisava ajuda-la, precisava cuidar dela

-não precisava fazer tudo isso-disse ela, mais calma, e me encarando debaixo do chuveiro

-não preciso, mas eu quero-foram minhas últimas palavras. Entramos em seu closet e eu também a ajudei a vestir uma roupa, eu penteei seus cabelos. A agarrei novamente e a levei ate a cama. Depositei um beijo em sua testa e estava perto da porta. Talvez ela não me queria ali, não iria forçar a barra, hoje a noite ela escolheria, ela precisava processar..

-fica aqui?-Disse Mia, não respondi, apenas me deitei, e me aconcheguei em seus cabelos macios, eu não queria sair dali. Tava incrivelmente bom.-precisamos conversar- eu temia essa conversa, enquanto estava no avião, havia pensado nela. Ela iria me mandar afastar, isso doeria.

-Boa noite Mia
-Boa noite Enzo

E dormimos o resto que conseguimos, ainda agarrados um ao outro. Em toda a minha vida miserável, senti tamanha paz. E em muito tempo, eu não pensava em sair de vez do trafico. Poderia continuar a faculdade, arranjar um emprego, e morar com Mia. Poderia fazer isso por ela.

Só permitir pensar nisso, por longos 2 minutos. Admito. Foram os melhores 2 minutos da minha vida

Mia Onde as histórias ganham vida. Descobre agora