— Que péssimo ambiente, por que é que insistiu tanto em vir? — Questionou ela aborrecida.

— Por que é que veio Aurora? Aposto que estaria mais feliz em casa. Agora, deixe-me buscar uma bebida, estou com sede. — Disse simplesmente antes de sair rápido.

— Espere. — Pediu ela, porém ele já havia desaparecido em meio a multidão.

             Do lado de fora da festa o som do piano se tornava mais silencioso, as vozes mais distantes, mas o barulho de carruagens era mais intenso, de patas dos cavalos se chocando contra o chão, e algumas criaturas cruzando a rua até o teatro. Do lado de fora Amy de braços cruzados conversava com Nathan, seu vestido de um azul pálido cheio de pequenos pontos brilhantes a destacava em meio ao cenário, e muito combinava ao seu par de tez pálida.

— Estou um pouco cansada Nathan, será que eu poderia descansar um pouco antes de voltar? — Questionou ela, e ele tocou seu rosto.

— Sei que esteve ajudando muito Mariah hoje, e agradeço, mas pretendo assumir a sociedade nosso casamento que se dará em breve, e gostaria que estivesse sempre por perto.

— Eu sei, eu sei Nathan, mas não é deste modo que as coisas são. Entende que se trata de algo completamente descortês esta relação? Estão comentando que moro em sua residência, e eu não suporto mais olhares tortos, e... e meus pais... eles...

— Fique calma, está tudo bem. Deve morar na casa de Alicia F. até nosso casamento.

— Nathan, não.

— Será o melhor.

— Posso entrar daqui a pouco?

— Sabe o quando é perigosa a rua.

— Entrarei logo, não se preocupe. — Confirmou ela e ele lhe beijou o topo da cabeça antes de entrar a deixando ali respirando de modo pesado. Amy começou a caminhar pela calçada lentamente, abraçava-se pelo frio leve da noite, e chegou até a esquina. Sua cabeça mais pesada que o habitual, abaixou o rosto em direção as palmas das mãos frias. Uma mão tocou seu braço o que a fez soltar um barulho alto de susto e olhar com grandes olhos arregalados a figura. Olhos azuis de chumbo pesado adentraram os seus próprios de modo a fazer até seus ossos petrificarem, e ele a puxou pelo braço contra seu corpo, e uniu seus lábios aos dela, adentrando sua língua ferina. Ela gemeu em surpresa, antes de empurra-lo levando as mãos ao peito.

— Heath, o que pensa que está fazendo?

— Desculpe-me, eu sinto muito. Fui apenas impulsivo, imprudente.

— Foste detestável... — Disse simplesmente zangada o que fez ele virar o rosto. — e... Mentiroso. Tratava-se de você na casa de Alicia, como pôde?

— Eu vou entrar. Vamos, a rua é perigosa. — Ele deu as costas a ela. Amy abriu a boca pensando em que palavras usar. Levantou o braço e tocou o dele o fazendo se deter como uma estátua gélida a sua frente.

— Estou cansada de seu silencio. Nunca me responde nada de verdade.

               A sala de estar de Alicia ali, como sempre Margareth a havia lembrado, com o abajur amarelo sobre a mesinha, e o tapete escuro no chão com pequenas formas de flores e adornos, e as cortinas rosadas que flutuavam ao vento a primeira rajada. A anfitriã a olhava com seus grandes olhos inteligentes parada a um canto.

— Não me olhe deste modo Alicia.

— Não estou olhando de modo algum, eu sempre olho assim minha querida.

— Oh, claro.

— Que quer que eu lhe diga? Diego, seu marido esteve brevemente lá, o viu?

— Meu marido? Não, não estamos mais casados.

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