Capitulo 1

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2 meses depois

Faziam exatos dois meses que eu estava no Rio. E sendo sincera, não lembrava o quanto a cidade podeira ser quente. Daria de tudo por um carro com ar condicionado.

EU estava indo pra faculdade a pé mesmo. Não sei da onde surgiu minha necessidade repentina de ser fitness e andar 4 quarteirões de salto. Mas eu começara a me arrepender da escolha, no momento que pus os pés pra fora de casa. Eu estava derretendo por completo, e me perguntava o quanto meu salto iria aguentar.

Entrei na faculdade atrasada. Como sempre. Eu estava ofegante e quase tive que pedir ajuda a uma senhora. Eu estava extremamente sedentária, e esse calor não ajudava em absolutamente nada. Entrei logo na sala de perícia setor 4. A ala da advocacia. As aulas eram um saco, mesmo que o assunto fosse extremamente interessante nos filmes e seriados. 

Dei uma fugidinha pra retocar a maquiagem e vi algumas garotas descendo pro ala 8 setor b. Que era onde ficava as aulas de estética. Como moda, designer, maquiagem, cabeleireiro entre outros. As duas meninas eram amigas que fiz na primeira semana que estive aqui. Eu havia fugido da aula de matemática avançada, e acabei achando a ala 8. Fiquei tão encantada, que meus dedos coçaram pra entrar na sala.

porém, refiz meu caminho e voltei a sala de matemática.

Assim que as aulas do dia acabaram, eu estava exausta. Tanto emocionalmente, como fisicamente. Eu estava tão cansada da minha própria vida, que me perguntei se ela realmente era a minha vida. 

No caminho até o banco, eu estava distraída. Pensava em 1 e 2 milhões de coisas ao mesmo tempo. Tanto, que em menos de 10 minutos, eu adentrei no banco da cidade e fui a caminho de uma fila, relativamente, grande.

Ainda estava na fila quando ouvi um barulho estrondoso. O impacto foi tanto, que ao olhar para os lados, algumas pessoas haviam se abaixado por conta do som. Pela fumaça e a sujeira, pensei logo que o teto do banco havia caído. Mas eu estava enganada.

Quando olhei para o local do barulho, visualizei 5 homens com mascaras e armas grandes. Era um assalto.

Por algum motivo, achei ter reconhecido o homem do meio. Ele provavelmente era o líder, pois logo começou a falar e colocar a arma na cabeça de algumas pessoas.

-Só vou dizer uma vez. Calem a boca e ninguém sairá ferido. Entreguem seus celulares pros meus homens, não relutem, não falem, não chorem. Apenas entreguem a merda do dinheiro de vocês. Isso é um assalto !- As pessoas ao meu lado choravam baixinho, ou se tremiam por completo. Mas por algum motivo, não consegui sentir medo de suas palavras.

Aquele homem não me intimidava.

Seus homens começaram a vasculhas e a invadir todas as contas ainda fechadas no banco. Eles haviam pego todo o dinheiro do banco. Menos o meu.

Meu pai, por ser um dos homens mais ricos de São Paulo, mandou alguns hackers fazerem um painel de segurança tão perfeito que apenas eu tinha a chave de abrir minha conta e sacar meu dinheiro. Era perfeitamente seguro. Mas isso deixou os bandidos extremamente irritados. 

-Quem diabos é Mia?- Um dos assaltantes gritou quando o mesmo não conseguiu acessar minha conta- RESPONDAM.- eu estava assustada dessa vez. Aquele homem sim, me dava medo.- Não querem dizer? perfeito, então vou matar um por um, até que essa tal de Mia apareça.- Meu peito apertou.

-Sou eu- levantei a mão tremendo. Meu corpo urgia. Meu sangue fervia. Senti que estava em um filme, mas o meu fim não seria tão agradável assim.

-destrava essa merda antes que eu pipoque sua cara- o mesmo disse então o olhei seria.

-desculpa. Mas o Sr. sabe que se me matar, nunca terá acesso a essa conta- o mesmo me olhou, pós a arma na minha testa, e quando fechei os olhos pra morrer, o homem que jurava conhecer disse.

-Sem matar a dondoca ai. Vamos embora, a polícia já esta chegando- meu coração pulsou. Que merda era aquela.

-Vai mesmo deixar que essa vadia fale assim na minha cara?- ele perguntou ao líder.

-você é homem ou um muleke? quer levar pipoco dos tira por uma mina que te gritou? me poupe, to vazando, ou você vem, ou é preso- O líder disse e o assaltante que estava com a arma na minha cara, logo correu junto a ele.

-menina você é louca- algumas pessoas disseram quando os homens foram embora e a polícia chegou.

Após dar me depoimento, peguei o saque e sai do banco. Eu estava ainda um tanto em choque, mas o que eu poderia fazer não é mesmo? Eu estava andando tranquilamente pelas ruas, quando duas mãos me agarraram com força em direção a um beco.

Gritei, é obvio que eu gritei, dei uma joelhada e o mesmo me jogou na parede e logo o reconheci.

-Droga, sua princesinha de merda.- que ousadia.

-princesinha de merda é essa sua cara. Tu me respeite.- chutei deu pé e revirei os olhos. 

Era o líder do assalto de hoje mais cedo, eu sentia que não precisava ter medo dele, mesmo que o que ele fez mais cedo, demonstrasse exatamente o contrario.

o mesmo estava sem sua mascara preta, então viajei de uma forma brisada em seus olhos. Foi quando arregalei os meus, e lembrei exatamente da onde o conhecia.

Em São Paulo, uma antes da minha viajem, havia me trombado com um homem que fez meu coração pulsar em meu corpo. Jurei que nunca mais o veria e meu destino nunca poderia se entrelaçar com o dele. Eu estava enganada.

-você..... eu sabia que te conhecia de algum lugar! você é o moreno idiota que derrabou pipoca na minha bolsa!- disse e ele riu.

Ele me olhou mais uma vez e não disse nada. Apenas foi embora me deixando em um beco sem entender absolutamente nada. 

Ok, agora só falta me dizer que o Tony Stark está vivo!

Enquanto eu estava passando novamente pelas ruas em direção a casa dos meus avós, passei em uma loja de esquina extremamente fofa. Era uma loja de roupas e me senti animada em entrar. Vi que estavam precisando de ajudantes e sla, senti vontade de ajudar.

Eu não precisava do dinheiro, mas era um momento, onde eu não estaria concentrada na faculdade ou me lembrando dos meus pais. Eu apenas ajudaria clientes a combinar peças de roupas e ter uma graninha.

Cheguei em casa, abrindo tudo e dando um beijo estalado na testa de minha avó. A mesma sorriu sem entender, mas me deixou continuar a andar até meu quarto. Onde me joguei na cama, e sem mais nem menos, peguei no sono. Mas foi em um certo par de olhos que zonzou em minha mente durante toda a madrugada.


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