20: Walk slow through the fire

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"Não tem outro jeito, por isso começamos e terminamos isso."
- Logic

Daniel.

O fogo estava diminuindo quando Daniel largou duas malas pesadas no chão, diante das chamas onde os lobos estavam.

Tudo que se ouvia agora eram os resmungos humanos e gemidos dolorosos. Daniel sentou-se no capô do carro, soprando a fumaça do cigarro para longe e observando as figuras humanas por trás das leves chamas.

Mason Labonair estava de pé, esperando aquilo diminuir, olhando diretamente para Daniel enquanto o resto de seus homens levantava do chão. Estavam todos nus e sujos, alguns estavam até queimados.

Daniel ficou parado, na brisa daquele início de manhã e segurando firme seu cigarro nos dedos. Ele também olhava para Mason, sabendo da raiva que estava recebendo. Daniel sorriu.

- Eu lhe disse para ficar longe dela.

Mason pisou por cima do resto do fogo que ficou, receoso ainda pela barreira que o feiticeiro Hoden havia feito horas atrás em volta de sua matilha. Eles não tiveram para onde ir, sendo sufocados pelas chamas e a magia.

- Eu lhe disse que lhe mataria se você se metesse no meu caminho.

- Você não vai me matar, Mason. Eu sei disto. – Daniel se manteve impassível.

- Como tem tanta certeza assim?

Daniel sorriu, pulando para o chão e chegando mais perto de Mason, sem medo.

- Eu sou filho de Eddwin Labonair, o filho mais velho de Estefano Labonair o verdadeiro Alfa da Matilha do Sul. Se você me matasse, você precisaria se explicar ao seu pai, o meu avô, o porquê de ter matado o verdadeiro e legítimo herdeiro dele.

Mason cerrou os punhos, apertando o rosto e rosnando como um cachorro raivoso.

- Você não é um lobo.

- Infelizmente, tio, - Daniel se arriscou, colocando a mão no ombro de Mason – sim, eu sou.

Mason sorriu com amargura – E o que seu avô diria ao descobrir que você ainda nem sequer serviu a lua uma vez?

- Ele não me mataria. Porque eu ainda posso servir algum dia, ele acreditaria nisso, assim, eu seguiria a genética dele e ele não poderia matar alguém do sangue dele. Ao contrário do que ele poderia fazer com você, tio.

Mason empurrou Daniel até o carro.

- Ei! Você vai sujar minhas roupas...

- Eu não posso te matar, mas eu posso te machucar, Hoden.

- Eu estou esperando. – Daniel falou de mãos erguidas.

Mason não se moveu, mas seu sobrinho sorriu.

- E por falar no vovô... O que ele faria se descobrisse que você está servindo de cachorro de caça para uma sombra?

Mason se afastou, com raiva e os homens atrás dele estavam todos inquietos e a espera de qualquer ordem. Daniel sorriu, sabendo que havia dito as palavras corretas.

- Tudo bem, deixaremos isso entre nós. – ele sorriu – Hum... – pensou se havia esquecido algo – Sim, é claro. Olhe, eu trouxe roupas para você e seus cachorrinhos de estimação. – Daniel falou e apontou para as duas mochilas – Façam bom proveito. – ele se virou para o carro – Ah, e espero que tenha entendido o meu recado, porque a Cassy não está com a sombra que você procura.

Ele entrou no carro ligando o som sem pensar muito e atirou seu cigarro para fora da janela. Dirigiu para o outro lado do rio, onde precisava encontrar com a pessoa que ele mais devia explicações no momento.

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