Vinte e Oito

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Me aproximo da bela moça que está com o olhar distante, porque Gisele e Douglas estão conversando com o Pastor e ela parece um pouco perdida em seus pensamentos.

Eu engulo em seco e tomo coragem pra falar com ela. — Oi tem um minutinho? — O meu Oi assusta ela que me olha espantada, mas a sua feição muda e ela sorri.

Uau ganhei um sorriso dela? Acho que estou indo bem.

— Sim tenho sim o que aconteceu?

Ela parece simpática, por isso não podemos julgar as pessoas sem conhecer.

Mostro a prancheta pra ela com a ficha de membros e ela olha com atenção. — É que eu preciso pegar a ficha das pessoas novas.

Ela sorri. — Eu não preciso passar.

— Porque? Nunca te vi aqui antes.

— Eu já freqüentei a muitos anos atrás essa igreja! Bom eu também não me lembro de você, mas eu já fui obreira daqui.

— Ah entendi! E porque deixou o ministério de obreira?

Ela fica triste e fita o chão com o olhar respirando fundo e volta a olhar pra mim de novo. — É uma longa e triste história e você não gostaria de saber.

Esses olhos tristes, parece que eu já os vi antes, mas onde foi que eu os vi meu Deus?

Eu abro um sorriso pra ela, tentando tirar toda essa tensão. — Eu não ligaria de passar horas e horas te ouvindo, deve ser uma boa história pra se ouvir.

— Boa? — Ela ri. — Só Deus sabe o quanto sofri.

— Digo boa! Porque por mais que você tenha sofrido, você acabou voltando pra cá. Claro se eu não estiver errado né?

Ela fica pensativa. — É você tem razão moço, por mais que eu tenha sofrido, no final Deus me trouxe de volta pro lugar de onde eu nunca deveria ter saído.

— Pode me chamar de Jônatas! É isso aí você está de volta e isso é bom.

— Pois é Jônatas, me chamo Ane e hoje eu vejo que eu nunca deveria ter me afastado dos braços do Pai.

— Pense positivo agora Ane! Graças a Deus os seus olhos foram abertos a tempo e que bom que você voltou, espero te ver nos outros cultos e quem sabe espero te ver como obreira de novo.

— Muito obrigada Jônatas.

O meu tio se aproxima da gente e a Ane abre um sorriso.

— Ane minha querida filha, glória a Deus você está de volta. — Diz o meu tio Charlie a abraçando.

E ela começa a chorar, não sabia que o meu tio conhecia ela.

Eu acho que os dois tem muito o que conversar. Eu me afasto e deixo eles conversando e guardo a prancheta e a caneta.

Bom até que a Ane, não é tão grossa assim, mas o olhar dela ainda me intriga como se eu tivesse visto ele antes em algum lugar.

Eu volto a olhar pra Ane conversando com o meu tio e ela está chorando muito, parece que leva uma dor bem grande no seu coração. Talvez a história dela, tudo o que ela passou seja bem triste mesmo e o meu coração dói querendo a ajudar a superar isso tudo, sem segundas intenções é claro e eu só me lembro que o meu coração doeu assim pro alguém na última vez que fizemos o evangelismo e eu conheci aquela moça.

Ane passa a mão no rosto pra secar as lágrima e um pouco de maquiagem sai na sua mão deixando espaço pra um machucado em seu rosto.

Será uma cicatriz? Eu olho bem e meu Deus é ela.

A mulher que eu encontrei na rua no dia que eu evangelizei, mas como eu não percebi isso antes? Os mesmos cabelos loiros, só que a diferença que naquele dia estavam bagunçados, mas a única coisa que não mudou nela foi os mesmos olhos tristes, me lembro que perguntei pro Senhor como eu poderia ajudar aquela mulher e agora aquela mulher está aqui diante dos meus olhos.

Meu Deus me ajuda a ter sabedoria pra ajudar a Ane, ela não pode ficar sofrendo assim.

Ela já te serviu, sendo obreira da sua casa e talvez se decepcionou muito que ela consiga sorrir e ser feliz de novo.

O meu tio fica por mais alguns minutinhos com ela e a Gisele traz água pra ela beber e ela se acalma um pouco do jeito que o meu tio gosta de fazer piadas sem graça, ele deve ter acabado de contar uma, porque ela abre um sorriso e eu sorriu aqui no meu canta a vê-la sorrindo, ela se levanta e eu não me toco que ainda estou aqui parado feito um bobo olhando pra ela e ela se levanta respirando fundo e rindo e o seu olhar vem na minha direção e ela coloca as suas mãos rápido em seu rosto pra esconder a sua cicatriz de mim, porque justo de mim? Eu fico sem graça por ela ter me visto olhando pra ela que eu desvio o meu olhar do dela e todo desajeitado me esbarro na cadeira da igreja.

Que droga!!!

E todos olham pra mim e o meu tio balança a cabeça rindo de mim e eu abro um sorriso sem graça e arrumo as cadeiras bagunçadas.

E Ane vai no banheiro e Gisele atrás dela, queria poder me despedir dela.

Como vou me aproximar dela? Sem que ninguém e nem ela pense que estou me aproximando por segundas intenções?

Porque todo mundo aqui é assim! Se você se aproxima de uma mulher dentro da igreja, já pensam que temos segundas intenções, logo eu que já tenho 35 anos e nunca namorei, vão falar que eu estou desesperado, mas na maioria dos casos os caras se aproximam por segundas intenções mesmo, olha o Douglas e a Gisele.

Ela mau pisou o pé na igreja e ele já encheu ela de convites pra entrar no grupo de evangelismo e não foi que ela entrou?

Douglas foi bem corajoso, não sei se eu teria essa coragem toda, por isso só quero manter o meu foco em Cristo e viver o meu chamado que é o de amar o meu próximo e os ajudar no que for preciso.

E nesse caso o meu próximo está sendo você Ane.

Me viro pra olhar pra porta da igreja e lá está Ane indo embora com os seus amigos.

Continua...

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🖤❤️🖤 Hello 🖤❤️🖤

Olá meus amores!!!

Aqui mais um capítulo com muito amor pra vocês.

🖤❤️🖤 Amo Vocês 🖤❤️🖤

De Volta Ao Primeiro Amor - [Livro 1] (Em Revisão)Where stories live. Discover now