Capítulo 10| Ações

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Ele vai até o canto da parede e deixa as coisas lá.

— Aqui está tudo o que precisa. — Ele repete e olha para mim, já havia demorado um século para trazer essas coisas e ainda queria enrolar aqui e atrapalhar o meu trabalho? Ridículo.

— Se vai ficar ai parado, esperando um obrigado sair dos meus lábios, pegue uma cadeira e espere sentado na fila. — Falo irritada. — Mas, caso não queira que a minha loba tome o controle, porque eu vou permitir, saia daqui. — Fecho os meus olhos, deixando a ira me consumir.

— Eu sou treinado. — Ele ousa me responder.

— E eu sou Safrina. — Abro os olhos para encara-lo.

— Mas perdeu para o alfa e irá perder para mim. — Debocha.

— Será? O seu alfa iria gostar de ter um guarda morto por falta de responsabilidade ou obediência? — Provoco.

— Talvez o meu alfa não, mas o seu futuro MARIDO, no caso, atual noivo pouparia a sua vida. — Ele diz sarcástico. — Ops! Eles são a mesma pessoa.

Rosno para ele, não conseguia mais me controlar, na verdade não queria. Iria mata-lo.

— Sua presença não é mais necessária aqui, saia antes que sua cabeça se torne meu novo enfeite ornamental. — Vocifero.

Ele sai calado, percebo que só queria me provocar, provavelmente uma ordem de Zac. Aquele merda, não vou perder meu tempo pensando nisso, não agora, não hoje.

Preparo a tinta roxa, começaria com aquela cor. Começo a pintar a primeira parede, não tinha experiência com aquilo, mas assisti muitos filmes que mostravam como fazer isso, parecia simples. Também queria mudar a textura de uma parede, mas isso eu não vi em nenhum filme ou série, não iria arriscar e deixar meu quarto totalmente estranho.

Havia terminado apenas a primeira parede, quando alguém vem me incomodar.

— Entre. — Falo ao escutar duas batidas na porta, se for aquele guardinha novamente nem dar o trabalho de manter um diálogo com ele.

— Creio que você vai precisar de ajuda.

Aquela voz, a que me perseguia durante os dias, noites e até em meus sonhos.

Olho em direção a porta e vejo Zac, mais lindo que o normal. Com um moletom preto e uma camisa cinza, deixando a mostra seus músculos. Perco a linha de raciocínio, era a primeira vez que o via em trajes informais, e por Poseidon, seria um deus na minha frente?

— O alfa pode se vestir assim? — Falo o encarando da cabeça aos pés.

— Não é porque eu sou um grande alfa que deveria ficar somente de roupa social. Em algumas horas, preciso ficar mais relaxado. — Ele diz dando de ombros.

— Mas você não é do tipo que se veste deste modo. — Falei, sem conseguir desviar os olhos.

— E desde quando você me conhece? — Ele franze o cenho.

— O que quer? — Me toco do quanto imbecil parecia ao ficar o encarando e tento mudar o assunto.

— Te ajudar. Óbvio. — Ele ri.

— E quem disse que eu preciso de ajuda?

Sou ignorada. Era para ele ter virado e saído do meu quarto, mas não. O trouxa não percebeu que a presença dele me incomodava.

— Você pinta, eu mudo a textura. — Ele diz, pegando os materiais que eu ainda não tinha usado.

— E porque acha que eu vou seguir uma ordem sua? — Ergo uma sobrancelha.

Ele suspira e dá de ombros, aquele gesto automático dele me fazia ficar ainda mais irritada. Como ele podia ter esse efeito em mim sem ao menos tentar me provocar?

— Sabe mudar a textura? — Ele espera eu responder, mas fico calada. — É o que eu esperava.

Ele ignora a parte em que eu não iria seguir uma ordem dele. Mas se eu quisesse ele fora do meu quarto, teria que terminar logo. Então volto a pintar a parede.

Não tinha se passado nem cinco minutos. Quando o insulto veio.

— Não sabe nem pintar uma parede? — Ele diz, rindo da minha cara.

Não sei se fico mais irritada ao saber que ele estava me observando ou por me criticar.

— Oh! Mestre das tintas, pintor de paredes. Meu serviço não te agrada, poupe. Não pedi sua ajuda.

— É assim. — Ele diz e se aproxima, revirando os olhos para os meus insultos.

— Não ouse. — Aviso. Não queria ficar tão próxima a ele. — Se der mais uma passo eu jogo essa tinta em você! — Esbravejo.

Mas ele continua se aproximando, avançado na minha direção. E sem pensar duas vezes eu espalho a tinta que estava no pincel no rosto dele.

Ele dá um passo para trás, assustado, mas entende o recado. Pelo menos eu achei que tinha entendido, mas me enganei, pois ele usa o pincel que estava em suas mãos e joga a tinta na minha roupa.

Abro a boca, enfurecida demais para dizer algo, olho para o meu estado e me preparo para uma revanche. Porém, ele é mais rápido e segura meu braço, me puxando para perto, fazendo com que eu ficasse contra seu peito.

Olho para seu rosto, pronta para xingar os nomes mais absurdos, mas meus olhos passeiam por cada linha de expressão que ele tinha e caiem em seus lábios, um impulso de beija-lo me invade na mesma hora e eu não renego isso.

Fecho os olhos, sentindo a sua respiração contra a minha pele. Levo a minha mão livre até a sua nuca e o puxo para mim, nossos narizes se encostavam. Já não sabia como se respirava, não me lembro quem tomou a iniciativa, mas os nossos lábios se encontram, como se tivessem sido feitos um para o outro.

IndômitoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant