Capitulo 2

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Enzo

nunca fui de ter apenas uma, nunca fui de quer estar com alguém. Mas não me julguem, quando eu tinha 4 anos, meus pais me expulsaram de casa, disseram que não queria mais um pirralho na vida deles. nunca entendi por que eles ficaram comigo durante 4 anos, para depois me abandonar. o Henrique estava passando na rua e me achou, desde esse dia ele tem cuidado de mim, não tanto quanto antes, já que tenho 22 anos, mas sabe como é aquela coisa de pai ne?

eu sempre me senti desconfortável em ter alguém pagando tudo para mim. nunca gostei daquilo, me sentia impotente. infelizmente entrei pro trafego, começou pequeno, mas hoje sou o líder da maior facção do Rio de Janeiro, para ser sincero eu não me orgulho dessa decisão. mas era o que eu tinha no momento. terminei meus estudos, eu queria ser advogado, até comecei a faculdade, mas já estava muito envolvido para sair assim. acabou que a facção se tornou minha família. eu a amava e ela me amava.

resolvi passar um tempo em São Paulo, para relaxar um pouco, foi quando conheci uma menina. não sabia o nome dela, mas ela era incrivelmente linda, e parecia aquelas madame de filme com um monte de rico. de primeira achei que ela era apenas uma besta. mas uma besta muito linda. seus cabelos eram longos em um tom castanho escuro, seus olhos eram negros, um tipo de preto que te dar arrepios. tudo nela era assim, misteriosos, mas também tudo era doce, calmo. me trazia calmaria. mas depois que nos desencontramos, achei que nunca mais a veria. até que a encontro no meu roubo ao banco no Rio.

eu fiquei a observando por que tive medo dela sair por ai me entregando, mas quando a vi entregando todo o seu dinheiro a uma senhora que aposto nem conhecer, eu admirei, completamente. senti medo dela, medo de me aproximar e ela me mudar. pois eu tinha medo de deixar de ser o idiota que eu era. pois assim eu não sofreria.

eu prometi a mim mesma que não a beijaria, mas ela o fez. de primeira eu fiquei sem acreditar, não sabia que uma garota daquelas ia dar a iniciativa, mas deu. e pronto, comecei a me ferrar. no outro dia, pensei que tinha me livrado, ate que ela quase é assaltada por um dos meus capangas, fiquei louco quando o vi a tocando, não sei o motivo, mas fiquei louco. eu era o único que poderia toca-la.

quando descobri que ela era a minha "prima" foi outro choque, isso poderia significar que nos veríamos com mais frequência. eu sempre estava com o meu pai, que sempre estava com a avó dela, isso significaria que eu teria que rezar para ela não ser tão próxima de sua avó. e de novo, me ferrei.

quando a vi em casa, eu entrei em desespero, fiquei nervoso, e quando a toquei, quando a beijei, não conseguia tira-la de meus pensamentos, eu só queria aquela garota, queria quele beijo. e puta merda, to parecendo um gay. mas é a pura verdade. mas eu sabia, sabia no fundo que tinha que sumir da vida dela. ela merecia o céu, e eu só podia dar algumas estrelas.

quando sai de casa depois de fugir do quarto dela, foi isso que eu pensei. eu não fui na praia ou algo do tipo, eu apenas fiquei sentado na calçada, pensando nela, pensando que teria que me afastar, querendo entender por que diabos ela tinha que ter vindo para cá, e pensando o quanto eu queria ela. até que eu joguei um foda-se. eu poderia me aproximar e não me apaixonar, poderia ficar ao seu lado, rir de suas piada, e continuar roubando bancos. ela nunca conheceria esse meu lado, esse meu lado protetor, esse meu lado romântico e um tanto careta. pelo simples fato que pareço uma menina de 13 anos que acabou de conhecer o primeiro namorado.

bom, eu não tenho 13 anos e não seria minha namorada, mas era a primeira mulher que eu sentia aquilo, aquela atração, aquele sentimento que pulsa. eu não conseguia aguentar. por isso que quando ela fechou a porta, e eu fui para meu quarto, não conseguia pregar o olho. então voltei para seu quarto

-Enzo, são 4 hrs da manhã, vai dormir-ela falou com uma voz de sono que me fez rir-ta rindo de que?-continuou ela

-dessa sua cara de morta-disse eu ainda rindo-vim dormir com você-na cara de pau mesmo

-que?-disse ela coçando os olhos sem entender, então adentrei em seu quarto e me joguei em sua cama-não mesmo que você vai dormir aqui. bora, vá logo pro seu quarto, eu to com sono-quase me convenceu

-deixa de ser chata e se deita logo-disse eu, um puco mais grosso. ela bufou, fechou a porta e se deitou-o que ta acontecendo comigo?-disse ela tão baixinho que aposto que a mesma não queria que eu escutasse.

-eu não sei, pequena-disse eu e de imediato, me enrolei mais, e pus minhas mãos em sua cintura, e a prendi em meus braços, com medo da mesma se afastar. eu não podia deixar ela se fafastar. eu não gostava dela, mas amava sua boca, e seu cheiro.

Quando percebi que a mesma estava em um sono profundo. Sai de seus braços e pulei a janela da casa. Eu poderia ter morrido com muita facilidade se não fosse uma corda que eu deixava logo do lado.

Peguei meu carro que estava estacionado a alguns quarteirões e fui ate a favela do Alemão.

Sim, a garota é problema. Sim ela pensa que pode me mudar da noite pró dia? Ela pode ser bonita pra caralho mas isso não muda a forma como eu ganho dinheiro.

Ao chegar no pé do morro, os cara com fuzis logo abaixaram percebendo minha presença. Continuei meu caminho até a boca

Mesmo de madrugada essa droga vivia cheia. Um bando de maconheiros de um lado, patricinhas de outros rebolando a bunda para um bando de vapor que não deve ter um centavo no bolso para ajudar na casa, mas tem para ficar sustentando esses cabos de vassoura.

-achei que a princesa estava amarrado com a menina lá- disse o Luciano, dono do morro. Ri com sarcasmo fechando a porta atrás de mim.

-não ache que me amarro a alguém Perigo- continuei com minha voz seria me aproximando de sua mesa

-trouxe o carregamento?-assenti tirando a mochila de minhas costas. Joguei para o mesmo que logo abriu- isso tem cheiro de dinheiro.

-e de maconha- disse com um belo sorrido nos lábios. Luciano me olhou rindo e jogou um bolo de dinheiro.

-100,000 R$ por 1k de maconha. Parece que você vai poder ir pra Dubai esse anos se continuar assim-sorri indiferente e deixei seu escritório indo novamente para meu carro.

Eu não queria ir para Dubai. O que eu queria era impossível. Eu queria a droga de Mia.

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