XL

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resumo: sobre querer o brilho das estrelas mas não ter nada para oferecer em troca.

...

"Você sabe que está exagerando, Louis."

Os olhos azuis fugiram da estrada por um segundo, se estreitando incrédulos na direção de Harry antes de desviarem.

"Exagerando? Inferno, Harry. Você sabe que foi irresponsável."

"Irresponsável por querer te defender?"

"Bem, obrigado por isso, mas não com violência! Desde quando você decidiu que é a maneira de resolver as coisas?"

Harry bufou.

"Tudo bem, Louis. Então da próxima vez eu deixo aquele trio bater a merda para você? Não é isso o que você quer? Aí eu vou ser responsável, certo?"

Louis piscou, chocado, lágrimas grossas picando nas suas pálpebras e rolando sem parar pelas bochechas. Era como se ele tivesse engolido um punhado de pimenta, seu coração batendo na garganta com as palavras de Harry e o estômago embrulhando. Ele odiava que o seu garoto estava dizendo aquelas coisas, e ele odiava as ondas enfurecidas que vinham do cacheado. Louis sabia que não eram para si — pelo menos a maioria — mas ainda sim doía. Ele estava, obviamente, muito chateado com o que tinha acontecido para tentar segurar o queixo trêmulo. Tudo, desde o acontecimento com Carter até a nuvem negra que os seguiu para dentro do carro, se infiltrando entre os dois. Era como se no silêncio do veículo, onde Louis pôde sentar e respirar e ter noção do que tinha acabado de acontecer, uma avalanche de emoções o acertasse com força total. Ele não tinha ficado com medo das ameaças ou palavras de ódio jogadas no seu rosto, mas com as possibilidades do que poderia ter acontecido se os amigos de Harry não estivessem lá para interferir. O olhar que Harry tinha no rosto, a forma como se ele inclinou para uma briga sem pensar duas vezes, apavorou Louis de uma forma onde ele só queria gritar e ficar bravo e merda, como Harry poderia ser tão irresponsável? Como ele não pensou no bebê deles?

As imagens da festa de Carter eram algo que ficariam por um longo tempo guardadas no fundo da mente de Louis, como um lembrete do quão ingênuo e burro e teimoso ele tinha sido, e do quanto as pessoas poderiam tirar proveito daquilo; e a forma como Harry tinha socado o nariz de Carter para dentro do rosto dele era um lembrete do quanto ele não pensava duas vezes sobre algo. Do quão protetor ele poderia ficar. E aquele lado assustava Louis. Não por medo que Harry pudesse machucá-lo — mas que Harry pudesse se machucar. O filho deles.

Tirou uma das mãos no volante para secar os olhos com a manga da camisa, franzindo o cenho quando um carro passou com os faróis grosseiros.

"Eu não preciso que você se machuque por mim, Harry." Sua voz era sussurrada, melancólica. "Eu não quero isso."

"Sim, é claro. Vamos sentar todos e conversar civilizadamente e agir como se isso fosse a porra de um conto de fadas! Ideia brilhante, Louis." Resmungou ferozmente, e Louis se encolheu no banco do motorista, chateado com a forma como Harry estava falando. "Você não faz ideia como Carter cumpre essas ameaças. Eu estive lá, eu já vi isso. Eu vim da popularidade, Louis. Junto com a braçadeira de Capitão do time vinha um monte de palavras falsas e gente querendo te esmagar em dois segundos. O colegial só é cruel porque as pessoas são, e você só senta lá e assiste porque as coisas funcionam assim. Cada um cumpre a sua função. Mas não com você. Eu não posso deixar ele te intimidar, eu não posso deixar nunca mais ele sequer olhar para você."

shine || mpregWhere stories live. Discover now