Capítulo 1"A carta"

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Como escrever para alguém que se quer saiba o nome?

Realmente eu não faço a mínima ideia por onde começar. Pois analisando os fatos, esse alguém poderia ser uma pessoa correta, vacinada, trabalhadora e com suas contas em dia. E por outro lado, ele poderia ser um psicopata, um terrorista um maníaco pervertido. E sinceramente, eu não estou nenhum pouco afim de acabar numa vala, e ter minha querida vidinha ir por água a baixo.

_ Eu nem imagino por onde começar! _ Esbravejo pela décima vez, enquanto vejo Estefânia minha amiga sê arrumar para sair com seu namorado. Que no caso é meu primo Henrique.

Estefânia e eu nos conhecemos no meu primeiro dia aqui na capital.E provavelmente se não à tivesse conhecido e começado uma amizade, minha vida aqui teria sido insuportável. "Não estou sendo dramática! ".,pois para uma garota do interior que sempre viveu na fazenda dos seus pais e numa cidade pequena, chegar numa cidade grande como a capital do estado, era algo totalmente assustador. Em primeiro lugar,não conhecia nada aqui, e minha outras colegas de apartamento Bárbara e Cíntia eram duas patricinhas, que  olharam pra mim como se eu estivesse cheia de estrume, assim que me apresentei. Mas, Estefânia não! ,ela parecia mas uma criança no parque de diversão, me abraçou assim que descobriu que iríamos dividir o mesmo quarto, contou praticamente sua vida inteira enquanto arrumava seu armário. E dês de então somos inseparáveis, bom quando ela não está com meu primo.

Eles sê conheceram quando levei Estefânia para conhecer meus pais na fazenda. E juro que até ouvi sinos tocarem ,e corações voarem ao  redor dos dois assim que eu os apresentei. E confesso que as vezes sinto uma pontinha de inveja dos dois,já que não posso estar assim com grudadinha com Charles. Pois ele está fazendo especialização em agronomia nos Estados Unidos. Já faz mais de um ano que não ó vejo, apenas conversamos pelo skype .

_ Não sei porque tanto drama! ,é só uma carta! _ Estefânia da de ombros, e volta a pentear seu perfeitos cabelos dourados.

_ Eu realmente não entendo, qual o objetivo desse projeto!

_ Ora Olivia! ,a universidade só quer estimular os alunos a escrever! ...sabia que a maioria dos estudantes do ensino superior estão tão acostumados com o uso da tecnologia na produção de textos, que tem sua caligrafia inelegível, e muito não se lembrar nem como fazer uma conjunção verbal!

_ Minha caligrafia é perfeito e eu sei fazer conjugação verbal! _ Afirmo achando aquilo um absurdo.

_ Seria cúmulo se você não soubesse, já que está estudando pedagogia e é estagiária como professora do ensino fundamental! ...e você também está fazendo tempestade em copo d' água! Escreve sobre você, seus gostos, ...seus hobbies!

_ Para um estranho, do qual eu sei apenas seu pseudônimo! ...aliás não gostei muito do nome jack! _ Digo, vendo Estefânia revirar os olhos.

_ Arg! ...podemos até tirar à caipira da roça , mas não roça da caipira! ...deixa de ser desconfiada, e aproveita para fazer mas um amigo. _ Ela conclui, me deixando possessa. Pois odeia que me chamem de caipira.

Mas ,Estefânia tem razão estou sendo um tanto paranoico mesmo. Afinal é apenas uma carta, e quem sabe daqui dois meses quando o projeto chegar ao fim, eu tenha conquistado mais um amigo.

Depois que Estefânia saiu, e com a cabeça mas fria resolvi retomar minha carta. Pois já era bastante entediante ficar em pleno sábado sozinha, e ainda mas passar a noite escrevendo para um desconhecido. E aliás, minha sessão de cinema me esperava, uma boa comédia romântica, daquelas que ti fazer sorrir e chorar ao mesmo tempo. E é claro, uma tigela de pipoca para acompanhar. Quem sabe eu não tenho sorte, ainda recebo um ligação de Charles,já faz dias que não nós falamos. Então vamos lá por onde começo? ,a sim. ..!

