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Depois que fechei a porta na cara de Lauren, achei que iria entrar em total desespero, mas aconteceu ao contrário, me senti em paz, me senti como se tivesse caminhando para o certo.

Pensei em abrir a porta novamente e despejar tudo nela, todas suas respostas e todas as minhas perguntas, mas eu precisava ter calma. Ao mesmo tempo que pedi respostas e elas apareceram na minha frente, quis esperar, queria tanto revolver todos os problemas da minha cabeça, quanto tinha medo de aumenta-los.

O que minha vida foi dês do primeiro beijo com Lauren até ela chorando de joelhos na minha frente?

Uma bagunça? Com toda certeza.

Ela me deu algo para que viver e morrer. Eu vivo pela minha filha e morro por ela se for preciso. Foi uma loucura esses anos passados, as dores pelo meu corpo, pelos meus dias cansativos, mas tudo era sempre esquecido pelo rostinho da minha filha quando iria dar o beijo de boa noite.

Eu não conseguia mais sentir raiva de Lauren, dês de quando coloquei os olhos pela primeira vez em Victoria, sentia só magoa, não por ela duvidar que o filho fosse seu ou que eu estava usando ele para me prender a ela, mas sim, por ela desejar que eu tirasse meu bebê, eu não consigo imaginar minha vida sem Vick, me destrói pensar que alguém desejou que eu a abordasse, ainda mais sendo sua outra mãe. Quando me recordo desses detalhes, me vem a questão, se foi uma boa ideia encontrar com ela amanhã - isso se ela aparecer, já que nem esperei sua resposta -, tenho que jogar para o alto e arriscar. Arriscar em ter as melhores respostas ou as piores possíveis.

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Já de manhã, fui para o trabalho, conversei com Vero que iria sair mais cedo para resolver algumas coisas, não contei o real motivo, queria a contar quando já tivesse respostas para tudo.

Consegui almoçar em casa e então recebi uma ligação da minha sócia dizendo que poderia ficar por aqui mesmo, que ela cuidaria do restante do dia. Prontamente aceitei, precisava organizar cada ideia, para não deixar nada faltar na conversa com Lauren.

Dormi um pouco, com minha filha agarrada em meu corpo apagada também. Quando acordei já se passava das três, desci fiz uns sanduíches e voltei para acordar Vick. Comemos em meios a brincadeira e risadas. Depois, me joguei com ela no sofá e fomos assistir desenhos animados. Era disso que precisava, momentos aleatórios com minha pequena, me acalmava estar ao lado dela.

As horas se passaram, minha mãe estava na cozinha com Vick aprontando alguma coisa, meu pai no trabalho e eu já estava no quarto me arrumando para esperar Lauren.

Vesti um vestido todo preto de mangas curtas e comprimento até o meio de minhas coxas, calcei uma bota, fiz uma maquiagem básica e estava pronta.

Desci e fui até a cozinha.

- Mama, onde está Vick?

Minha mãe que lavava algumas louças, enxugou as mãos e me olhou.

- Fez uma bagunça aqui e mandei ela lá pra cima pra tomar banho. Se sujou toda.

Dei uma uma risadinha com minha mãe.

- Vou la falar com ela que vou sair, olha ela pra mim enquanto isso?

- Sabe que cuido dela, não precisa pedir.

- Obrigada, mãe. Vou ver onde essa danadinha se enfiou, por que lá no banheiro do nosso quarto ela não está.

Cache Discovered (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora