Olhos descobertos

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— Então quer dizer que você conheceu Rebekah em um bar, mais precisamente em uma mesa de sinuca? — Sophie falava o encarando com os braços em cima da mesa de jantar.

Estavam conversando a meia hora e entre uma descoberta e outra sobre os enigmas, ela fazia uma pergunta sobre coisas que não sabia sobre Adam.

— Sim e acredite se quiser, nunca vi alguém jogar tão bem quanto ela. — Sophie revirou os olhos e simulou vômito com o dedo na boca. — Ela ganhava todas as partidas da mesa e isso me deixou impressionado. — disse virando as folhas do caderno que agora estava repleto de anotações de Sophie.

— A oxigenada sem sal conseguiu te impressionar jogando sinuca? Fala sério Adam, vocês homens são tão previsíveis. — revirou os olhos.

— Ela me impressionou por ganhar todas as partidas jogando com profissionais Sophie, não eram amadores. — ele a encarou. — Está com ciúmes de Rebekah? — arqueou a sobrancelha direita.

— Eu? Com ciúmes da sem sal? A por favor né, ela precisaria renascer na pele da Megan Fox pra isso. — sorriu o encarando e ele a olhou sem entender. — Você sabe quem é ela né? — o viu sacudir a cabeça negativamente. — Só pode estar brincando. Como alguém não conhece...

— Você faz questão que eu a conheça?— arqueou as sobrancelhas como se a desafiasse. — Porque se quiser, ao invés de resolver enigmas, eu posso resolver armar um plano de como conquistar essa mulher que você quer tanto que eu saiba quem é. — sorriu e Sophie pôde perceber um ar de vitória em seu sorriso.

— Eu prefiro que você pare de brincar com a raiva de alguém e comece a listar tudo que pensamos até agora. — ela jogou uma bola de papel em cima dele.

Haviam diversas folhas amassadas sobre a mesa de jantar da cozinha. Sophie tinha refeito pensamentos e diversas árvores genealógicas para conseguir entender quem era Elionora e Daniel, mas a cada vez que Adam dava mais informações, menos fazia sentido para ela.

— Bom, de acordo com sua última folha que ainda está inteira, temos: Elionora é sua mãe, Daniel está preso no subsolo cujo crime foi sequestrar, aprisionar e esquartejar dois humanos. — ele a encarou. — Quase me esqueci, temos também Kiara que não é sua irmã e está sob suspeita de ser a principal chave de todo o enigma.

— Isso é loucura. Kiara não tem nada a ver com isso tudo. — colocou os cotovelos em cima da mesa colocando as mãos no rosto o encarando. — Como chegamos à Kiara mesmo?

— De acordo com seus pensamentos de 15 minutos atrás, você fez a suposição de Kiara não ser filha do seu pai e assim...

— Chega! Não consigo pensar nessa ideia de que minha irmã não é minha irmã e principalmente de que nosso pai não é o mesmo. Vamos deixar esse assunto para o final. Vamos voltar aos enigmas. — ela se ajeitou na cadeira ao seu lado encarando o caderno. — Você conhece o Paraíso melhor que eu, vamos tentar achar alguma ponta solta.

— Eu já esgotei minha cota de pensamentos Sophie. Estou de saco cheio dessa palhaçada. — jogou o caderno com força para o centro da mesa. — Eu vou achar Ariel sem esses malditos enigmas e trazer sua irmã de volta, depois ele pode me matar se quiser. — se levantou fazendo a cadeira ranger com o atrito do piso.

— Você está cansado. É só isso. Está dizendo besteiras porque está cansado. E eu te entendo porque não tem ninguém que esteja cansada disso tudo tanto quanto eu! Eu te peço, por favor, vamos tentar de novo e se a gente não achar nada faremos do seu jeito. Mas, mesmo assim é arriscado. Minha irmã e minha amiga estão com Ariel e eu preciso que tenha mais paciência. — ele a encarou e suspirou ainda com o semblante raivoso. — Se não for por mim, que seja por elas que não tem nada a ver com isso. — se levantou ficando de frente a ele e fez sua melhor cara de gatinho pidão. — Por favor Adam. — disse colocando as mãos em seu peito.

Tentação AngelicalOnde histórias criam vida. Descubra agora