            Prezado Jack.

Esso é totalmente estranho, mas também uma nova experiência para nos dois. E realmente...

Um barulho estrondoso tira minha concentração,me fazendo esquecer tudo que tinha em mente. Eu só podia estar sonhando! ,festa de novo no apartamento vizinho não! . Já era o segundo durante esse mês,isso e bem típico daqueles quartos babacas, liderado por ninguém mesmos que Samuel Medeiros. A cara mas insuportável da face da terra. Um perfeito playboyzinho,que se achava o último biscoito do pacote, também poderá. Com todas aquelas garotas idiotas sê arrastando atrás dele, Bárbara era uma dessas, que lambe o chão que Samuel piso. Ainda mais, que os dois fazem o mesmo curso, odontologia, me admira eles estarem no último ano de sua graduação, já que irresponsabilidades é  a palavra que os define.

Mas, dessa vez não vou  ficar calada!,preciso de paz para escrever minha carta. E não será à primeira vez que baterei de frente com Samuel. Pois ele vivia fazendo piadinhas, com meu jeito de falar e vestir, e graças àquele babaca hoje tenho o apelido de caipirinha. Mas, nunca deixei barato suas provocações, sempre me defendi a altura. Não tenho medo de cavalo chucro, porque teria daquele imbecil.

Saiu do meu apartamento e aperto a campainha com força, esperando que alguém ouça com toda essa barulheira lá dentro. Passa alguns segundos e porta se abre, e exatamente quem eu esperava atende. Me encara, e da seu sorriso típico de um malandro.

_ Caipirinha!...que surpresa você por aqui! ..em que posso ajudá- lá? _ Ele ergue uma das sobrancelhas e encosta no batente. Como se jogar seu charme pra cima de mim fosse adiantar.

Tudo bem eu confesso!, Samuel tem seus predicados. Cabelos pretos,que as vezes eu duvido que sejam originais, olhos castanhos claros, um sorriso de comercial de creme dental,barba bem aparada  e um corpo com músculos bem definidos. Do qual ele adorava mostrar com suas camisas bem apertadas. 
O cara é um Deus grego! Pena que era um ogro, babaca e outros tantos coisas.

_ Fazendo o favor de abaixar o volume e dessa música, ...pois se você não percebeu isso aqui é um prédio para estudantes ,que querem paz e sossego! _ Sou ríspida, enquanto ele me olha com ar de deboche.

_ Se você não percebeu caipirinha hoje é sábado, dia de folga de se divertir! ,...mas que engana o meu, eu me esqueci que aqui é cidade grande, e não temos nenhuma vaca pra você ordenhar.! _ Samuel me provoca, e eu tenho que me segurar para não voar no pescoço dele, e torcer igual se faz com um frango.

_ Aliás, eu poderia até ti convidar para entrar! ...mas, infelizmente aqui não é uma festa junina, e nem festa do pijama. _ Ele me olha de cima a  baixo, então percebo que estou com meu pijama xadrez.

_ Olha aqui seu. ..!_ Não tenho tempo de falar, pois ele fechou à porta na minha cara, me deixando ainda mas zangada.

_ Legal! ,...doutor Samuel Medeiros, se você quer guerra teremos guerra! _ Digo em voz alta.

Já que chegamos aos extremos, e não á como conversar vou tomar medidas drásticas. Não posso contar com nosso porteiro, pois bem sei que aqueles idiotas subornam senhor Jose, para poder fazer essas festinhas. Então vou deixar nas mãos das autoridades.

_ Alô!  é da delegacia? ...eu tenho uma denúncia a fazer. ...!

Vamos ver, quem é a caipirinha agora! .....................................

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