Esperei até que elas aparecessem na cozinha. Os olhos das duas estavam vermelhos, mas estavam mais calmas e serenas agora.
  - Mãe, essa é Camila a outra mãe de Vick.
  Eu estava sentada na mesa, me levantei e estendi a mão para cumprimenta-la.
  - Prazer, Camila. Sou Clara.
  - Prazer, Clara. - Sorriu para mim e eu para ela - Quero te convidar para se juntar a nós para jantar.
  - Não vou poder ficar, querida, mas agradeço pela gentileza.
Vick apareceu na frente de sua mais nova Vó e lamentou.
  - Já vai embora? Nem te conheci direito, Vovó!
  - Vamos ter outras oportunidades, anjinho. Eu amei te conhecer e vou adorar se suas mães te levaram na minha casa. Pode ir lá quando quiser, assim vamos nos conhecer direitinho! Agora, você da um abraço na Vovó - se agachou e Vick pulou em seu pescoço quase a derrubando-a. - Calma, anjinho.
  - Victória! Cuidado, filha!
  Por incrível que pareça, não fui eu quem disse isso, tinha sido Lauren, fiquei feliz, pois percebi que ela já estava repreendendo-a e educando-a em pequenos detalhes como este, não só dizendo sim e rindo de suas artes, aos poucos pegaria essa de ser Mãe.
 

  O jantar ocorreu entre risadas e brincadeiras leves. Vick falava tudo que vinha na cabeça, Lauren ouvia com atenção e eu ria com gosto. Fomos até a sala com intenção de assistir um filme, mas Vick estava cochilando com seu braço direito sobre minha barriga e uma das pernas em cima das minhas e a morena do seu outro lado com o braço apoiado no encosto do sofá e sua mão perdida nos meus cabelos me fazendo um carinho que me deixava relaxada, mas quando suas curtas unhas desciam arranhando minha nuca me causava um estado de alerta e arrepios pelo meu corpo.
  - Leva Victória para o quarto! - Ela a pegou do meu colo e minha filha esperneou manhosa, depois relaxou no colo da outra Mãe - Eu preciso de um banho, vai ficar mais um pouco ou já vai pra casa?
- Eu posso te ajudar no banho. - sorriu torto - Adoraria ajuda-la!
Sorri sapeca, para não gritar sim. Fui para o meu quarto. Querendo muito que ela aparecesse por lá.
   Minha corpo pedia e implorava por ela. Minha mente gritava fodasse, separando as silabas, eu queria me jogar em seu braços e me perder em seus beijos, mas não só nos beijos, uma necessidade de Lauren nesse momento era mais que o ar que puxava com dificuldade, mas tinha medo, talvez vergonha, não consigo identificar. Uma insegurança tentava se apossar do desejo ardente que tomava conta do meu corpo.
  FODASSE!
  Eu quero aquela maldita, com ou sem insegurança. Quero o corpo. Quero todos os toques, que estavam mais vivos do que nunca na minha mente da nossa primeira vez. " Quero tanto você, Lauren!". Minha boca secou, meu coração disparou e minha mente falhou. Tinha que ser hoje, tinha que ser agora. Em todo esse tempo nunca quis tanto isso como quero agora. Eu queria algo carnal, sem carinho, com força e brutalidade. Como esse desejo tomou posse do meu corpo? Nunca experimentei algo parecido. "Quero tanto você, Lauren!". Meu Deus, sou uma mulher de vinte e poucos anos que ainda não experimentou nada parecido, que nunca ficou de quatro para alguém, pode parecer exagero meu, muitas pessoas morrem sem fazer isso, mas para mim, para agora, eu quero que se torna real em minha existência. Nunca achei que isso se tornaria algo tão necessário para mim, mas ela me fez imaginar. Ela sobre mim. Ela em um chuveiro comigo. Ela dentro de mim. Lauren me fazendo gozar e gritar com isso, amolecer em seus braços. Seria possível não sentir minhas pernas por um tempo?
"EU QUERO TANTO VOCÊ, PORRA!"
   Eu não tenho experiência, fiz sexo poucas vezes na minha vida, mas nada se compara o que eu quero agora. Minha insegurança sobre não estar a sua altura sumiu em poucos pensamentos de Lauren nua. Então, fodasse.
  Assim que pisei em meu quarto arranquei a blusa do meu corpo. Fui para frente de um espelho que refletia meu corpo inteiro e me senti ridícula pelo estilo do meu sutiã. "Bege, Camila? Tinha que ser bege?" Pode ser que uma lingerie bege pode até ser sexy, mas com toda certeza essa de mamãe que está no meu corpo não é. Ela foi a segunda peça que eu arranquei e joguei pelo quarto, depois foi a calça moletom e fiquei orgulhosa da minha calcinha, pequena, preta e sexy, mas não precisaria dela, a tirei e o orgulho maior foi minha depilação, essa que me fez de vez seguir em frente. 
  "Eu quero tanto você, Lauren!".
Soltei meus cabelos e eles caíram pelas minhas costas, apaguei as luzes, somente a luz da lua que entrava pela janela me iluminava, sentei na beira da cama e cruzei as pernas.
   Quando conseguir ouvir passos pelo corredor um sorriso nasceu em meus lábios, mas quando ouvi que passaram direto pelo meu quarto quis chamar ela de burra. Ela me esperaria na sala.
Coloquei a cabeça pra fora do quarto e me escorei na moldura da porta.
- Lauren! - Não gritei alto, pois Vick dormia no quarto mais a frente. - Eu preciso de você aqui!
  Senti minha umidade crescer e meu sexo se contorceu pelas simples palavras que saíram da minha boca.
Fui até o meio do quarto e permaneci de costas para a entrada dele.
   - Do que você precisa, Cami...?
  Sua voz morreu no fim da frase e um sorriso matador brilhou em meu rosto. Acho que o tesão transforma as pessoas, por que realmente não me conhecia agora.
  - Eu preciso de um banho e quero que você esteja nele! - Me virei em sua direção e me surpreendi comigo mesma por não sentir vergonha, nem insegurança e acabar gaguejando estragando tudo. Sua boca abria e fechava tentando pronunciar alguama palavra e suas mãos estavam fechadas em punho com tamanha força que conseguia enxergar seus músculos dos braços rígidos. - Não me faça gritar que eu quero você, Lauren!
....

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