Capítulo 4 - Amigos.

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—Obrigado, hã, quer uma foto?
Olhei para ele sem reação.
—C-claro.
Peguei meu celular e me posicionei do lado dele.
Tirei uma foto.
Ele sorriu para mim.
—Então tá. Até mais.
Olhei ele entrar em um carro. Suspirei.
Encontrei Estela e Flávia no estacionamento.
—E ai? — Flávia veio correndo até mim..
—Tiramos uma foto...— falei com um sorriso amarelo.
Estela estava rindo.
—Vamos? Estou com fome — disse minha amiga, entrando no meu carro.

***

—Sabe com quem você se parece muito, Annabel? — Flávia me perguntou enquanto tomava um milk-shake.
—Com quem?
—Lily Collins.
—Certo, acho que é nesse momento que eu fico muito feliz — eu disse sorrindo.
Ficamos mais ou menos uma hora em uma lanchonete. Estela permanceu o tempo todo mexendo no celular, até que se pronunciou.
—Vou ao banheiro.
Quando Flávia e eu ficamos sozinhas na mesa, minha melhor amiga disse:
—Certo, você não está achando Estela um pouco estranha?
—Como assim?
—Estela é bem... eletrizante. Porém... ah, esquece —Flávia voltou a bebericar o milk-shake.
—Ela estava falando com o Raphael...
—Estela é sua amiga, Annabel, ela jamais faria alguma coisa que te...deixasse triste.
Dei de ombros. Eu conheço Estela, por isso mesmo não posso dizer que ela é um anjo.
—A gente sabe que Estela não é um anjo... —Flávia disse, como se lesse meus pensamentos.
—Porém...
—Ela é sua amiga... confie em mim — Flávia disse.
—E você e Raphael nem tem alguma coisa... e ele tem namorada, né Annabel.
Fiquei calada.
—Olha para mim, Annabel  — Flávia colocou a mão no meu braço.
—Você não tem mais dez anos, Annabel. Precisa parar com isso. O principe encantado de cavalo branco esta apenas nos seus sonhos. Ele não existe, você nem conhece Raphael direito. Sério, você anda lendo muitos livros de romance, Annabel.
Não posso negar que Flávia tem os pés no chão, diferente de mim.
—Tudo bem.

Naquela noite não olhei para o apartamento de Rapahel. Nem sequer cheguei perto da sacada. Flávia estava certa, e eu sabia disso. Querendo ou não, preciso esquecer Raphael, para começar, ele tem namorada.
Demorei para pegar no sono.
A manhã de domingo foi monótona.

***

—Você tem mesmo que ir embora hoje? —perguntei triste para Flávia.
—Infelizmente sim — e ela sorriu.
—Vou ficar tão solitária...
Flávia sentou do meu lado.
—Annabel, sobre tudo o que eu te disse ontem...
—Você é a melhor amiga que alguém poderia ter — falei segurando as mãos da minha melhor amiga.
Nos abraçamos.
—Vou sentir saudades.
—Eu prometo que venho passar todos os feriados aqui com você.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
Estela e Flávia partiram naquela tarde, e eu fiquei de novo sozinha naquele apartamento.
Era final da tarde quando meu interfone tocou.
—Sim?
—Tenho uma encomenda para Annabel Gato.
—Sim, já estou descendo.
Minha mãe havia me mandado uma mensagem avisando que me mandaria umas roupas que havia comprado para mim.
Desci até a portaria e peguei a caixa.
Entrei no elevador com a caixa e cliquei no número 3.
Quando a porta do elevador abriu novamente eu o vi.
Parado ali.
Raphael sorriu.
—Oi — eu disse sorrindo.
—Quer ajuda? — ele perguntou, olhando para a caixa.
—Não precisa...
Mas acho que ele não escutou, ou me ignorou.
Raphael pegou a caixa.
—Certo, é por aqui — eu disse, indo em direção à minha porta.
Abri.
—Pode deixar aqui no chão.
Raphael colocou a caixa na frente da porta.
Então eu pensei: o que ele estava fazendo naquele prédio?
Ficamos em silêncio.
—Quer entrar? — eu perguntei, mostrando a sala com a mão.
Raphael colocou as mãos nos bolsos da calça e entrou no meu apartamento.
—Então... quer água, café... alguma coisa?
—Não, obrigado... —  ele disse com um meio sorriso, então percebi que ele era tímido.
Novamente ficamos em silêncio.
Até que ele foi até a sacada.
Fui atrás dele.
E ele olhou para seu próprio apartamento.
E eu fiquei calada, olhei para ele e não pude negar, ele realmente era muito bonito, e com as mãos nos bolsos ficava ainda mais fofo.
Tentei afastar esse pensamento.
Estava já escurecendo.
—É melhor eu ir embora.
—Certo...
—Tchau.
—Tchau.
Fechei a porta e suspirei.
Fiz macarrão para o jantar.
Quando já era meia noite, fui na sacada para fechar as cortinas, quando fui atraída pela luz do apartamento de Raphael.
E ele estava na sacada.
Olhei para ele. Ele olhou para mim. Nós sorrimos. Ele atendeu o celular. Voltei para dentro.
Deitei na cama, verifiquei as mensagens no celular e dormi.

Acordei com um pássaro na janela.
Fui para a faculdade.
Eu estava atravessando o campus, voltando para o carro quando uma mão tocou meu ombro.
—Oi.
—Oi.
—Sou Rodrigo — um garoto de cabelo preto e moletom sorriu.
—Sou Annabel.
—Eu sei.
Sorri.
—Queria saber se você pode tirar uma foto comigo — ele perguntou.
Fiquei sem reação.
—É claro.
Ninguém nunca havia pedido para tirar uma foto comigo.
—Acompanho você nas redes sociais, adoro seu livro que está no Wattpad.
—Ah, muito obrigada, mesmo.
Fiquei muito feliz.
—Você faz... — perguntei.
—Ah, publicidade, e você?
—Jornalismo — respondi sorrindo.
—Sabe, vou confessar... — Rodrigo sorriu —Estrou escrevendo meu primeiro livro.
—Ah, meus parabéns, de verdade.
—Caso você se interesse em ler... eu posso, sei lá, mandar para você por e-mail.
—Eu adoraria.
Falei meu e-mail para Rodrigo, aproveitei e segui ele nas redes sociais e peguei seu número de celular.
—Então eu vejo você por ai, Annabel.
—Até mais, Rodrigo, e não esqueça de me mandar o livro, hein.
—Farei isso assim que chegar em casa.
Entrei no carro sorrindo.
Cheguei no meu apartamento e mandei uma mensagem para Flávia
"Um garoto pediu para tirar uma foto comiiiigooo, ele leu meu livro Fláh!!"
E ele logo respondeu.
"Aaaaaaaaaaaa"
E eu ri.

A semana passou rápido, pois agora tudo estava melhor. Conversei com Rodrigo todos os dias na faculdade, e convidei ele para ir no meu apartamento na sexta feira. Assim que ele confirmou, liguei para Flávia.
"Alô
"Fláh, pode vir aqui nesse fim de semana de novo? Por favor?"
"Annabel Gato, eu não sou rica"
"Como não? Seu pai não tem uma Lamborghini? Você não tem uma casa na Fló..."
"Tudo bem! Chata. Eu vou"
Sorri.
"E não. Eu não tenho uma casa na Flórida"
E ela desligou. E eu gargalhei por simplesmente estar feliz.
Eu zoava Flávia desde quando ela espalhou para todo mundo que tinha uma casa na Flórida, quando tinhamos onze anos.

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