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Pov Camila

Ao anoitecer, comecei á me sentir mal. Meu corpo estava pesado, minha cabeça doía e meu nariz começava á escorrer. Um resultado da noite fria na rua não vestida devidamente pra uma nevasca. Eu me arrumei e desci, Lauren realmente não estava lá, o que me deixou pior ainda, não queria transar com nenhum desses caras nojentos.

-Aquela ali. -Disse um velho apontando pra mim, que ódio. Me aproximei sem tentar nem um sorriso falso, e então vi que ele estava com um garoto. Um rapaz alto e bonito, que parecia estar totalmente perdido ali, acho que nós dois tínhamos algo em comum, a cara de "não estou aqui por opção".

-Ela é das mais caras. -Disse o bartender.

-Meu filho merece o melhor. -Ele disse tirando um bolo de dinheiro preso por um elástico e me entregando- Tem mais de onde veio se ainda estiver disposta depois que terminar com ele. -Ele disse com seu mais nojento sorriso sacana. Peguei na mão do garoto que parecia tropeçar em seus pés de tão nervoso e fui para um dos quartos mais próximos.

Quando fechei a porta, percebi que ele ainda estava de pé, isso geralmente queria dizer uma única coisa. Me ajoelhei á sua frente, abrindo o zíper de sua calça. Então percebi que ele ainda parecia desconfortável.

-Não gosta disso? Tudo bem. -Eu disse.

-Não é que eu não goste... Eu só... acho errado. -Ele disse.

-Errado por que? -Eu disse.

-Eu tenho alguém que confia em mim pensando que á essa hora estou dormindo... -Ele disse.

-Então está tímido por estar quebrando regras? Deite-se na cama. Não terá porque se sentir culpado se a culpa for minha. -Eu disse me levantando e ele se deitou. Subi em cima dele e o fiz tirar sua camisa. Dei alguns beijos em seu peito, subindo para seu pescoço, o chupando e lambendo. Mas ele estava tenso demais pra se excitar. -Você já fez isso antes? -Perguntei e ele desviou o olhar. -Não precisa ter vergonha se nunca fez.

-Não com uma mulher... -Ele disse, eu não pude evitar rir, estava tudo explicado.

-Entendo. Seu pai está tentando te obrigar á set hetero? -Eu disse saindo de cima dele, me sentando ao seu lado. Ele levantou um pouco, apoiando suas costas da cabeceira da cama.

-Na verdade ele nem desconfia que sou gay, só pensa que sou virgem. -Ele disse.

-Seu pai não parece ser dos mais legais.

-E não é... Então não se importa de ficar aqui um tempo sem fazer nada? Se eu sair agora ele vai me obrigar á transar com outra. -Ele disse.

-De forma alguma, eu estou doente, sem a mínima condição de fazer sexo hoje. E afinal, já ganhei meu dinheiro. -Eu disse e nós rimos.

-Camila seu nome, não?

-Sim, e o seu? -Perguntei.

-Shawn...

-Prazer.

-Já houveram outros nessa mesma situação?

-Um ou dois. Não acho nem um pouco ruim, trabalho menos e ganho mais.

-Você já se apaixonou por algum cliente? -Ele perguntou.

-Já... É horrível, nosso maior foco é evitar esse tipo de coisa.

-Por que isso soou como uma ironia? -Ele perguntou.

-Por que é exatamente o que eu não estou fazendo.

-Está apaixonada por alguém?

-Eu diria que estou em processo... Ela me trata bem, é diferente de tudo que já experimentei. Ela mexe comigo. - Eu disse.

A ProstitutaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora