Olhos angelicais

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O cenário não era o mesmo que estava acostumada. Era uma praia, não qualquer uma. Aquela era diferente. A brisa de uma tarde calma, balançava seus enormes cabelos cacheados. A crista das ondas arrebentava em enormes rochas escorregadias. Tinha pedras naquele lugar. O sol abrilhantava o horizonte fazendo-a olhar para além do que seus olhos poderiam ver. Era calmo. O horizonte era limpo e só o que ouvia era o barulho das ondas. Olhou ao redor e viu que estava em um cais vazio. A enorme madeira debaixo de seus pés era molhada e lisa. Focou seu olhar para cima da madeira e viu a areia mais branca que já havia visto na vida. Respirou fundo e sentiu o ar limpo invadir seu interior lhe proporcionando calma e tranquilidade. Amava aquele lugar. Olhou para si mesma e viu a roupa que vestia, um longo vestido branco. Ele era justo em seu busto e completamente solto do busto para baixo. Era de tecido fino e parecia uma pluma quando o vento passava por ele.

Andou pelo lugar querendo desfrutar o máximo daquela paisagem. As ondas acabavam na areia macia. A cada passo que ela dava para fora do cais sentia uma energia revigorar seu ser. Não tinha ninguém, foi o que pensou até olhar para frente e ver um homem. Seus cabelos impediram sua visão por um momento por causa do vento. Mas, logo conseguiu focar seu olhar para os passos que vinham em sua direção. Era ele. O homem de olhos azuis. O mesmo que invadia seus sonhos durante uma semana. Ficou paralisada. Ele causava um efeito devastador dentro dela. Seus olhos pareciam enxergar além de sua alma e a fazia questionar toda a sua existência.

Respirou fundo. Desta vez ela iria encarar ele. Sabia quem ele era. Ao invés de andar, começou a correr em sua direção, pensou que assim teria mais coragem para vê-lo. Quanto mais se aproximava mais medo sentia, porém, precisava ser forte. O encararia e desta vez saberia quem ele era. Chegou perto o suficiente para vê-lo. Era ele. Prendeu a respiração. Era aqueles mesmos olhos. Não era coincidência. Era mesmo ele. Adam vinha em sua direção com uma blusa azul clara e um short jeans branco. Seus pés descalços o faziam parecer quase normal. A não ser por um detalhe peculiar, ele tinha asas.

Sophie abriu os olhos respirando com dificuldade. Viu aparelhos ligados a ela, sua respiração estava rápida. Estava assustada, com medo e o ar parecia não chegar aos seus pulmões. Olhou para as mãos que tinham tubos ligados a ela. Olhou para o quarto branco e ficou ainda mais nervosa. Olhou ao redor e o viu.

Ele estava dormindo em um sofá azul no canto direito. Seu coração saltava parecendo estar em uma escola de samba. Precisava correr. Queria sair dali. Colocou a mão em seu rosto e sentiu um pequeno tubo ligado ao seu nariz. Puxou o fio com força querendo se livrar daquilo e correr para longe.

Em cima de sua cabeça havia um soro que estava conectado diretamente ao seu braço. Arrancou os finos tubos que estavam conectados em seu corpo e os jogou no chão. Se sentou com dificuldades. Tudo doía. Seu corpo, sua perna, mas principalmente sua cabeça. Segurou em um ferro que na hora não soube o que era, mas também estava ligado a ela. Puxou forte os tubos que os conectavam jogando no chão o que fez um enorme barulho acordando Adam.

— Sophie! O que você está... — disse com surpresa e veio até ela segurando-a pelos braços quando ela o interrompeu.

— Fique longe de mim! — disse alto. Sua respiração podia ser ouvida pela sala toda, estava ofegante.

— Sophie, precisa voltar para a cama. Enfermeira! — ele gritava alto. Rapidamente ele segurou ela em torno de suas costas e apertou um botão vermelho em cima da cama de Sophie, fazendo o encontro entre seus corpos ser inevitável.

— Me largue! Fique longe de mim! — dizia gritando. Tentou bater em seu peito para que ele a soltasse, mas ele só a segurou mais forte.

Sophie estava nervosa e assustada. O ar já entrava com dificuldades em seu corpo. Sentiu suas pernas bambearem enquanto ela não pode fazer nada a não ser se apoiar ainda mais sobre ele. Colocou o rosto em seu ombro inspirando seu aroma. Ele tinha um cheiro suave. Poderia perfeitamente ser sabonete ou shampoo. Era suave, porém gostoso.

Tentação AngelicalHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin