shine || mpreg

XXXVII

resumo: ultrassom e mudanças.

...

"Nós temos que sair." O tom resignado de Harry fez Louis tirar a atenção da sua salada, olhando curiosamente o menino deitado no seu colo.

Depois de Harvard, ele tinha passado na cafeteria para buscar Harry na hora do almoço, e os dois tinham decidido que era um dia realmente perfeito para um piquenique no Hatch Shell — toalha quadriculada, sucos de caixinhas e os preciosos sanduíches de maionese que Harry alegou precisar mais do que qualquer outra coisa no mundo. Ele já tinha tido quatro. Ele provavelmente teria mais quatro.

Não que Louis que estivesse reclamando.

Afastou carinhosamente os cachos dele para fora do rosto e arqueou as sobrancelhas, esperando que continuasse. Harry fez um biquinho, o canto dos lábios sujos.

"Eu quero aproveitar antes que as suas aulas comecem, Lou. Você vai ficar todo nerd e ocupado demais pra mim."

Louis riu.

"Todo nerd? Achei que você gostasse de mim assim, Curly. Estou magoado."

"Eu gosto, você é sexy, mas depois vai começar as suas aulas e ainda tem a coluna que você vai trabalhar e eu sei que é difícil, não vou ficar chateado se você não lembrar o meu nome no final do dia." Ele enfiou um pedaço de sanduíche na boca e olhou para Louis. "Nós temos que aproveitar agora."

O tom dele era provocativo no fundo, mas sobretudo decidido. Louis se perguntou o que passava naquela cabeça cheia de cachos bonitos. Ele assumiu uma expressão solene.

"Sim, Capitão. O que você tem em mente?"

Harry sorriu, se erguendo nós próprios cotovelos com um sorriso brilhante. Louis engasgou, não acreditando na forma como o Sol fraco iluminou ao redor dele formando uma aura angelical. Aquilo não era justo. Era maldade. Harry estava vestido com uma camisa de basquete larga, jeans e um converse branco e ninguém deveria ter aquele tipo de aparência. Ninguém deveria ser tão bonito daquela maneira.

Louis queria enfiar o rosto na própria salada.

"Você não está me ouvindo." Piscou, Harry o olhando acusadoramente.

Louis queria beijá-lo.

Colocou a embalagem de comida na toalha e tomou o rosto de Harry nas mãos, empurrando delicadamente o cabelo para atrás da orelha. O garoto pareceu prender a respiração, o olhar preso no de Louis.

"Desculpe." Murmurou, as orbes azuladas descendo para os lábios rubros e cheios, quase sentindo a textura macia deles mesmo de longe. E, culpado. Um milhão de vezes culpado porque Louis não podia — era fisicamente doloroso não beijar Harry naquele momento, então foi o que ele fez. Devagar, instigando Harry abrir a boca para que as línguas se encontrassem docemente, aproveitando a sensação de estrelas explodindo e pequenas flechas de amor pinicando a pele toda vez que eles se beijavam, os gostos e cheiros e calor se misturando e Louis nem podia se preocupar com o mundo ao redor deles porque tudo além de Harry era inexistente naquele momento.

Quando eles estavam juntos, todo o resto não importava. Mas quando eles se beijavam, todo o resto não existia. Apenas Harry.